Planos de compra de aeronaves executivas na Ásia-Pacífico permanecem estáveis, mas otimismo de operadores cai – mais da metade dos entrevistados da pesquisa da ASG planejam comprar uma aeronave no ano que vem, mas menos entrevistados querem uma aeronave nova; partidas de vôo caem, com aeronaves cabine larga continuando a predominar na operação e preferência na região, especialmente na Grande China, pelo relatório trimestral do ASG – Asian Sky Group, em 08.12.24


Embora o interesse de compra permaneça estável e a utilização de aeronaves executivas ainda esteja aumentando, o otimismo diminuiu nas regiões da Ásia-Pacífico, Oriente Médio e Norte da África no terceiro trimestre, de 79,7% para 77,2%, de acordo com o relatório de mercado do terceiro trimestre do Asian Sky Group (ASG), empresa líder em transações e consultoria de negócios e aviação geral na Ásia-Pacífico (APAC). Nesta cena, todavia, o otimismo está em alta na Grande China, aumentando de 63,2% para 68,8%, e na Oceania, que subiu de 63,6% para 75%, de acordo com os entrevistados da pesquisa. Além disso, os entrevistados do sudeste e nordeste da Ásia ainda registraram o maior nível de otimismo entre todas as sub-regiões, com 86,5%.

O uso de aeronaves executivas aumentou para 48,8% dos entrevistados na pesquisa da ASG, enquanto diminuiu para 26,2% e permaneceu inalterado nos 25% restantes.

Do grupo que reportou aumento da utilização de aeronaves, parcela de 19% declarou voar pelo menos 20% a mais.

As partidas de aeronaves executivas da região da Ásia-Pacífico no terceiro trimestre caíram 97 movimentos (3,4%), de 28.448 partidas para 28.351 partidas, na comparação trimestre x trimestre (3T24 x 2T24).

Os jatos cabine larga de longo alcance Bombardier Global Express/6000/6500 responderam por 2.344 partidas (1ª) e 6.641 horas-voadas (2ª), os jatos Gulfstream G600/650 responderam por 2.229 partidas (2ª) e 7.403 horas-voadas (1ª).

O relatório destaca que, no final do 3T24, cerca de 435 jatos Global 6000 e 6500 estavam em serviço com operadores comerciais, governamentais e militares em todo o mundo. A América do Norte tinha a maior frota baseada com 198 jatos Global 6000 e 6500 (participação de 45,5%), sendo 135 Global 6000 e 63 Global 6500.

Do segmento de jato leve, quanto a partidas, destacam-se o Cessna Citation Mustang e o Pilatus PC-24. O CJ Mustang performou 1.807 partidas (3ª posição) e 1.529 horas de vôo (10ª posição), com média 00h50m/vôo. O PC-24 performou 1.667 partidas (4ª posição) e 2.169 horas de vôo (9ª posição), com média 01h18m/vôo.

Notavelmente, dois novos modelos de aeronaves entraram no topo do ranking pela primeira vez: o jato leve Cessna Citation CJ1, com 805 partidas (11ª) e 915 horas-voadas (12ª), e o jato cabine larga de ultralongo alcance Bombardier Global 7500, com 706 partidas (12ª) e 915 horas-voadas (5ª). 

Na comparação trimestral, o Cessna Citation CJ1 (805 partidas, na 11ª posição/915 horas voadas – 01h05m – na 12ª) registrou um aumento de vôo de 9,8%, atribuível a sua versatilidade e eficiência, tornando-o uma opção atraente para viagens de curta e média distância

Já o jato Global 7500 (706 partidas na 11ª posição/3.088 horas voadas – 04h22m – na 5ª posição) teve aumento modesto de 2,6%, pelo seu alcance excepcional para viagens de longa distância, colocando na quinta posição em horas voadas, atrás dos modelos Gulfstream G600/650 (2.229 partidas – 2ª posição/7.403 horas voadas – 03h19m – 1ª posição), Global Express/6000/6500 (2.344 partidas – 1ª posição/6.641 horas voadas – 02h50m – 2ª posição), Bombardier Challenger série 600 (1.608 partidas – 5ª posição/3.194 horas voadas – 01h59m – 4ª posição) e Gulfstream GV/500/550 (1.489 partidas – 6ª posição/4.333 horas voadas – 02h55m – 3ª posição).

Em número de partidas, a Bombardier lista 3 modelos, o Global Express/6000/6500 (2.344 partidas – 1ª posição/6.641 horas voadas – 02h50m – 2ª posição), o Challenger série 600 (1.608 partidas – 5ª posição/3.194 horas voadas – 01h59m – 4ª posição) e o Global 7500 (706 partidas na 11ª posição/3.088 horas voadas – 04h22m – na 5ª posição), somando 4.658 partidas e 12.932 horas voadas.

A Gufstream lista 3 modelos, Gulfstream G600/650 (2.229 partidas  – 2ª posição/7.403 horas-voadas – 1ª posição), G500/550 (1.489 partidas  – 6ª posição/4.333 horas voadas – 3ª posição) e G350/450 (1.192 partidas – 9ª posição/2.733 horas voadas – 6ª posição), somando 4.910 partidas e 14.460 horas voadas.

A EMBRAER aparece no ranking das 12 maiores partidas com o modelo Legacy 660/600, com 14.86 partidas (7ª) e 2.233 horas voadas (7ª posição), junto da linha (foram de produção) Hawker 700/750/800/850/900, com 1.366 partidas (8ª)  e 2.209 horas voadas (8ª posição). A Dassault está neste ranking apenas com o modelo Falcon 2000, com 942 partidas (9ª) e 1.305 horas voadas (11ª posição).

Do total no trimestre de 28.351 partidas de aeronaves executivas, a Gufstream respondeu por 17,3%, seguida da Bombardier com 16,4%.

Da perspectiva de participação de mercado por fabricante na atividade de vôos, a Textron (28,1%) e a Bombardier (24,8%) continuaram a dominar o mercado, respondendo juntas por 52,9% do total de vôos. Na sequência, a Gulfstream responde por 20,3% da atividade de vôos, EMBRAER por 10,1%, Dassault, por 7,5%, Pilatus, por 5,9%, Honda, por 1,6% e Airbus e Boeing, com parcelas inferior a 1% (somando 1,3%), e outras fabricantes somando 0,4%.

Embora continuem sendo os dois países com o maior número de partidas de jatos executivos ao longo do ano, passado, a Austrália e a Índia experimentaram mudanças notáveis ​​nos últimos seis meses. Os vôos da Austrália se recuperaram acentuadamente em agosto e setembro após um período de menor demanda. Da mesma forma, a Índia viu uma recuperação nos números de vôos durante o terceiro trimestre, recuperando-se de seu ponto mais baixo do ano em junho (no 2T24). As partidas de vôos do Japão caíram no terceiro trimestre, enquanto a China continental teve um ligeiro aumento quando comparada ao segundo trimestre. Tanto a Indonésia quanto a Tailândia mantiveram números de partidas relativamente estáveis ​​durante o terceiro trimestre.

Austrália registrou cerca de 2.250 partidas em julho e cerca de 2.500 partidas em agosto e setembro. A Índia registrou cerca de 2.100 partidas em julho, cerca de 2.000 partidas em agosto e cerca de 2.250 partidas em setembro. A China Continental registro estabilidade em julho e agosto, com cerca de 10.000 partidas, chegando a 1.125 partidas em setembro.

Mumbai (Índia) registrou partidas no ano acumuladas de 3.409 vôos. Depois de atingir uma baixa de um ano em junho, os vôos de Mumbai no 3T24 se recuperaram significativamente, com um aumento em comparação ao 2T24, passando de 1.075 para 1.085 partidas (0,93%).

Nova Déli (Índia) soma 3.268 partidas no ano. No 3T24, foram 1.060 partidas, versus 994 partidas no 2T24 (alta de 6,6%).

A Índia é agora uma das principais economias de crescimento mais rápido do mundo, com uma taxa de crescimento do PIB de 8,2% para o ano fiscal que termina em março de 2024. Mumbai, como a cidade com o maior PIB nesta economia dinâmica, apresenta significativas oportunidades de crescimento.

Sydney (Austrália) soma no ano acumulado ano, com 3.700 partidas. No 3T24, foram 1.194 partidas, versus 1.281 partidas no 2T24 (uma queda de 6,8%).

Cingapura acumula no ano 3.528 partidas. No 3T24, foram 1.157 partidas, versus 1.179 partidas no 2T24 (queda de 1,9%).

Enquanto isso, mais da metade dos entrevistados – 56,6% – indicou interesse na aquisição de uma aeronave no próximo ano.

O ASG aponta que este interesse é consistente com seu relatório do segundo trimestre.

Deste grupo, parcela de 34% planeja recorrer ao mercado de usados ​​e 22,6% prefere aeronaves novas – este nível em queda a 29,1% no quarto trimestre de 2023, uma queda que o ASG entende que pode ser atribuída ao aumento dos custos de novas compras e à incerteza econômica.

No entanto, apenas 29,4% dos entrevistados consideraram o mercado de usados ​​como “relativamente equilibrado”, abaixo dos 43,3% no segundo trimestre.

Adicionalmente, a pesquisa levantou que 41,2% consideraram o mercado de aeronaves usadas como um “mercado de comprador”, enquanto 20,6% o consideraram um “mercado de vendedores”.

Conforme esperado para as regiões pesquisadas, jatos grandes continuam sendo as escolhas mais populares para aeronaves de asa fixa. Mais da metade dos entrevistados na Grande China — 53,3% — e um terço do Oriente Médio e Norte da África preferiram jatos grandes. No entanto, cerca de 30,8% no Sul da Ásia e 31,3% no sudeste e norte da Ásia preferiram jatos médios.

Um pouco menos de entrevistados, 44,4%, indicaram planos de fretar aeronaves nos próximos três meses. Isso caiu de 48,7% na pesquisa anterior.

A pesquisa do terceiro trimestre da ASG sobre o humor e as intenções da indústria atraiu mais de 200 respostas de profissionais da aviação executiva, com quase um terço vindo do Sudeste e Nordeste da Ásia e outros 23,9% da Grande China. Oceania, Sul da Ásia, Oriente Médio e Norte da África representam a maior parte do restante. Cerca de metade dos entrevistados eram do setor de jatos executivos, com o restante envolvido com atividades de turboélice e helicópteros à turbina. [EL]