IATA quer a implementação irrestrita de equipamentos de suporte de solo (GSE) aprimorados com tecnologia anticolisão para melhorar a segurança operacional em solo, nos pátios de aeroportos, e conter o custo de danos em aeronaves parqueadas impactadas, em 23.01.23
Em dezembro (de 2022), a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) anunciou pedido da implantação irrestrita e generalizada de equipamentos de suporte de solo (GSE – Ground Support Equipment) aprimorados que usam tecnologia anticolisão para melhorar a segurança operacional em solo, nos aeroportos, e conter o custo de danos em aeronaves e instalações aeroportuárias envolvendo GSE. Sem a transição para o GSE aprimorado, a conta por danos às aeronaves ocorridos durante as operações de movimentação de equipamentos em solo, em pátio, dobraria nos próximos 15 anos, para US$ 9,7 bilhões, de acordo com uma análise da IATA.
Falando durante os recentes dias de coletiva com mídia global da entidade, em Genebra, Nick Careen, vice-presidente sênior de operações, segurança e proteção da IATA, descreveu a transição para o GSE aprimorado como um “acéfalo”.
Segundo a IATA, a tecnologia existe e os projetos-piloto com GSE equipados com sensores avançados e sistemas de navegação automática mostraram que o uso da tecnologia melhora o controle de veículo e aumenta a precisão de aproximação – “atracagem”.
“Temos tecnologia comprovada que pode melhorar a segurança”, disse Carren. “E com o custo dos danos ao solo crescendo em todo o setor, há um caso de negócios claro que apoia a adoção antecipada”, ele completou.
A IATA baseou as previsões na análise da incidência de danos em solo com a projeção de que o número de vôos dobrará entre 2022 e 2038 (o número de incidentes envolvendo GSE aumenta em linha, proporcionalmente, com o aumento do número de vôos) e na mudança do mix de aeronaves após a introdução de materiais compósitos nos elementos estruturais de novos projetos de aeronaves.
Os pequenos danos por amassados e arranhões que as cias. aéreas toleravam até certo ponto nas frotas de aeronaves com revestimento de metal, tradicionais – estes danos sendo normalmente visualizados e os reparos tendendo ser relativamente fáceis – “não são mais aceitáveis” em estruturas aeroespaciais de material composto, observa o estudo. Ainda segundo o estudo, isso gerou a necessidade de encontrar uma nova maneira de reduzir ou eliminar os danos a aeronaves em solo, por ocorrências de choques com terceiros.
A análise do custo do dano em solo cobre despesas diretamente relacionadas ao reparo – incluindo mão de obra e material, aluguel temporário, despesas logísticas e custos administrativos – bem como custos indiretos, como perda de receita, reposicionamento de tripulação e passageiros e compensação por serviços atrasados. Os custos diretos representam 90% da despesa total com danos ao solo.
O estudo descobriu que um GSE motorizado atingindo a fuselagem de uma aeronave causa a maioria dos danos em solo de aeronaves parqueadas.
Com uma taxa de danos em solo de 35,4 por 10.000 partidas, esta taxa para aeronaves de fuselagem larga é 10 vezes maior do que a de aeronaves de fuselagem estreita (3,6 por 10.000 partidas), mas jatos regionais, turboélices e outras aeronaves de fuselagem estreita são 30% mais propensas a graves danos em solo.
Asas de jatos regionais, turboélices e aviões de fuselagem estreita são mais suscetíveis a danos em solo do que as de aeronaves de fuselagem larga devido a sua proximidade com o solo, onde um GSE opera. Dano de asa tende a cair na categoria de dano severo.
A análise do custo total de danos em solo da aeronave por categoria de aeronave indica que, para cada vôo de fuselagem larga realizado, os operadores precisam reservar US$ 580 para possíveis danos no solo; para aeronaves de fuselagem estreita, o custo totaliza US$ 74 por vôo, e para jatos regionais e turboélices, US$ 19/vôo.
De acordo com o banco de dados de incidentes de danos em solo da IATA, agentes de manuseio de isolamento de área e de carga, de escadas de passageiros e pontes de embarque de passageiros (PBB), e outros, causam 40% do total de incidentes. A organização estima que a substituição de 75% da frota global desse equipamento por GSE aprimorado reduziria o custo esperado de danos ao solo por taxa de curva em 42%.
Não há evidências indicando que a taxa de danos seja menor em companhias aéreas que realizam seu próprio atendimento em terra em comparação com o atendimento em solo terceirizado, disse Careen para a mídia AIN, que postou nota no seu site do assunto, do pleito da IATA.
Carren citou a necessidade de mais pesquisas para determinar se a taxa de danos de aeronaves em solo aumenta em aeroportos que permitem que muitos agentes de rampa, cada um com sua frota de equipamentos de serviço de solo.
Juntamente com a redução do custo de danos ao solo, a transição para o GSE aprimorado também apoiará o compromisso da indústria de alcançar emissões líquidas zero de CO2 até 2050, já que a maioria dos novos equipamentos é movida a eletricidade, afirmou Careen. “Embora o foco principal dos esforços de descarbonização da aviação seja como impulsionamos as aeronaves, o que acontece no solo não pode ser ignorado”, disse ele. “A transição para o GSE aprimorado contribuirá para as principais prioridades de segurança e sustentabilidade do nosso setor … O desafio agora é montar um roteiro para que todas as partes interessadas estejam alinhadas em um plano de transição”, completou Carren. [EL] – c/ fontes