IBAMA desarticula esquema irregular que abastecia aeronaves em pista clandestina em garimpo na Terra Yanomami, em RR, em 29.12.21


Fonte: g1 – 29/12/2021
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) desarticulou um esquema que abastecia helicópteros e aviões em pista clandestina usada por garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, com combustível procedente do Aeroporto Internacional de Boa Vista.

De acordo com o IBAMA, a pista operava prestando apoio logístico ao garimpo ilegal de ouro e cassiterita dentro da Terra Yanomami.

Também, de acordo com IBAMA, várias pistas foram rastreadas pelas equipes.

Houve apreensão de aeronaves, entre aviões e helicópteros, ligadas ao garimpo clandestino.

De acordo com Aécio Galiza Magalhães, Coordenador Geral de Fiscalização da Diretoria de Proteção Ambiental (DIPRO), devido às dificuldades de acesso, a atividade de garimpo na região demanda “uma rede logística de apoio como pistas de pouso e pontos de abastecimento”. “A extração ilegal de minérios exige uma robusta estrutura de apoio e demanda altos custos. Por isso a importância de se atuar na raiz nessa cadeia, visando quebrar o fluxo logístico dos envolvidos”, disse Magalhães.

A investigações apontaram ainda que a empresa responsável pela revenda de combustível de aviação em Roraima operava desrespeitando as regras da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O regulamento busca, principalmente, assegurar que o combustível seja comercializado apenas por aeronaves registradas na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e em pontos de abastecimento regulares.

A empresa responsável foi multada em mais de R$ 1,5 milhão, por comercializar produto perigoso em desacordo com as exigências estabelecidas pela ANP. Os fiscais, segundo o IBAMA, realizaram a imediata suspensão da venda de combustíveis de aviação pela revendedora, até que a ANP se manifeste acerca da sua legalidade.

Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem cerca de 28 mil indígenas que vivem em mais de 370 aldeias. Alvo frequente de garimpeiros, a região enfrenta tensão entre os invasores armados e os indígenas.

A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta de escassez de alimentos.

Em 2020, o ano da pandemia, o garimpo ilegal avançou 30% na Terra Yanomami. Só o rio Uraricoera concentra 52% de todo o dano causado pela atividade ilegal.

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