NetJets vendo negócios crescendo como “surto de mercado”, em 07.10.21


A NetJets está aumentando sua frota de aeronaves de propriedade fracionada com a adição do dos modelos cabine larga Bombardier Global 7500, que se junta à frota neste ano, e do Global 5500, no próximo ano.

A NetJets chega à feira de aviação executiva americana NBAA, que acontece nesta semana em Las Vegas, em meio a uma demanda recorde que levou a empresa a “pausar” temporariamente as vendas de cotas e fretamentos para os jatos leve EMBRAER Phenom 300 e médio Cessna Citation XLS, além de todos os negócios de crédito de vôo, no programa “cartão a jato”, enquanto acelera seus esforços de expansão da frota para atender ao aumento do negócio.

“Este ano, vamos comprar mais de 50 [novos jatos] e mais de 60 em 2022”, disse o presidente de vendas, marketing e serviços da NetJets, Patrick Gallagher.

O executivo chamou a interrupção das vendas de “medidas proativas para proteger o serviço pelo qual somos conhecidos e que nossos clientes esperam”. Gallagher ainda não ofereceu nenhum prazo para o fim da suspensão de vendas e retomada de novas contratações.

Os novos jatos, com valor da ordem de US$ 2,5 bilhões, incluirão os modelos Bombardier Global 7500, que entrará na frota neste ano, e o Global 5500, na frota no próximo ano. Por outro lado, o mix de aeronaves refletirá as proporções de frota atual de mais de 10 modelos da Bombardier, Cessna Citation, EMBRAER e Gulfstream, abrangendo as categorias dos segmentos leve e de curto alcance até o de cabine larga e ultralongo alcance.

Empolgado com o retorno do formato de reunião física e presencialmente da NBAA-BACE, Gallagher vê o encontro da feira da edição 2021 como o reflexo perfeito da dramática recuperação pós-pandemia da aviação executiva. “Todos na indústria se unindo é emblemático do que vimos pós-Covid – um ressurgimento da demanda por viagens de negócios e lazer, à medida que as pessoas tentam se reconectar em lugares que significam mais para elas”, disse Gallagher, para acrescentar: “Existem poucas maneiras melhores de fazer isso agora do que por meio da aviação privada”.

A NetJets não tem nenhuma aeronave na rampa em exibição na feira NBAA-BACE, que acontece nesta semana no Aeroporto Executivo Henderson-KHND (em Las Vegas), embora a atual escassez dde disponibilidade de aeronaves não seja o motivo. “Nunca tivemos nossa própria presença na exposição estática”, disse Gallagher. “Fizemos parceria com fabricantes quando introduzimos novas aeronaves, por exemplo, o Global 6000 com a Bombardier ou Citation Latitude dentro da área de cobertura da Textron”, exemplificou Gallagher.

Em sua exposição, Centro de Convenções de Las Vegas, a NetJets está apresentando seus próprios programas e os de suas marcas associadas da Berkshire Hathaway, incluindo gerenciamento de aeronaves e fretamento de empresas executivas Executive Jet Management e corretora de transações de aeronaves QS Partners. (QS significa “Quarter share“, ou cota-parte, o argumento de vendas da NetJets quando lançou o conceito de propriedade compartilhada em 1986, e também o sufixo do número de registro de suas aeronaves em sua frota baseada no EUA).

Os próximos jatos Global – 7500 e 6500 – são as únicas atualizações de programa dignas de nota do lado americano do negócio, mas o ‘braço’ NetJets Europe lançou neste ano um cartão de membro transatlântico para o mercado europeu, onde as flutuações sazonais nas taxas de fretamento podem variar até 50%, contra 5 a 7% flutuações entre os meses de pico e de menor demanda no EUA.

Oferecendo descontos para vôos transatlânticos “para atrair” novos participantes atraídos pelos preços fora de pico, a NetJets “descobriu que criou muito interesse nos clientes em potencial”, mas “quando as pessoas realmente se interessaram e aprenderam sobre as diferentes ofertas de produtos”, a maioria acabou adquirindo o “cartão de jato”, disse Gallagher.

Enquanto isso, apesar da pausa de venda, os negócios continuam a crescer à medida que o número de horas que os clientes estão voando e comprando “aumentou significativamente neste ano em comparação não apenas com 2020, mas também com 2019”, o ano recorde anterior, de acordo com Gallagher.

“O fracionário continua sendo nosso pão com manteiga”, disse Gallagher, com cerca de 75% de todas as horas ocupadas voadas para os cotistas de aeronaves. “Isso não mudou materialmente em muitos, muitos anos”, revelou Gallagher, referindo-se aos “cartões a jato” de um ‘portal’ no programa de propriedade compartilhada. “Dito isso”, acrescentou ele, “vemos um número significativo de clientes de cartão se transformando em propriedade fracionária agora”.

A NetJets está conduzindo pesquisas internas para determinar exatamente quantos proprietários entraram no programa por meio de seus “cartões a jato”. “Parece uma pergunta fácil de responder, mas às vezes é um pouco mais difícil de rastrear ao longo de 10 anos de relacionamento”, disse Gallagher, especialmente quando um comprador compra um “cartão a jato” e, subsequentemente, forma uma LLC ou outra estrutura para comprar uma cota de aeronave, em compartilhamento. “Estamos fazendo um mergulho profundo para analisar os números reais. Minha hipótese é que é realmente muito”, completou Gallagher.

A provedora/operadora também intensificou suas iniciativas de sustentabilidade, lançando um programa de sustentabilidade global há um ano e, este ano, expandindo seu programa opcional de compensação de carbono Blue Skies para os clientes. Também está investindo na WasteFuel, uma empresa que pode converter lixo municipal em combustível de aviação sustentável (SAF), e se comprometendo a comprar US$ 100 milhões do SAF desta empresa fornecedora na próxima década.

Com cerca de 800 aeronaves, a NetJets continua a ser a maior operadora de jatos executivos do mundo, desfrutando do que Gallagher chama de “um amplo fosso competitivo” para sua reserva de mercado. Mas os principais desafiadores da provedora de acesso, como a Directional Aviation (com a Flexjet, a Sentient Jet e a PrivateFly), a Vista Group (VistaJet, XO) e a Wheels Up – continuam a crescer, usando fundos privados, SPAC e IPO para aporte de investimentos, em um nível que a Berkshire Hathaway, controladora da NetJets, pode não estar disposta a igualar.

No questionamento da mídia AIN de como a NetJets vê a evolução do mercado de acesso neste ambiente competitivo, Gallagher responde: “a participação de mercado realmente não é algo com que nos preocupamos. Nós nos concentramos todos os dias em estabelecer o padrão de segurança e serviço em nosso setor e cuidar de nosso pessoal. Se continuarmos a fazer essas coisas excepcionalmente bem, a participação no mercado continuará a cuidar de si mesma”.

Enquanto isso, a atividade da aviação executiva está “voltando a níveis que ninguém esperava na indústria – é realmente impressionante”, pontuou Gallagher. Mas a utilização recorde e os desafios de pessoal estão “sobrecarregando a infraestrutura de viagens aéreas de maneiras que não víamos há anos”, destacou Gallagher, para apontar: “Tudo, desde abastecimento de combustível e espaço de rampa a catering e transporte terrestre, está sendo levado ao limite em muitos locais”. [EL] – c/ fontes