Petrobras discute com Índia colaboração em exploração e produção de óleo e gás e também desenvolvimento de SAF, em 22.09.24


Fonte: Estadão/InfoMoney – 21/09/2024
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, se reuniu com o ministro de Petróleo e Gás Natural da Índia, Hardeep Singh Puri, e sua comitiva, no dia 19, na sede da estatal, no Rio de Janeiro.

Ao Estadão/Broadcast, a Petrobras informou que as partes conversaram sobre possibilidades de cooperação entre a estatal brasileira e empresas indianas na área de energia, mas que nenhuma decisão foi tomada.

No dia 20, como já mostrado pelo Estadão/Broadcast, o ministro indiano escreveu em suas redes sociais que, além da colaboração entre os dois países em exploração e produção de óleo e gás, foi discutida a possibilidade de elevar as importações de petróleo bruto originados da estatal brasileira.

Atualmente, a maior parte do petróleo brasileiro vai para a China e Europa, regiões que receberam respectivamente 50% e 30% do óleo bruto exportado pela estatal no segundo trimestre deste ano. As exportações à Índia não são discriminadas, com o país integrando um bloco chamado “Ásia (Ex China)”, que recebeu por 9% das exportações da Petrobras no período. Um aumento da participação da Índia nessas compras levaria, possivelmente, ao deslocamento de cargas que vão para outras regiões do mundo hoje.

A Petrobras exportou 651 mil barris de petróleo por dia nos três meses de abril a junho de 2024.

“Discutimos os passos para aumentar ainda mais as compras de petróleo bruto entre a Petrobras e empresas de energia indianas, além de oportunidades de colaboração na Índia e no Brasil, especialmente em projetos de exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas”, afirmou Puri no Threads, rede social da Meta. O ministro indiano ainda citou o pioneirismo brasileiro em biocombustíveis e escreveu que os dois países vão trabalhar para desenvolver combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF).

No dia 13, a Petrobras inaugurou o Complexo de Energias Boaventura (ex-COMPERJ). O empreendimento, localizado em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro, é composto pela maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do país e pelo gasoduto Rota 3, que transportará gás do pré-sal da Bacia de Santos.

Quando estiver em pleno funcionamento, o Complexo de Energias Boaventura vai viabilizar o escoamento de até 18 milhões de m³/dia, pelo Projeto Integrado Rota 3, e o processamento, pela UPGN, de até 21 milhões de m³/dia de gás natural.

O Gasoduto Rota 3 tem 355 km de extensão e capacidade para escoar até 18 milhões de m³ de gás natural por dia.

O ativo já conta com mais de 600 profissionais, entre próprios e terceirizados, envolvidos diretamente na operação, manutenção de equipamentos e suporte operacional do gasoduto e das plantas de processamento de gás e de utilidades.

Além do gasoduto implantado para o escoamento de gás natural e da UPGN, a Petrobras está trabalhando em outros projetos no Complexo, que incluem [1] duas termelétricas a gás, para participação nos leilões previstos pelo setor elétrico, e [2] unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes. Visando atingir emissão zero de carbono pela companhia, também está sendo estudada a implementação de uma planta de biocombustível dedicada, que produzirá diesel e QAv 100% renováveis. Outra frente importante do ativo será a [3] captura de carbono, conectando-o ao projeto piloto do hub de CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage – ou, captura, uso e armazenamento de carbono) no Rio de Janeiro.

A Petrobras prevê investimentos de aproximadamente R$ 20 bilhões no setor de refino no Estado do Rio de Janeiro nos próximos anos. No Complexo de Energias Boaventura serão investidos R$ 13 bilhões, na implantação de plantas de produção de lubrificantes, diesel e QAv. Outros R$ 7 bilhões serão investidos em melhorias na refinaria de Duque de Caxias (REDUC).

Após a conclusão das obras de todo o Complexo de Energias Boaventura, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 20 mil bpd de querosene de aviação (QAv-1), 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II e 75 mil bpd de diesel S-10. A planta vai operar em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (REDUC).