Líderes da aviação defendem ações colaborativas da sociedade para a questão de nível de ruído em regiões urbanas aeroportuárias, em 27.03.22


A comunidade de aviação executiva deve permanecer focada em trabalhar em colaboração com patronos de aeroportos e comunidades vizinhas em iniciativas de integração das duas partes e programas voluntários de redução de ruído para preservar o acesso contínuo para proprietários e operadores de aeronaves, disse o presidente e CEO da NBAA, Ed Bolen, durante depoimento prestado ao subcomitê de aviação da Câmara (Congresso Federal americano).

Bolen observou a “longa história” que a indústria tem em trabalhar com comunidades em programas voluntários e de vizinhança aeronáutica (de vôos). Os operadores seguiram mitigações, como voar em altitudes mais elevadas e maximizar as trajetórias de vôo sobre a água, Bolen pontuou.

Esforços nas operações aéreas para boa vizinhança em entorno aeroportuário estão em vigor em aeroportos dedicados para a aviação geral como Van Nuys, em Los Angeles, em Santa Monica e o no Condado John Wayne Orange, na Califórnia, como o Rocky Mountain Metropolitan, em Denver, e o Teterboro, em Nova Jersey, disse Bolen. Outros esforços, como as iniciativas de navegação NextGen, da FAA, estão ajudando a gerenciar o ruído por meio de tecnologias e procedimentos que melhoram a eficiência e a segurança, mas reduzem o efeito ambiental. “As operadoras de aviação executiva adotaram essas tecnologias e procedimentos e investiram no equipamento de suas aeronaves”, disse Bolen. Além disso, as tecnologias continuam avançando, criando aeronaves mais silenciosas.

No entanto, apesar desses esforços, Bolen ressaltou que “um pequeno número de comunidades tentou impor restrições que limitam o acesso, como regressão de horário – “toque de recolher” -, limites de peso e ruído, em seus aeroportos”.

Bolen disse que os legisladores desempenham um papel importante por meio do apoio contínuo de concessões federais e instruções de obrigações. “Encorajamos o envolvimento de autoridades eleitas locais, regionais e nacionais nessas iniciativas, pois todos devemos garantir acesso contínuo e sem impedimentos ao nosso sistema nacional de aeroportos para atender às necessidades atuais e ao crescimento projetado”, falou Bolen.

Enquanto isso, o fundador e CEO da Joby Aviation, JoeBen Bevirt, testemunhou sobre a importância das considerações de design de ruído para a aviação elétrica atingir seu objetivo de melhorar cidades e comunidades por meio de emissões mais baixas e formas de viagem mais rápidas e acessíveis. “Esses benefícios só podem ser percebidos se a indústria puder projetar aviões silenciosos o suficiente para se misturar ao ambiente”, disse Bevirt em seu depoimento. “Embora a substituição de motores de combustão ruidosos por motores elétricos ajude a lidar com a acústica do vôo vertical, alcançar um vôo verdadeiramente silencioso requer considerações de projeto cuidadosas em toda a aeronave”, disse Bevirt. Ele acrescentou que as fabricantes de aeronaves elétricas devem considerar tanto a quantidade quanto a qualidade do som que suas aeronaves emitem, dadas as complexidades inerentes ao ruído.

Bevirt observou que o eVTOL da Joby tem aproximadamente 100 vezes menos energia acústica do que a de um helicóptero tradicional. A Joby se esforçou para diminuir o perfil de ruído de suas aeronaves através do uso de motores elétricos que criam torque muito alto, “o que permite que nossas hélices girem poderosamente em baixas rotações por minuto enquanto ainda geram sustentação e empuxo substanciais”, disse Bevirt – isso sendo combinado com hélices leves que são capazes de rotações RPM mais baixas e que incorporam pás leves otimizadas para menor ruído.

Uma série de testes de vôo realizados em setembro usando a unidade de pesquisa da NASA no programa Mobile Acoustics (de tecnologia de sustentação vertical) mostrou que o projeto da Joby atendeu aos objetivos acústicos da empresa e resultou em uma pequena marca (“assinatura”) de ruído em comparação com os helicópteros existentes.

Bevirt também enfatizou a importância de colaborar com as comunidades para constituir uma relação de convívio de “boa vizinhança”. E emendou: “Criar uma aeronave rápida, sustentável e silenciosa são passos essenciais, mas também devemos ser bons cidadãos e vizinhos nas comunidades que planejamos servir”.

O presidente da Casa (legislativa) de Transporte e Infraestrutura congressista Pete DeFazio pediu “tudo o que pudermos para garantir que reduzamos e mitiguemos os impactos do ruído”, dizendo em sua declaração de abertura que “o ruído das aeronaves tem o potencial de causar distúrbios do sono, contribuir para problemas de audição, e afetar negativamente a saúde física e mental de uma pessoa”. [EL] – c/ fontes