No desenvolvimento do projeto, startup suíça Sirius revisa suas aeronaves executivas elétricas por hidrogênio, em 04.07.24


A startup suíça Sirius Aviation, em meados de junho, atualizou e revelou mais detalhes das suas duas aeronaves executivas elétricas a hidrogênio, que foram anunciadas em janeiro. Na feira de mobilidade Move Expo, em Londres (Inglaterra), entre os dias 19 e 20 de junho, a Sirius  e sua parceira no projeto BMW Group-Designworks fizeram uma apresentação conjunta do desenvolvimento de duas variantes de aeronave executiva elétrica a hidrogênio.

Com base nos planos anunciados pela primeira vez em janeiro, a Sirius Aviation “rebatizou” as variantes – de Sirius Business Jet para CEO Jet (variante para o transporte executivo) e de Sirius Millenium Jet para Adventure Jet (variante para o transporte de fretamento).

A Sirius divulgou agora que ambas as aeronaves terão capacidade de alcance de 1.000 MN – ante apenas 565 MN do Millenium Jet (de cinco passageiros) e de uma distância “tão longe” para o Business Jet (de três passageiros). As duas aeronaves terão capacidade de velocidade de 281 KT e de operar à altitude de até 30.000 pés. O Adventure Jet (MOTW de 3.500 kg) deverá ser capaz de operar em locais que não possuem pista preparada.

Segundo a Sirius, reabastecer a aeronave com hidrogênio gasoso para suas células de combustível custará cerca de US$ 500, com base na avaliação dos preços de mercado em 2028, ano previsto da entrada em serviço.

De acordo com Sirius e BMW, a cabine do CEO Jet contará com “banheiros sob medida”, geladeiras para champanhe e acomodações para animais de estimação para passageiros “exigentes”. As parceiras alegam que o Adventure Jet terá um “design pronto para exploração”.

O projeto aerodinâmico é de uma fuselagem de linhas curvas, com solução do tipo canard – com uma superfície horizontal dianteira -, uma asa (principal) alta e uma estilosa cauda em “V” – com duas derivas inclinadas.A Sirius divulga que seu sistema de propulsão próprio usará células de combustível de hidrogênio para alimentar 28 hélices em duto (ducted fan), com 20 unidades montadas na asa principal da aeronave, enquanto oito montadas na dianteira, na superfície (asa) de solução aerodinâmica do tipo canard. As hélices têm diâmetro de 30 cm, cada unidade gerando potência de 100 daN, com cada unidade motora pesando 21,2 lb. (9,6 kg).

Vídeo sistema de propulsão:
https://siriusjet.com/sirius-jet/hydrogen-electric-powertrain/#hydrogen-system-video

O conceito de hélices em duto (ducted fan), “ventilador canalizado”, lembra um pouco o Lilium Jet eVTOL elétrico à bateria; no entanto, a Sirius incorporou uma cauda com formato “V” (com duas derivas inclinadas), enquanto a Lilium montou a asa na parte traseira da fuselagem.

A Sirius projetou as duas aeronaves “Sirius Jet” com colaboração do estúdio de inovação Designworks, da BMW, e da equipe de automobilismo Sauber Group.

“Estamos preenchendo a lacuna para indivíduos que desejam possuir um jato executivo com orgulho em um futuro que valoriza a consciência ecológica”, disse o CEO da Sirius, Alexey Popov. “Nossos clientes inspirarão admiração e respeito, promovendo uma cultura de positividade em vez de julgamento ou crítica.” Segundo Popov, os trabalhos de engenharia em ambas as aeronaves começaram há três anos e, com o apoio do grupo israelense de engenharia aeroespacial ALD, a Sirius pretende ter a base de certificação aprovada pela FAA em meados de 2025. A meta é concluir a certificação Tipo em meados de 2028, para a entrada em serviço ainda em 2028.

A Sirius está agora construindo uma maquete em escala real (mock-up) do CEO Jet que espera exibir na feira de aviação executiva do Oriente Médio (MEBAA) em Dubai em novembro. Espera-se que um protótipo aeronavegável (operacional para vôo) seja construído até o terceiro trimestre de 2025.

A Sirius enfrenta a concorrência da startup francesa Beyond Aero, que está trabalhando em sua própria aeronave executiva elétrica a hidrogênio.

Em maio, a Beyond Aero confirmou que a aeronave BYA-I deverá transportar entre seis e oito passageiros, com alcance de 800 MN e velocidade de cruzeiro de 310 KT.

A Beyond Aero já construiu e voou um demonstrador de tecnologia em subescala de 85 KW. A equipe de engenharia da Beyond Aero, baseada em Toulouse, está agora trabalhando em um sistema de propulsão de classe de 1 MW para acionar duas unidades de propulsão por hélice na parte traseira da fuselagem. Inicialmente, estes funcionarão com hidrogênio gasoso, mas a empresa pretende mudar para hidrogênio líquido quando isto for viável.

Em janeiro, a Sirius Aviation lançou sua Família de aeronaves executivas elétrica por hidrogênio, com a apresentação do projeto conceitual, basicamente um modelo VTOL elétrico a hidrogênio, descrito como “jato” executivo, com duas variantes, uma para uso privado e outra para serviços aéreos comerciais de táxi-aéreo. A Sirius divulgou sua pretensão de certificação da aeronave e entrada em serviço até 2028.

O conceito aerodinâmico é de uma fuselagem de linhas curvas, com solução do tipo canard – com uma superfície horizontal dianteira -, uma asa (principal) alta e uma estilosa cauda em “V” – com duas derivas inclinadas.

O Sirius Business Jet, idealizado para transporte privado, tem capacidade para quatro ocupantes – um piloto e até três passageiros – e um alcance de vôo previsto de 1.150 SM (1.850 km, ou 1.000 MN). O Sirius Millennium Jet, maior, tem capacidade para seis ocupantes – um piloto e até cinco passageiros – e um alcance de vôo previsto de 650 SM (1.050 km, ou 565 MN). No prospecto, as duas variantes  deverão ser capazes de voar em altitudes de até 30.000 pés a uma velocidade de cruzeiro de 520 km/h (323 MPH, ou 281 KT). O reabastecimento da aeronave, que envolve carregar as células de combustível de hidrogênio com gás hidrogênio, provavelmente custará cerca de US$ 500, estimava a a Sirius. A Sirius afirmou que suas aeronaves serão muito silenciosas, gerando menos de 60 decibéis de ruído a uma distância de 100 m. (328 pés) – tão ruidosas quanto uma máquina de lavar louça típica e silenciosas o suficiente para permitir operações em áreas povoadas onde a poluição sonora é uma preocupação. [EL] – c/ fonte