JetNet iQ apresenta perspectivas cautelosamente positivas para a aviação executiva, com a possibilidade de efeitos negativos no mercado pelos “conflitos regionais”, em 23.10.23


Embora as questões de suprimento continuem a ser um “espinho” considerável para a indústria da aviação executiva e as guerras e as tensões fronteiriças ameacem desestabilizar os negócios em certas regiões, as perspectivas para o setor são geralmente positivas para o resto de 2023 e para o próximo ano. Essa é a análise do especialista em inteligência de mercado de aviação executiva JetNet iQ em seu último relatório trimestral divulgado no dia 17, junto com a abertura da convenção anual da associação da aviação executiva americana – a BACE-NBAA 2023, em Las Vegas.

De acordo com o relatório da JetNet iQ, há questões a longo prazo que precisam de ser abordadas para manter a positividade, incluindo a sustentabilidade, a melhoria da imagem da indústria e a restauração dos canais de talentos jovens e entusiasmados que entram na indústria – e retê-los a longo prazo.

Embora a indústria tenha visto uma recuperação notável no tráfego na era pós-Covid, o diretor-gerente da JetNet iQ, Rolland Vincent, disse que isso não foi necessariamente resultado do crescimento econômico (e, % de PIB), que tem sido nada espetacular na maioria dos países líderes globais nos últimos anos. No EUA, por exemplo, que representam 63,5% da frota global de aviação executiva, a economia deverá crescer apenas 1,8% neste ano.

No entanto, em termos de operações de vôos de jatos executivos, o número é agora maior do que antes da pandemia Covid e também dos anos de boom da década de 2000 (antes da crise financeira global de 2008/2009). O aumento dos movimentos apresenta agora uma tendência ligeiramente descendente novamente, à medida que os negócios se normalizam após o boom pós-Covid.

O estoque disponível de aeronaves executivas usadas está aumentando e agora representa cerca de 6% da frota total, mas o número de vendas está diminuindo, de modo que os números estão convergindo à medida que a oferta e a demanda começam a se equilibrar.

Para as fabricantes, as vendas de novas aeronaves estão crescendo e a maior parte das fabricantes reporta atrasos nas encomendas entre 18 meses (1,5 anos) e 2 anos.

O monitoramento do otimismo da indústria mostra um grande aumento após o ponto baixo na pandemia Covid, crescendo acentuadamente ao longo de 2021 e no início de 2022, antes de cair acentuadamente no final do ano, à medida que os receios de uma recessão econômica se consolidaram. Contudo, o relatório do terceiro trimestre da JetNet iQ mostra um aumento bem-vindo no otimismo industrial à medida que esses receios de recessão/retração econômica se dissiparam, ou se dissipam.

Com a sustentabilidade tornando-se agora um termo frequentemente ouvido nos círculos da aviação executiva, não é surpresa que o relatório da JetNet iQ mostre uma aceitação crescente do combustível de aviação sustentável (SAF). Há quatro anos, a percentagem da indústria que considerava a utilização de SAF era de apenas 31% mas no terceiro trimestre essa proporção subiu para 56%. Abordar a sustentabilidade é uma das várias ações que podem ajudar a melhorar a imagem da indústria.

A projeção de 10 anos do relatório para mudanças da frota sugere que a frota de 23.417 jatos executivos aumentará no geral, com 3.745 aeronaves previstas para serem desativadas. Projeta-se que entregas adicionem 8.685 novas aeronaves até 2032 – para um ganho líquido de quase 5.000 jatos. Já a frota de turboélices deverá crescer apenas 1.300 unidades. [EL] – c/ fonte