King Air C90GTx tem incidente de choque aviário durante partida do aeroporto de Uberlândia (MG), em 19.07.25

No dia 13 (domingo), por volta de 13:45Z (10:45LT), o bimotor turboélice Beechcraft King Air C90GTx de prefixo PS-UNI, do transporte privado, teve incidente de colisão com ave durante partida do Aeroporto Tenente-coronel aviador Cesar Bombonato (SBUL), em Uberlândia (MG), com destino de Campo Mourão (SSKM), no Paraná, a 385 MN a sudoeste (a 37 MN a SW de Maringá-PR/SBMG.
As informações são que o avião colidiu com um urubu durante decolagem da pista 22, resultando danos na parte superior da nacele do motor direito. O piloto (único ocupante) retornou ao aeroporto pousando com segurança.
Imagens – mídia “Regionalzão” – na matéria
https://regionalzao.com.br/ocorrencias/uberlandia-aviao-faz-pouso-de-emergencia-apos-colisao-com-passaros/
A meteorologia no “Tenente-coronel aviador Cesar Bombonato” (SBUL) era favorável (condição VMC), com visibilidade “ilimitada” (de 10 km ou superior), com duas camadas de nuvens – a inferior de nuvens esparsas com base a 4.000 pés, com temperatura da ordem de 20°C e pressão atmosférica variando de 1.027 HPa até 1.025 HPa; o vento predominante é de leste – às 14:00Z (11:00LT), o vento tinha direção de 090° e 14 KT com; às 17:00Z (14:00LT), o vento tinha direção de 070° e 09 KT com variação de incidência entre 030° e 110°.
METAR SBUL 131200Z 11010KT 9999 SCT040 BKN070 18/12 Q1027=
METAR SBUL 131300Z 10014KT 9999 SCT040 BKN070 19/12 Q1027=
METAR SBUL 131400Z 09014KT 9999 SCT040 BKN070 20/12 Q1027=
METAR SBUL 131500Z 08014KT 9999 FEW030 BKN080 22/12 Q1027=
METAR SBUL 131600Z 09012KT 050V110 9999 SCT035 SCT100 22/12 Q1026=
METAR SBUL 131700Z 07009KT 030V110 9999 SCT040 SCT100 22/12 Q1025=
METAR SBUL 131800Z 09010KT 050V110 9999 BKN045 BKN100 22/12 Q1025=
O CENIPA listou a ocorrência no seu Painel SIPAER como incidente do tipo “Bird – Colisão com ave”. Os trabalhos relativos a esta ocorrência estão finalizados. Após análises técnicas realizadas pelos investigadores do CENIPA, o incidente foi tratado conforme os protocolos específicos estabelecidos na NSCA 3-13 – de “Protocolos de Investigação de Ocorrências Aeronáuticas da Aviação Civil, conduzidas pelo Estado Brasileiro”, por meio da coleta de dados. Desse modo, foi procedida a coleta de informações disponíveis acerca desta ocorrência e transcritas neste Reporte Final, sem a emissão de um Relatório Final de investigação.
O avião de prefixo PS-UNI é o aparelho com registro de produção sn LJ-2170, ano de fabricação 2019. O avião é registrado na categoria de transporte privado (TPP), sendo operador Pessoa Jurídica (em arrendamento mercantil) e proprietário instituição financeira, com data de último registro de compra/transferência em março de 2022. O avião é aprovado com 8 assentos, para até 7 passageiros e 1 piloto (tripulação mínima prevista em certificação), com MTOW de 4.581 kg. O avião tem Certificado de Vistoria de Aeronavegabilidade (CVA) válido até maio de 2026.
O “Tenente-coronel aviador Cesar Bombonato” (SBUL) situa-se a 9 km do centro de Uberlândia, no bairro Jardim Ipanema, zona leste da cidade.
Em elevação de 3.094 pés, o “Tenente-coronel aviador Cesar Bombonato” (SBUL) tem pista (04/22) de 45 x 2.100 m., de asfalto. O aeroporto opera vôos com serviços, alternadamente, de controle de tráfego e informação de vôo de aeródromo (com AFIS prestado pelo APP-Uberlândia – no horário de 03:00-08:59Z, ou 24:00-05:59LT). ROTAER informa concentração de pássaros – urubus na aproximação da pista 04/22 e carcarás na extensão da pista 04/22.
O aeroporto é operado, sob concessão federal, pela AENA, desde outubro de 2023.
Para a mídia “Regionalzão” cobrindo a ocorrência, a AENA explicou as medidas preventivas para evitar acidentes com fauna. Segundo nota, “ a AENA promove um trabalho de Gerenciamento de Risco de Fauna em toda a rede de aeroportos que administra no Brasil, incluindo o de Uberlândia. Para prevenir colisões entre aeronaves e fauna, como as diversas espécies de aves, uma série de ações são obrigatórias pela equipe de meio ambiente, segurança, manutenção e operações do aeródromo”.
Ainda de acordo com a operadora, “a rede AENA cumpre um Programa de Gerenciamento de Risco da Fauna específico para cada aeroporto e sua respectiva ASA (área de segurança aeroportuária) para mitigação e/ou eliminação de risco, com atuação constante nos 4A – Abrigo, Água, Alimento e Acesso”.
A AENA informa, entre as medidas adotadas, estão o monitoramento constante, censos faunísticos, técnicas de afugentamento e, quando necessário, a captura de animais. São avaliados fatores como a presença de abrigo, água e alimento que possam atrair aves, além de aspectos da infraestrutura, como gramados e estruturas danificadas. A AENA informou também que: “os registros de espécies nos sítios aeroportuários baseiam-se em métodos diretos, como observação visual ou zoofonia, e métodos indiretos, como análise de rastros, pegadas e outros vestígios. As informações são coletadas diariamente para garantir a segurança das operações”.
A AENA também divulga que, além do trabalho técnico, há ações de educação ambiental junto às comunidades próximas aos aeroportos, com palestras, distribuição de panfletos e outras iniciativas para conscientizar sobre o risco que a fauna representa para a segurança operacional.
A AENA apontou que, mesmo com todos os protocolos, situações como a do incidente com o King Ar (dia 13 – domingo) evidenciam os desafios constantes do setor aéreo em relação ao risco de fauna, especialmente em regiões onde a presença de aves é intensa. Felizmente, o incidente não resultou feridos e danos graves à aeronave.