Mão de obra na cadeia de suprimentos, uma grande preocupação para a indústria aeronáutica – com fornecedores da cadeia de peça/componente menores enfrentando pressão para acompanhar a demanda de fabricantes de aeronaves, em 20.09.23


No atual espectro da indústria aeronáutica, a questão de mão de mão obra é uma preocupação contínua e, em alguns casos, crescente, apontaram palestrantes no seminário anual  JetNet iQ Summit, que aconteceu na semana passada, no Hotel TWA, no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York (EUA).

“Os mesmos problemas persistentes que enfrentamos em termos de encontrar talentos e preencher nossas necessidades de pessoal, nossos fornecedores também enfrentam”, disse David Rosenberg, vice-presidente sênior e CFO da fabricante de aeronaves Textron Aviation.

Os efeitos da Covid sobre as fabricantes de nível inferior na cadeia de suprimentos ainda lançam uma grande “sombra”, de acordo com o presidente e CEO da EMBRAER Aviação Executiva, Michael Amalfitano. Como estas provedoras fecharam ou dispensaram trabalhadores, isso restringiu o fluxo de peças, à medida que os técnicos mudavam para diferentes empregadores. “A escassez de gente aconteceu em meses, a recuperação da oferta é de anos”, destacou Amalfitano, para emendar na sua observação crítica: “Leva muito tempo para recuperar esse conjunto de competências em toda a cadeia de abastecimento”.

Particularmente afetadas foram as empresas menores que forneciam apenas algumas peças especializadas e cruciais, como peças forjadas ou fundidas.

“Quando olhamos para nossos fornecedores, muitos deles são pequenos fornecedores que talvez tivessem um técnico especializado cuidando daquela peça”, explicou Delray Dobbins, chefe de vendas e estratégia do Eagle Service Plan, da Pratt & Whitney Canada. “Depois da Covid, aquele técnico específico se foi”.

A escassez de talentos, incluindo os técnicos especializados, ocorre em um momento em que a indústria procura aumentar a produção face à forte procura por novas aeronaves.

“Quando tivemos esses níveis de carteiras de encomenda [backlogs], nossa indústria cresceu rapidamente”, disse o presidente e CEO da GAMA, Pete Bunce. “Aí quando acontece alguma coisa como uma recessão, de repente estamos olhando para demissões e temos essas amplitudes grandes. Muitas dessas empresas fecharam as portas ou estão tentando se recuperar e não têm mão de obra disponível”, acrescentou Bunce, na sua leitura do mercado.

Com as rigorosas tolerâncias no produto final de peças-componentes exigidas pelos fabricantes aeronáuticas (de aeronaves), o controle de qualidade tem sido outro aspecto da perda de mão de obra qualificada. “Mesmo quando algo é produzido e liberado e entregue, se não atender aos padrões, é devolvido”, observou Amalfitano, para completar: “Isso aconteceu neste período muito mais do que nas décadas anteriores”. [EL] – c/ fontes