JetNet prevê aumento na entrega de jatos executivos – 9.700 novos jatos por US$ 335 bilhões até 2034 (10 anos), com aumento do otimismo no mercado, em 11.09.25


Em post no dia 10 na plataforma online da AIN, a editora da revista mensal da mídia Kerry Lynch repercutiu a nova projeção de novas aeronaves executivas no mercado de período de 10 anos da provedora de inteligência da aviação JetNet.

Com a carteira de pedidos das fabricantes de aeronaves executivas se estabilizando em US$ 55 bilhões e o otimismo do mercado apresentando forte alta no terceiro trimestre, a previsão de mercado mais recente do JetNet IQ eleva significativamente as expectativas para os próximos 10 anos, projetando que 9.700 aeronaves, avaliadas em US$ 335 bilhões, serão entregues até 2034. Na comparação com a previsão de 2024, para o período (de 10 anos) 2024-2033, quando projetou 8.644 jatos executivos entregues, avaliados em US$ 262 bilhões, a nova projeção de 10 anos (2024-2033) da JetNet de 9.700 aeronaves, avaliadas em US$ 335 bilhões, representa aumentos de 1.056 aeronaves (1,22%) e de US$ 73 bi (27,86%). 

Ao divulgar no dia 10 os resultados da pesquisa do terceiro trimestre e sua projeção para 10 anos, na agenda do JetNet Summit 2025, em Washington, D.C., o criador do JetNet IQ, Rolland Vincent, afirmou: “Estamos prevendo uma carteira de pedidos de US$ 55 bilhões, e isso representa alguns anos de trabalho. Temos um problema de demanda em nosso setor? Não. Temos um problema de oferta. Temos um problema de força de trabalho. Mas esses são o que chamamos de problemas positivos”.

A JetNet prevê que aeronaves cabine largas e de ultralongo alcance representarão quase metade – 49,4% – do valor (em US$), mas ainda assim apenas 22,5% do volume de entregas (ie, cerca de US$ 165,5 bi, e de 2.182 aeronaves).

Em termos do volume de entregas, os jatos leves representarão 19,5% do mercado (cerca de 1.892 aeronaves), seguidos pelos jatos supermédios, com 17,1% (cerca de 1.659 aeronaves).

Mesmo assim, a maior parte do crescimento da carteira de pedidos nos últimos anos ocorreu nos segmentos de jatos leve e médio do mercado, disse Vincent, que ora prevê para estes dois segmentos volume 36,6% do volume de entregas. Os três segmentos de jatos responderão por 59,1% do volume de entregas – 5.733 aeronaves.

No geral, a frota de jatos executivos deverá crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 2,15% nos próximos 10 anos, atingindo 30.400 unidades até 2035, quando as novas aeronaves entregues (5.733) responderão pela parcela de 18,9% da frota.

No setor de turboélices, a previsão é mais modesta, com uma CAGR esperada de 0,28% e entregas de 4.100 unidades (42,3% do volume total, de 9.700 aeronaves), 88,5% (cerca de 3.628 unidades) das quais serão modelos monomotores; assim, monomotores turboélices responderão por 37,4% do volume total, de 9.700 aeronaves. O volume financeiro (em US$) nesse período (de 10 anos – 2025 a 2034) chegará a US$ 24 bilhões, 7,2% do montante total de US$ 335 bi.

Para 2025, a JetNet prevê 825 novas entregas de jatos executivos, um aumento de 8% em relação a 2024, e 365 novos turboélices, uma queda de 5% — dependente da cadeia de suprimentos. Assim, para 2025 a JetNet prevê 1.190 aeronaves executivas novas entregues no mercado – 12,3% do volume projetado para o período até 2034 -, divididas entre 825 jatos (69,3%) e 365 turboélices (30,7%).

Isso ocorre porque as fabricantes de aeronaves (OEM) estão sustentando uma carteira de pedidos de cerca de dois anos, com restrições na cadeia de suprimentos, certificações lentas e escassez de mão de obra dificultando o aumento da produção. Por esse motivo, a JetNet acredita que as entregas aumentarão mais na segunda metade da previsão, disse Vincent.

Isso também acompanha a recente aprovação da taxa de 100% para despesas com aeronaves executivas — a chamada depreciação de bônus (bonus depreciation) — com a última pesquisa da IQ revelando que mais da metade dos entrevistados afirmou que o retorno da mudança tributária aumentaria a probabilidade de compra de uma nova aeronave nos próximos 12 meses.

Em relação ao sentimento geral do mercado, a mudança trimestral foi acentuada. No segundo trimestre, 51,9% dos entrevistados estavam pessimistas em relação às atuais condições do mercado de aviação executiva, enquanto apenas 34,4% acreditavam que o mercado havia passado do ponto mais baixo; isso representou um otimismo líquido de -17,5%. No terceiro trimestre, no entanto, o otimismo líquido saltou para +28,4%, com 57,9% dos entrevistados afirmando que o mercado já havia passado do ponto mais baixo e 29,5% ainda acreditando que ele está em recessão. A métrica de otimismo líquido atingiu o nível mais alto desde o terceiro trimestre de 2022.

A curva de otimismo apresentou tendência de alta em todas as regiões do mundo. “Essa é uma indicação muito boa para o final do ano”, disse Vincent.

A Europa está, na verdade, liderando o otimismo, acrescentou Vincent, impulsionada por uma transferência significativa de riqueza e pelo fato de muitos ainda não terem descoberto a aviação executiva.

“Estamos observando vários indicadores-chave que apontam para a saúde do mercado — sentimento do cliente, vendas de jatos usados ​​no acumulado do ano, aeronaves em operação, carteira de pedidos, relação entre o valor da venda e o faturamento e melhora na intenção de compra de aeronaves, embora esta última ainda esteja em um nível um tanto contido”, disse Vincent.

Quanto ao mercado de aeronaves usadas, as transações de jatos aumentaram 10% na comparação anual (em relação a 2024), até 31 de julho, com o estoque permanecendo estável.

Apesar da perspectiva otimista para o mercado de aviação executiva, a JetNet alerta que o crescimento econômico se moderou na maioria dos principais mercados e os riscos geopolíticos permanecem altos. Além disso, as incertezas de tarifas (impostos) continuam problemáticas.

Na última pesquisa, 43,8% afirmaram concordar total ou parcialmente que as incertezas tarifárias podem atrasar os planos de compra no próximo ano. No entanto, esse número foi ligeiramente superior aos 52,4% da pesquisa do segundo trimestre.

“O que vimos é que não temos uma guerra transatlântica”, disse Vincent. “Pensávamos que iríamos para uma guerra transatlântica logo após os efeitos imediatos dos anúncios de tarifas, e isso não aconteceu. Isso é bom. Mas temos muitos riscos geopolíticos”, completou Vincent.

Mesmo assim, o sentimento subjacente permanece forte, com 64,1% dos entrevistados concordando fortemente que, sem a aviação executiva, sua organização seria menos bem-sucedida e menos lucrativa.

Enquanto isso, quando questionados sobre oportunidades de investimento no setor de aviação, o setor de MRO (maintenance, repair, overhaul – manutenção, reparo e revisão)  liderou, com 23,3% afirmando que investiriam no segmento. Em seguida, está o segmento de motores híbridos, com 14,8% – mas apenas 3% disseram que investiriam em aeronaves elétricas. O segmento de operação de serviços logísticos e de suporte aeroportuários (FBO – Fixed-Base Operator) tem terceiro posto de interesse, com 14%.

Adicionalmente, a pesquisa ainda revela uma relutância em relação ao combustível de aviação sustentável, com quase metade, 47,6%, afirmando discordar da possibilidade de voar com SAF no próximo ano. Outros 18,7% estavam indecisos. [EL] – c/ fonte