Líderes em sustentabilidade na aviação vêem o hidrogênio para futura produção SAF, em 06.06.23

O hidrogênio pode ser usado para alimentar aeronaves futuras com novos sistemas de propulsão, mas também pode ser usado para criar combustível de aviação sustentável que os aviões já podem usar hoje.
O hidrogênio poderá ser o combustível do futuro, mas provavelmente será melhor usado para criar combustível de aviação sustentável (SAF) em vez de uma fonte direta de combustível para aeronaves movidas a hidrogênio que ainda não existem hoje. Pelo menos é o que o vice-presidente sênior de estratégia da Rolls-Royce, Frank Moesta, disse em um painel de discussão sobre propulsão inovadora promovido durante a feira da associação da aviação executiva européia EBACE 2023.
“Para ser sincero, não gosto muito de pensar em queimar hidrogênio em uma aeronave”, Moesta disse. Segundo o próprio, ele preferiria ver o hidrogênio sendo usado para criar eFuel – uma forma sintética de SAF – em vez de desenvolver aeronaves com sistemas de propulsão totalmente diferentes.
Um eFuel é um combustível obtido pela combinação de dióxido de carbono capturado diretamente do ar com hidrogênio “verde”, ou hidrogênio produzido de forma sustentável por meio de um método conhecido como eletrólise, que usa eletricidade para dividir a água em hidrogênio e oxigênio.
As aeronaves atuais movidas por QAv (JET-A) podem usar eFuel e outras formas de SAF sem a necessidade de qualquer adaptação em seus sistemas de propulsão.
Moestra explicou que o eFuel pode ser produzido localmente de forma mais fácil e sustentável do que o SAF comum, que é feito a partir de matérias-primas agrícolas. Isso tornaria o eFuel mais acessível do que o SAF de processo convencional, que hoje é produzido apenas em algumas instalações em todo o mundo.
Para a aviação executiva em particular, o acesso ao combustível SAF e hidrogênio será um obstáculo significativo, disse Moesta.
Embora os principais aeroportos para o transporte comercial provavelmente adotem a infraestrutura para combustível de hidrogênio e SAF, existem milhares de aeroportos menores que apoiam a aviação privada que não têm o financiamento necessário para construir uma nova infraestrutura de abastecimento de combustível cara.
“Você não precisa transportar isso por milhares de quilômetros até um aeroporto. Se você tem energia disponível, pode produzir [eFuel] ali mesmo”, sustenta Moesta.
Como um desafio para ser superado para a viabilização de eFuel, no entanto, a indústria da aviação ainda não decifrou o código quando se trata de usar captura direta de ar e eletrólise de hidrogênio para criar eFuels, disse Erik Lindbergh, cofundador e presidente executivo da VerdeGo Aero e presidente da Lindbergh Foundation.
“Se pudermos descobrir como quebrar o hidrogênio verde, precisamos disso em todos os processos de produção SAF”, disse Lindbergh, acrescentando que a indústria precisa reduzir o custo da produção de hidrogênio verde de cerca de US$ 4 por kg para US$ 1/kg para torná-lo economicamente viável.
Lindbergh disse que ele e seus colegas gostam de se referir ao hidrogênio como “o canivete suíço da descarbonização, porque podemos usá-lo para tudo, não apenas para queimá-lo em uma aeronave. Se pudermos fazer isso, isso nos ajudará não apenas a criar SAF … mas também a criar o precursor do cultivo de alimentos, que é a amônia e fornece nosso fertilizante. Então, estamos olhando para isso de uma maneira muito holística”.
Moesta completou com uma conclusão: “Estaremos em uma sociedade de hidrogênio em algum momento, mas deveríamos realmente usá-lo para produzir eFuels e usá-lo como SAF, em vez de queimar hidrogênio em uma aeronave”. [EL] – c/ fonte