Petrobras inicia processo de contratação para retomada de obras do Polo GasLub (ex-COMPERJ), em Itaboraí (RJ), que incluem planta para produção de QAv, em 09.05.24


No dia 02, a Petrobras divulgou que lançou processo de licitação pública para contratação das empresas que vão realizar as obras de construção e de conclusão de unidades operacionais no Pólo GasLub, em Itaboraí (RJ).

A retomada do Pólo GasLub, anteriormente denominado COMPERJ, cujas obras foram interrompidas em 2015, está alinhada à estratégia da Petrobras de modernizar o seu parque de refino e oferecer ao mercado produtos avançados e com alto valor agregado.  Serão construídas e concluídas unidades de Hidrocraquamento Catalítico (HCC), de Hidrotratamento (HDT), de Desparafinação por Isomerização por Hidrogênio (HIDW), unidades auxiliares, utilidades, off-sites e dutos extramuros.

Após a conclusão das obras, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, além de 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAv-1), de baixíssimo teor de enxofre.

Segundo o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, “a decisão da companhia reforça a estratégia de manter sua atuação com ativos focados na proximidade entre a oferta de óleo e gás e o mercado consumidor”.

Para o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos, “a modernização do parque de refino, além de aumentar a produção de combustíveis e a qualidade dos lubrificantes, vai inserir a Petrobras nos mais modernos padrões internacionais de produção”.

Além de se posicionar entre os produtores de óleos básicos lubrificantes de Grupo II, mais avançados, com a implantação da nova planta no Pólo GasLub a Petrobras vai viabilizar o processamento de correntes intermediárias oriundas da REDUC (refinaria de Duque de Caxias, na baixada fluminense) e eliminar restrições operacionais, adequando grande parte das instalações e unidades do antigo COMPERJ, compatibilizando eficiência e rentabilidade.

Em fevereiro passado, o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras (PETR), Mauricio Tolmasquim, disse que a petroleira vai reservar as unidades dedicadas de produção de combustíveis renováveis para a produção de combustível de aviação sustentável (SAF). T olmasquim detalhou que a unidade totalmente dedicada à produção de BioQAv na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), terá capacidade para produzir 15 mil barris por dia (bpd) do produto, enquanto a unidade a ser ativada no Pólo Gaslub, no RJ (em Itaboraí), vai produzir 19 mil bpd. Os dois projetos somarão produção de 34 mil barris por dia (bpd) de SAF, com a Pólo Gaslub respondendo (em parcela) por 55,9% e a RPBC respondendo por 44,1%. Somada, a futura capacidade de 34 mil bpd vai representar até 30% do mercado atual brasileiro, volume, portanto, “relevante” nas palavras de Tolmasquim.

A PETROBRAS possui e opera 11 refinarias no Brasil, com capacidade líquida total de destilação de petróleo bruto de 1.851 milhão de barris de óleo por dia (mbbl/d), além de um empreendimento em fase de implantação, o Polo GasLub.

O querosene de aviação (QAv) é produzido nas seguintes (6) refinarias:
– Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), no município de Canoas, no RS
– Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no município de Araucária, no PR
– Refinaria de Paulínia (REPLAN), em SP
– Refinaria Henrique Lage (REVAP), em São José dos Campos, em SP, abastecendo 80% da demanda do mercado paulista e 100% do Aeroporto Internacional de Guarulhos
– Refinaria Duque de Caxias (REDUC), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no RJ
– Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, em MG

A Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), produz AvGas.

Na Bahia, empresa privada Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, também produz.