Por enquanto, “ventos a favor” prevalecem aos “ventos contrários” para o mercado da aviação executiva, principalmente de jatos, mas “há nuvens claramente escuras à frente”, em 26.05.22


Em artigo postado na mídia AIN nesta terça dia 24, intitulado “For Now, Bizav Tailwinds Are Stronger Than Headwinds” (Por enquanto, “ventos de cauda” para aviação executiva são mais fortes do que os “ventos de proa”), o articulista Charles Alcock aborda o momento aquecido da atividade de vôo do mercado da aviação executiva operada por jatos e turboélices.

Conforme o artigo, o tráfego da aviação executiva está superando o das cias. aéreas do transporte comercial (“linha aéreas”) à medida que o setor continua se recuperando do Covid.

Novos dados divulgados pelos analistas da provedora de dados WingX Advance mostraram que os 247.668 setores de jatos e turboélices, executivos, registrados durante os primeiros 16 dias de maio representaram uma melhoria de 13% em relação a maio de 2019 (pré-pandemia) e um aumento de 21% em comparação com o mesmo período do ano passado (2021). Por outro lado, os vôos regulares de passageiros das transportadoras permaneceram 23% abaixo dos níveis de maio de 2019, embora tenham sido 35% melhores que os de maio de 2021.

No entanto, destaca Alcock, por trás desses números, há sinais de que os “ventos contrários” econômicos podem superar os “ventos a favor”.

“Não há dúvida de que a aviação executiva ainda está fora de sincronia com a situação econômica global”, disse o diretor administrativo da WingX, Richard Koe, para o artigo de Alcock na AIN. “Em algum momento, haverá uma redefinição, pois há nuvens claramente escuras à frente”, aponta Koe.

Por enquanto, porém, diante da inflação alarmante e da insegurança causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, a demanda por aviação privada não mostra sinais de arrefecimento.

Na semana que começou em 09 de maio, os números de vôos executivos globais continuaram a crescer a uma taxa de 2% em relação à semana anterior. As operações comercialmente certificadas, incluindo aquelas conduzidas sob as regras do transporte PART-135 (transporte público não-regular, por fretamento) e PART-91 Subparte “K” (transporte privado – operação compartilhada), representaram 48% de todos os setores voados na semana passada.

No entanto, houve variações geográficas significativas nessas tendências.

O tráfego na África e no Oriente Médio aumentou mais de 20% e na Europa, 7%. Isso contrastou com uma queda acentuada na América do Sul e apenas um aumento modesto de 2% na América do Norte.

Até agora este ano, os setores de aviação executiva estão 15% acima do mesmo período de janeiro a meados de maio de 2019 (pré-pandemia), e esse número aumenta para 20% se as aeronaves turboélice forem desconsideradas.

“Mesmo quando os alarmes econômicos começam a soar, a atividade de jatos executivos continua a voar bem acima das tendências pré-pandemia, com maio ano a ano apenas um pouco abaixo das tendências comparáveis ​​do ano anterior”, disse Koe. “Há sinais de redução do crescimento na atividade de fretamento de jatos executivos, mas a melhora nos departamentos de vôos corporativos e privados parece ter absorvido isso em termos de crescimento geral”, avaliou Koe.

Na Europa, o retorno de eventos culturas e esportivos – incluindo o Festival de Cinema de Cannes, o Grande Prêmio da Espanha, o torneio de tênis Roland Garros em Paris – e até a feira de aviação executiva EBACE, em Genebra, combinaram-se para levar a atividade de jatos executivos a níveis que a WingX descreveu como um recorde histórico. No entanto, destaca Alcock, os vôos para a maioria dos países europeus da Rússia, Bielorrússia e Ucrânia são severamente reduzidos após a guerra e as sanções contra os associados do governo Putin. Na medida em que os jatos executivos estão operando vôos internacionais fora da Rússia, geralmente estão indo para os Estados dos Balcãs, Ásia Central e Turquia.

Na América do Norte, no entanto, os vôos fretados e de propriedade compartilhada estão à frente da atividade do departamento de vôos corporativos. As reservas de fretamento aumentaram 31% em relação a maio de 2019 pré-Covid.

No lado “menos positivo” do registro de dados da aviação executiva, os mercados canadense e mexicano estão pelo menos 20% em déficit em comparação com 2019. Pior ainda é a situação na China, onde as restrições rígidas do Covid continuam e onde as partidas de jatos executivos até agora em maio estão 65% abaixo do mesmo mês em 2021 e 48% abaixo de 2019. [EL] – c/ fontes