Mercado de jatos executivos manteve-se firme em 2022, pela resiliência do setor, apesar de “ventos econômicos contrários” que ainda persistem e que podem perturbar o cenário de negócios, na avaliação do GJC, em em 25.02.23
O mercado de jatos executivos permaneceu forte em muitas métricas em 2022, mas ainda restam dúvidas sobre se o ano de 2023 pode trazer um ambiente mais difícil para o setor, reportou a entidade financeira, de soluções de financiamento de aeronaves executivas, Global Jet Capital (GJC) em seu último relatório de mercado – Market Brief.
O relatório da GJC do quarto trimestre de 2022 observou que as operações de vôo melhoraram na comparação ano a ano, que as encomendas de aeronaves (novas) chegaram a níveis elevados, que as transações, apesar de queda, ainda foram acima dos níveis pré-Covid e que os preços permaneceram estáveis e os estoques gerais de aeronaves disponíveis para negociação permaneceram baixos, mesmo com o aumento da lista de aeronaves.
As operações de vôo “foram um ponto brilhante” para a aviação executiva em 2022, registrou o relatório do GJC, com atividade 12% acima de 2021 e 19,1% acima de 2019. O GJC creditou o retorno de clientes existentes junto com novos participantes aos resultados. As operações diminuíram no quarto trimestre, mas ainda permaneceram 17,8% acima dos níveis de 2019, observou o GJC, “demonstrando que a ampliação da base de usuários da aviação executiva persistiu”.
As carteiras de pedidos (backlogs) combinadas da Gulfstream, Bombardier e Cessna chegaram na cifra US$ 40 bilhões no final do ano, um aumento de US$ 8 bi (25%) em relação ao ano de 2021. Embora os pedidos tenham diminuído no final do ano, ainda permaneceram nas normas históricas e a taxa book-to-bill [encomenda : entrega/faturamento] em todo o setor permaneceu acima de 1:1.
Negócios de aeronaves novas e usadas combinadas caíram 15,1% em 2022 em comparação com 2021. Mas o GJC chamou o ritmo de transações em 2021 de “não sustentável”, devido ao declínio no estoque naquele ano e às interrupções na cadeia de suprimentos. Ao mesmo tempo, porém, a demanda continuou e o volume financeiro (em US$) aumentou 5,5%, graças ao aumento dos preços. Os revendedores de aeronaves retomaram atividade em 2022 e o estoque subiu para taxa de 5% da frota de aeronaves ao final do ano, acima dos 3,1% registrado no início do ano. No entanto, a disponibilidade de aeronaves novas oscilou em torno de 3,5% no final do ano.
O GJC observou o aumento das taxas de juros em 2022 decorrente da inflação e desequilíbrio entre oferta e demanda afetada pelo efeito na produção da interrupção de componentes pela cadeia de suprimentos. Além disso, a guerra na Ucrânia, a instabilidade de energia (na Europa) e as políticas Zero-Covid na China criaram incertezas.
“A maior questão daqui para frente é o vigor da economia global, com muitos economistas esperando uma recessão em 2023”, registra o GJC no seu relatório. “Devido à proposta de valor único da aviação executiva, o mercado de jatos executivos permaneceu resiliente, mas provavelmente será testado este ano”, acrescentou a GJC no seu presságio crítico do mercado.
“Olhando para 2023, os economistas esperam que os ventos econômicos contrários persistam”, registra o GJC. “Embora muitos economistas prevejam que a economia global experimentará uma recessão em 2023, os dados do quarto trimestre de 2022 indicam que a contração pode ser menos severa do que o inicialmente esperado”. Isso testará a dinâmica do setor, acrescentou o grupo financeiro. [EL] – c/ fontes