NASA abre consulta pública para colher informações para instalação de teste de hidrogênio criogênico para fins de aeronáutica, em 13.02.25


A editora de Ciência e Tecnologia da AIN Hanneke Weitering, em postagem na plataforma on line da mídia no dia 03, escreveu artigo “NASA proposes cryogenic hydrogen test facility for Aeronautics” (NASA propõe instalação de teste de hidrogênio criogênico para aeronáutica).

Artigo:
https://www.ainonline.com/aviation-news/futureflight/2025-01-31/nasa-proposes-cryogenic-hydrogen-test-facility-aeronautics

Hanneke divulga que a NASA está buscando informações para planos propostos para montagem de uma instalação de teste de hidrogênio criogênico para dar suporte ao desenvolvimento de futuras aeronaves movidas a hidrogênio.

O Centro de Pesquisa Glenn (Glenn Research Center) da agência em Cleveland, no Ohio, emitiu uma Solicitação de Informações (RFI – Request for Information), um processo comum de documento de processo de aquisição, em 23 de janeiro convidando as partes interessadas a opinarem sobre a viabilidade técnica e a “razoabilidade” da idéia. 

O RFI não inclui detalhes específicos sobre a instalação proposta, como possível localização ou preço. A NASA ainda não está buscando propostas ou parcerias para o programa. Por enquanto, a agência está apenas “pairando” a idéia e “testando as águas”. 

De acordo com a NASA, as partes interessadas na indústria, academia e agências governamentais do EUA concordaram que uma das melhores maneiras pelas quais a agência pode apoiar o setor de hidrogênio é facilitar o teste de sistemas de hidrogênio líquido criogênico – um empreendimento que requer investimento significativo em infraestrutura.

“Testar com hidrogênio, especialmente líquido e outras formas de hidrogênio criogênico, é um empreendimento caro que requer uma força de trabalho especialmente treinada e investimentos significativos em infraestrutura além da capacidade de muitas pequenas e médias empresas”, afirma o RFI. 

Com mais de 70 anos de experiência trabalhando com hidrogênio líquido criogênico, bem como hidrogênio gasoso, a NASA tem uma riqueza de conhecimento e experiência em propulsão e armazenamento de hidrogênio. Seus experimentos aeronáuticos com hidrogênio datam da década de 1950, quando voou pela primeira vez um bombardeiro B-57B Canberra modificado com hidrogênio líquido. Desde então, a agência tem usado principalmente hidrogênio líquido criogênico para seu programa espacial, particularmente os foguetes Saturn V que lançaram as missões lunares Apollo e os tanques externos do Ônibus Espacial.

Para entender melhor as necessidades e os requisitos para o desenvolvimento e operação de uma instalação de teste de hidrogênio criogênico, e para avaliar o interesse nacional, a NASA montou uma equipe multicêntrica para começar a coletar informações.

Em seu RFI, a NASA formula uma série de perguntas sobre as capacidades e recursos de teste de hidrogênio para avaliar o status quo, avaliar as necessidades futuras e identificar quaisquer lacunas técnicas que a agência poderia ajudar a preencher.

Estabelecer uma instalação de teste de hidrogênio criogênico como uma capacidade nacional poderia ajudar a moldar o EUA como um líder em energia de hidrogênio – não apenas para propulsão de aeronaves, mas também para soluções de transporte terrestre e armazenamento de energia, argumenta a NASA. “Essas necessidades podem incluir testes em uma variedade de escalas, desde o desenvolvimento de materiais e caracterização de componentes até aeronaves de tamanho real”, afirma o RFI.

Enquanto as fabricantes de motores aeronáuticos estão explorando maneiras de alimentar motores tradicionais com combustão de hidrogênio, várias empresas no setor de mobilidade aérea avançada estão desenvolvendo aeronaves elétricas a hidrogênio usando tecnologia de célula de combustível.

As instalações de armazenamento de hidrogênio criogênico no solo podem dar suporte à operação de qualquer tipo de aeronave. No ar, no entanto, a única maneira prática para as aeronaves armazenarem hidrogênio é na forma gasosa, porque os tanques de armazenamento criogênico são muito grandes e pesados.

As células de combustível de hidrogênio usam hidrogênio gasoso, que é mais leve e simples de armazenar, mas contém densidade de energia significativamente menor do que a forma líquida. Isso torna as células de combustível de hidrogênio mais adequadas para pequenas aeronaves elétricas, como táxis aéreos eVTOL e helicópteros.

Embora não esteja voando nenhuma aeronave experimental movida a hidrogênio atualmente, a NASA está investindo ativamente na tecnologia para dar suporte à indústria em seu esforço para atingir emissões líquidas de carbono zero. No início deste mês, o programa Innovative Advanced Concepts (NIAC), ou Conceitos Avançados Inovadores, da NASA, anunciou que um programa de pesquisa liderado pela Universidade de Illinois denominado Hy2PASS estava entre os 15 projetos inovadores selecionados para receber bolsas da Fase 1 do NIAC de 2025.

O programa Hy2PASS (Hydrogen Hybrid Power for Aviation Sustainable Systems – energia híbrida de hidrogênio para sistemas sustentáveis ​​de aviação -, tem como objetivo demonstrar um trem de força híbrido que combinaria um motor de turbina a gás tradicional com células de combustível de hidrogênio.

Conceito Hy2PASS

Aeroportos se preparam para operações de hidrogênio
A RFI da NASA também sugere que sua proposta de instalação de teste de hidrogênio criogênico permitiria o desenvolvimento de procedimentos operacionais para aeroportos dando suporte a futuras aeronaves movidas a hidrogênio.

Um conjunto de fabricantes na indústria já começou a desenvolver sistemas para distribuir hidrogênio em aeroportos. Por exemplo, a ZeroAvia, que está desenvolvendo “trens de força” (powertrains)  de aeronaves elétricas a hidrogênio usando células de combustível de hidrogênio, demonstrou seu ecossistema de reabastecimento de hidrogênio em aeroportos em um centro de pesquisa no Reino Unido. A ZeroAvia fez parceria com a Airbus em um estudo de viabilidade para centros de hidrogênio nos principais aeroportos do Canadá e está trabalhando com a Shell para permitir operações de hidrogênio na Holanda.

Em 2024, a Airbus lançou um programa apoiado pela União Européia designado GOLIAT – Ground Operations of Liquid Hydrogen Aircraft (Operações terrestres de aeronaves de hidrogênio líquido), que visa desenvolver e demonstrar tecnologias de manuseio e reabastecimento de hidrogênio para aeroportos.

Com planos de colocar um avião comercial movido a hidrogênio em serviço até 2035, a fabricante francesa Airbus tem trabalhado com parceiros para obter a infraestrutura terrestre necessária. A Airbus trabalhou anteriormente com a Universal Hydrogen, sediada na Califórnia (EUA), em um sistema modular de armazenamento e entrega de hidrogênio líquido, mas a startup ficou encerrou atividades por falta de recursos financeiros em julho de 2024. [EL] – tradução