Painelistas no seminário da JetNet ainda veem “ventos contrários” para disponibilidade da cadeia de suprimentos e de mão de obra técnica de produção – embora os obstáculos na cadeia de suprimentos possam diminuir, a mão de obra continuará sendo uma questão crucial, em 02.10.24


O editor-sênior da mídia AIN escreveu, no dia 02, post para cobrir um painel de discussão da indústria aeronáutica durante seminário anual da consultora – o JetNet iQ Jetnet iQ Global Business Aviation Summit (Seminário Global de Aviação Executiva JetNet iQ), que aconteceu  nos dias 24 e 25, em Nova Iorque (EUA).

A cadeia de suprimentos e mão de obra qualificada em aeronáutica  estão mantendo os níveis de produção de aeronaves sob controle, de acordo com Ron Epstein, diretor administrativo da unidade de pesquisa de mercado global do Bank of America Merrill – a Bank of America Merrill Lynch Global Research. Falando em um painel no JetNet iQ Summit, Ron observou que a situação não se limita apenas à aviação executiva. “Não é apenas esta indústria; toda a indústria aeroespacial e de defesa é limitada”, disse Ron. “Você tem uma indústria que é limitada do ponto de vista de mão de obra e você tem várias restrições na cadeia de suprimentos, então acho que a boa notícia é que ninguém pode produzir em excesso”, Ron prosseguiu.

Ron acrescentou que o paradigma está levando à estabilidade nos preços, em um cenário que as fabricantes não precisam se preocupar com uma fábrica sendo capaz de aumentar a produção e tratante em reduzir os preços. Ron também acredita que, como resultado, as fabricantes aeronáuticas estão atualmente subproduzindo em relação à demanda, o que também ajuda para impulsionar os preços.

Um dos ‘gargalos’ na cadeia de suprimentos são os motores, e Frank Moesta, vice-presidente sênior de estratégia e programas futuros da Rolls-Royce Deutschland, observou que a fabricante de motores britânica também está enfrentando “ventos contrários” que a impedem de aumentar muito a produção. “Para nós, na Alemanha [unidade de produção da RR], não é necessariamente mão de obra. Temos a mecânica, temos o equipamento, é só que quando você não consegue peças, não consegue fabricar os motores”.

A crise de mão de obra está sendo sentida por todo o ecossistema da aviação, disse Jo Damato, vice-presidente sênior de educação, treinamento e desenvolvimento da força de trabalho da NBAA. Damato citou o recém-lançado relatório de projeções da Boeing – o Boeing Outlook 2024 -, que prevê demanda por mais de 700.000 pilotos e 900.000 técnicos nos próximos 20 anos. “Estamos todos competindo por esses recursos [humanos – de mão de obra], e a melhor coisa que podemos fazer é um esforço concentrado para atraí-los e mostrar a eles por que a aviação como um todo é uma boa decisão para um investimento de carreira, e então o que precisamos fazer na aviação executiva para obter esse funil de uma rede muito ampla para envolvê-los sobre o que temos a oferecer”, discorreu Damato.

Damato observou que as escalas salariais de pilotos comerciais estão disponíveis publicamente, facilitando para os pilotos calcularem seu valor potencial em termos de pagamento-compensação (benefícios): “Se você está no meio da carreira e comparando o que acha que seu pacote de compensação [benefícios] se parece na aviação executiva [PART-135] com [PART-121, do transporte comercial regular], pode ser parte da conversa”.

A NBAA divulgou sua própria pesquisa de pagamento-compensação (benefícios) no início deste mês, que mostrou que os salários da aviação executiva aumentaram em 10%.

“Podemos competir em algumas outras coisas também”, disse Damato. “Também é equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e é a parte cultural. Se houver uma boa experiência e uma boa cultura de funcionários, o atendimento ao cliente segue adiante”, completou Damato. [EL] – c/ fonte