Operação “Cessna”: grupo de 22 suspeitos do roubo de um C206 particular em Teresina/PI é preso, em 19.03.23


Fonte: g1 – 16/03/2023
Vinte e dois suspeitos de participação do roubo de um avião do monomotor Cessna C206 particular, do Clube de Ultraleve do Piauí, em Teresina (PI), foram presos nesta quinta (16) com a deflagração da Operação “Cessna” (referência ao modelo da aeronave roubada), da Polícia Civil do Estado (PC-PI). O crime aconteceu no dia 14 de janeiro deste ano.

Ao todo, foram emitidos 22 mandados de prisão temporária e todos foram cumpridos. Além das ordens de prisão, também foram concedidos pela Justiça 31 mandados de busca e apreensão.

Em Teresina (PI), foram cumpridos oito mandados de prisão (36%) e 15 mandados de busca e apreensão (48%). Os alvos da operação na capital são investigados pela execução do roubo, pelo uso de armas de fogo pesadas e por ter mantido o vigia e a família dele refém durante a ação criminosa.

Uma das prisões realizadas na capital piauiense foi a do filho do piloto contratado do avião, que, segundo a polícia, teria ajudado no crime passando informações privilegiadas sobre o funcionamento do aeroclube onde a aeronave estava e sobre as condições de vôo da aeronave.

No Maranhão (MA), foram cumpridos sete mandados de prisão (32%) e 12 mandados de busca e apreensão (39%). As ordens judiciais foram executadas nas cidades de São Luís, Paço do Lumiar, Lago da Pedra, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues e Araguanã. No Estad vizinho ao Piauí, os alvos são investigados pela aquisição de armamentos, gerenciamento financeiro e logístico da ação criminosa, além da adulteração da aeronave roubada e aquisição de combustível de aviação. Segundo a PC-PI, alguns dos investigados possuem vínculo com o Aeroporto Coronel Alexandre Raposo (SNOZ), do município de Paço do Lumiar, na região metropolitana da capital maranhense (a cerca de 8 Mn a NE do Aeroporto Marechal Cunha/SBSL).

Em Pernambuco (PE), foi cumprido um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão. O alvo é suspeito de ter alugado o veículo utilizado para transportar os criminosos no momento do crime.

Em Mato Grosso (MT), também foi executada uma ordem de prisão e três de busca e apreensão. No estado do centro-oeste, a polícia investiga suspeitos de organizar a logística para reabastecer o avião roubado, em uma pista clandestina na zona rural da cidade de Juara, a 690 km de Cuiabá.

Conforme a investigação, a aeronave seria levada para a Bolívia, mas teve que fazer um pouco forçado por falta de combustível, ainda em Juara (MT), no dia 22 de janeiro. Na ocasião, três homens foram presos e o avião foi recuperado.

Filho de piloto teria ajudado grupo a roubar avião de médico em Teresina
Um dos principais suspeitos de participação no roubo do monomotor é o filho do piloto contratado para a aeronave. Não há suspeitas de que o piloto tenha participado.

“Ele passou informações privilegiadas sobre o funcionamento do aeroclube e sobre a situação da aeronave, que ela estava em perfeitas condições de uso”, informou o delegado Francírio Queiroz.

A polícia informou ainda que identificou diversas transações financeiras entre o grupo criminoso e o filho do piloto, mas os valores não foram informados por questões de sigilo e para não atrapalhar as investigações.

O plano inicial era roubar um avião de outro Estado, mas os criminosos mudaram de idéia após o filho do piloto passar as informações. Conforme a polícia, ele não tinha envolvimento com crimes, mas convivia com pessoas que tinham e a Polícia acredita que foi a partir disso que ele foi “cooptado” para fazer parte do esquema.

O esquema, conforme as investigações, tinha como objetivo roubar o avião para uso no tráfico de drogas e alguns dos envolvimentos tinham envolvimento com narcotraficantes da Bolívia.

O grupo era extenso e os núcleos em Teresina eram responsáveis por identificar o bem a ser roubado, planejar e executar o roubo. Em São Luís (MA) foi feita a adulteração da aeronave. Em Bacabal (MA), a 105 MN a SW de São Luís, processou-se o armamento e a movimentação financeira.

No MT, os integrantes receberiam e levariam o avião para a Bolívia. Foi a dificuldade de abastecimento devido ao trabalho da polícia junto aos locais de combustíveis que levou a um pouso forçado, que acabou viabilizando a recuperação do avião.