Instituto de tecnologia aeroespacial britânico (ATI) revela conceito de avião transportador de médio porte e longo alcance com fonte de energia por hidrogênio, no programa FlyZero, em 08.12.21


O Instituto de Tecnologia Aeroespacial (ATI – Aerospace Technology Institute) do Reino Unido revelou nesta segunda dia 06 um conceito para um avião alimentado por hidrogênio de médio porte, podendo transportar 279 passageiros, em vôos de até 5.250 MN.

O estudo conceitual e planos são parte da iniciativa conjunta FlyZero, apoiada por financiamento do governo e da indústria, para alcançar o transporte aéreo de carbono zero.

Desenhos conceituais e informações apresentados oferecem uma prévia de propostas mais detalhadas que os parceiros da FlyZero dizem que irão revelar no início de 2022. Além do avião de médio porte, os parceiros da FlyZero incluiriam propostas alternativas para aeronaves regionais e fuselagem estreita alimentadas por hidrogênio líquido.

O instituto (ATI) divulgou que as descobertas detalhadas do projeto de pesquisa FlyZero de 12 meses incluirão um roteiro de tecnologia, avaliação de sustentabilidade e relatórios “de mercado e econômicos”.

O instituto não confirmou se pretende lançar no mercado uma aeronave alimentada por hidrogênio ou aproveitar as tecnologias desenvolvidas no plano para alguma outra aplicação. No entanto, indicou que vê os aviões movidos a hidrogênio como comercialmente viáveis ​​a partir de meados da década de 2030, o que corresponde ao prazo (data) em que a Airbus planeja lançar uma ou mais de suas aeronaves ZeroE no mercado.

Os poucos detalhes divulgados pela ATI prevêem a combinação de tecnologias como asas sem tanques de combustível, tanques de hidrogênio líquido criogênico, células de combustível e sistemas de energia elétrica e turbinas a gás hidrogênio. De acordo com o anúncio, a aeronave “de médio porte” teria envergadura de 177 pés (53,95 m.) e um par de motores turbofan movidos a combustão direta de hidrogênio. O combustível seria armazenado em um par de tanques criogênicos na seção traseira da fuselagem traseira e dois tanques menores na seção dianteira da fuselagem para manter o equilíbrio enquanto o combustível é consumido.

Operando a partir de Londres, a aeronave poderia voar sem escalas para Vancouver (Canadá), São Francisco (EUA), Cidade do México (México), Rio de Janeiro (Brasil), Nova Déli (Índia) e Pequim (China). A ATI ainda divulgou que a aeronave deve operar em velocidades comparáveis às dos aviões comerciais atuais.

“Em um momento de foco global no combate às mudanças climáticas, nossos conceitos de médio porte estabelecem uma visão verdadeiramente revolucionária para o futuro das viagens aéreas globais, mantendo famílias, empresas e nações conectadas sem a marca de emissão de carbono”, comentou o diretor do projeto FlyZero, Chris Gear. “Este novo amanhecer para a aviação traz consigo oportunidades reais para o setor aeroespacial do Reino Unido para garantir participação de mercado, empregos altamente qualificados e investimento interno, ajudando a cumprir os compromissos do Reino Unido para combater as mudanças climáticas”, completou Gear.

A equipe do projeto FlyZero inclui cerca de 100 especialistas de várias empresas, incluindo Airbus, Rolls-Royce, GKN Aerospace, Spirit AeroSystems, GE Aviation/Motores à reação, a NATS, easyJet e a Eaton.

A Airbus realiza algum nível de produção de asas no Reino Unido, mas não informou se suas instalações de Broughton e Filton estarão envolvidas na construção da aeronave ZeroE proposta. Esses conceitos de aeronaves (no programa ZeroE) anunciados pelo grupo aeroespacial europeu (francês) em setembro de 2020 envolvem capacidade de até 200 passageiros e operariam em rotas de até 2.000 MN, que é menos da metade do alcance previsto pelo prospecto do ATI.

De acordo com o ATI, os conceitos FlyZero têm como objetivo principal apoiar a demonstração de tecnologia em apoio ao cumprimento de metas de longo prazo para vôos com emissão zero de carbono. “Embora sua aeronave permaneça como um conceito, as descobertas da FlyZero têm como objetivo ajudar o setor aeroespacial do Reino Unido e sua cadeia de suprimentos a capitalizar as oportunidades que uma nova geração de aeronaves trará”, disse um porta-voz da ATI para a mídia especializada de aviação AIN. [EL] – c/ fontes