Líderes da indústria da aviação executiva avaliam o caminho para o Net Zero – emissões líquidas de carbono zero até 2050, em 29.10.24
A redatora de notícias da mídia AIN Jessica Reed escreveu post, no dia 22, cobrindo um painel de discussões de líderes da indústria da aviação, em um evento de café da manhã com média, no dia 22, durante a feira-convenção da aviação executiva americana NBAA-BACE 2024, acontecida entre os dias 22 e 24, em Las Vegas (Nevada/EUA), quanto ao progresso e aos desafios da indústria à medida que a indústria avança em direção a um futuro de emissão de carbono líquida zero.
No painel, os líderes compartilharam insights – visões e pontos de vista – do progresso e os desafios da indústria no avanço para um futuro líquido zero, com discussão destacando como a comunidade da aviação executiva continua a navegar em cenários políticos incertos enquanto evolui em inovações tecnológicas.
Participaram do painel, Ed Bolen, presidente e CEO da NBAA, Pete Bunce, presidente e CEO da GAMA (associação de fabricantes de aeronaves para aviação geral), Jean-Christophe Gallagher, vice-presidente executivo de vendas de aeronaves e Defesa da Bombardier, e Michael Amalfitano, presidente e CEO da EEJ – EMBRAER Executive Jets, além de JoeBen Bevirt, o CEO da Joby Aviation, e Jeff Marootian, chefe do Escritório de Eficiência Energética e Energia Renovável do Departamento de Energia do EUA (DoE).
O presidente e CEO da NBAA (associação da aviação executiva americana), Ed Bolen, abriu a discussão enfatizando a importância de definir a identidade da indústria durante um momento de imprevisibilidade política e econômica. “Foi há um ano hoje que lançamos [a iniciativa] a Climbing Fast para contar ao mundo os benefícios sociais da aviação executiva”, Bolen falou. Ele enfatizou que o compromisso da indústria com emissões líquidas zero de carbono até 2050 continua primordial, principalmente devido às potenciais mudanças de política que podem surgir após as eleições presidenciais de 2024 no EUA. “Nossa capacidade de nos definir, quem somos, onde estamos e para onde estamos indo, será fundamental”, acrescentou Bolen.
Enquanto isso, o presidente e CEO da GAMA (associação de fabricantes de aeronaves para aviação geral), Pete Bunce, abordou as mudanças paralelas que ocorrem na Europa. Com uma nova Comissão Européia e mudanças de liderança na EASA, Bunce enfatizou a importância de atualizar o estudo de impacto econômico da indústria no EUA e na Europa. “Nós … dissemos: o que podemos fazer em ambos os continentes para analisar o que nossa indústria traz para a sociedade?”, revelou Bunce. Ele também observou a natureza global dessa colaboração, com um esforço conjunto entre associações como NBAA, GAMA e EBAA (associação da aviação executiva européia) para apresentar um relatório de mensagem coeso.
Jean-Christophe Gallagher, vice-presidente executivo de vendas de aeronaves e Defesa da Bombardier, forneceu contexto sobre a jornada de sustentabilidade da indústria ao reportar como a comunidade da aviação executiva definiu metas agressivas de redução de carbono em 2009. “Nós nos unimos, além de todas as pressões competitivas, para definir metas para o futuro da sustentabilidade”, falou Gallagher, destacando o papel da Bombardier em levar essas metas ainda mais longe até 2021. Gallagher também abordou os avanços tecnológicos que impulsionam a sustentabilidade, particularmente o desenvolvimento do programa asa de corpo misto (blended wing body) EcoJet, da Bombardier, que visa reduzir significativamente as emissões por meio de aerodinâmica e motores de última geração.
Michael Amalfitano, presidente e CEO da EEJ – EMBRAER Executive Jets, ressaltou a importância da inovação disruptiva na promoção da sustentabilidade. Amalfitano discutiu como os avanços da EMBRAER na tecnologia de eletrônica Fly-by-wire e combustíveis de aviação sustentáveis (SAF) estão moldando o futuro de suas operações. “Temos metas para nossas operações — uma meta de que até 2030, tudo esteja fora da rede, 100% renovável”, afirmou Amalfitano. “Essas tecnologias e avanços estão colocando a segurança em primeiro lugar”, Amalfitano acrescentou. “Esse é o motivador mais importante, e então temos que começar a pensar em como avançar essas tecnologias para soluções mais sustentáveis”, Amalfitano completou.
O CEO da Joby Aviation, JoeBen Bevirt, mudou a conversa para propulsão elétrica e mobilidade aérea avançada. Bevirt falou sobre a promessa de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), que podem fornecer transporte mais sustentável e eficiente dentro das cidades. “Com a propulsão elétrica a bateria, podemos transportar pessoas pelas cidades, trazendo a aviação para a vida cotidiana das pessoas”, observou Bevirt, observando o potencial da propulsão elétrica a hidrogênio para gerar mais ganhos em eficiência e impacto climático. “Com a propulsão elétrica a hidrogênio, esse caminho começa com hidrogênio, que tem três vezes a energia específica do combustível de aviação”, Bevirt explicou. “E então o convertemos em propulsão duas vezes mais eficientemente do que uma pequena turbina pode converter combustível de aviação e propulsão. Pegando um ganho de três vezes e um ganho de três vezes e multiplicando-os, você obtém um ganho de seis vezes. O que isso significa é que podemos construir aeronaves menores e mais acessíveis que podem voar mais longe e mais rápido e fazer tudo isso com 99% de redução no impacto climático”, argumentou Bevirt.
Jeff Marootian, chefe do Escritório de Eficiência Energética e Energia Renovável do Departamento de Energia do EUA (DoE), enquanto isso, descreveu a abordagem estratégica do governo americano para descarbonizar o transporte, elogiando os esforços colaborativos entre os setores público e privado, acelerados pelo Inflation Reduction Act.(Lei de Redução de Inflação, em política monetária-fiscal).
“Sabemos que este é um esforço que requer colaboração”, disse Marootian, destacando a importância do SAF, hidrogênio e outras tecnologias facilitadoras. “Não há uma abordagem, não há uma estratégia que vá funcionar. Tem que ser uma combinação de todas elas [tecnologias]”, prosseguiu Marootian. “Nosso nível de colaboração com a FAA, com a NASA, com o Departamento de Agricultura [DoA] quando se trata de SAF em particular, tem sido maior do que nunca”, Marootian acrescentou. “Outro componente central da nossa estratégia é uma mudança no pensamento sobre comercialização. Historicamente, pensamos na comercialização como o ponto final de anos e anos de pesquisa e desenvolvimento. Agora percebemos que essa estratégia de comercialização tem que ser incorporada à P&D [pesquisa e desenvolvimento] desde o início”, finalizou Marootian.
Reed finalizou seu artigo escrevendo que os painelistas ecoaram uma mensagem clara: apesar das incertezas futuras, a indústria da aviação executiva está unida em seus esforços para atingir emissões líquidas zero. [EL] – c/ fonte