Presidente Trump fecha acordo com União Européia com redução de tarifa para 15% e importação de energia de US$ 750 bi e investimentos no EUA de US$ 600 bi pela UE, em 29.07.25

Fonte: InfoMoney – 27/07/2025
O presidente do EUA, Donald Trump, fechou um acordo com a União Européia (UE) e passará a cobrar 15% de tarifa sobre as exportações do bloco europeu, além de compras significativas de energia e equipamentos militares norte-americanos por parte do bloco europeu. O acordo também prevê investimentos de US$ 600 bilhões da União Européia no EUA, disse Trump para jornalistas.
O acordo foi anunciado após reunião com a presidente da comissão européia Ursula von der Leyen neste domingo, 27.
A presidente da Comissão Européia, Ursula von der Leyen, informou que o acordo prevê tarifas de 15% em todos os setores, afirmando que a medida deve ajudar a reequilibrar o comércio entre os dois grandes parceiros comerciais.
Antes do encontro com von der Leyen, Trump divulgou que a UE tinha de abrir para o mercado americano para um possível acordo em relação à promessa de tarifa de 30% sobre as exportações vindas do bloco.
von der Leyen acreditava que tinha “50% de chance” de fechar acordo sobre as taxas. Em aceno à Trump antes da reunião, Ursula havia reconhecido a necessidade de ajustar as relações. “Precisamos rebalancear. A União Européia é superavitária”, afirmou.
Já Trump havia mostrado pouco ânimo em fechar qualquer acordo. “Não vendemos carros ou produtos do agronegócio para a Europa. Eles vendem milhões de automóveis para o Estados Unidos”, criticou.
Trump almejava que os produtos farmacêuticos fossem tratados separadamente nesta negociação. Isso seria um grande golpe para a Europa, que esperava limitar a tarifa sobre medicamentos, sua principal exportação para o Estados Unidos. “Os produtos farmacêuticos são muito especiais”, disse Trump.
A União Européia havia afirmado que se não houvesse acordo, o bloco estaria pronto para retaliar com tarifas em centenas de produtos americanos, variando de carne bovina e cerveja a peças de automóveis e aviões da Boeing.
Acordo comercial oferece segurança em tempos de incerteza, diz Von der Leyen, da UE
Fonte: Reuters/InfoMoney – 27/07/2025
A presidente da Comissão Européia, Ursula von der Leyen, afirmou neste domingo (27) que a tarifa básica de 15% sobre produtos importados da União Europeia para o EUA deve ser aplicada a automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.
Ela também afirmou que uma tarifa zero por zero foi acordada para certos produtos estratégicos,
incluindo aeronaves e peças de aeronaves, certos produtos químicos e certos medicamentos genéricos. Não foi tomada nenhuma decisão sobre a tarifa para vinhos e bebidas alcoólicas, acrescentou. “O acordo de hoje cria certeza em tempos incertos, proporciona estabilidade e previsibilidade”, disse von der Leyen a jornalistas antes de deixar a Escócia.
von der Leyen: tarifa de até 15% com EUA se aplica a carros, semicondutores e fármacos
Fonte: Estadão/InfoMoney – 27/07/2025
A presidente da Comissão Européia, Ursula von der Leyen, disse em pronunciamento à imprensa que a tarifa acordada de 15% com o EUA compreende a maior parte dos produtos, incluindo carros, semicondutores e fármacos.
“Este 15% é um teto claro, portanto, sem acumulação”, afirmou a autoridade européia.
von der Leyen acrescentou que foi acordada uma tarifa zero em uma série de produtos estratégicos. “Isso inclui todas as aeronaves e peças [aeronáuticas], certos produtos químicos, certos genéricos, equipamentos de semicondutores, certos produtos agrícolas, recursos naturais e matérias-primas críticas”, von der Leyen revelou.
von der Leyen afirmou ainda que continuará trabalhando para adicionar mais produtos a esta lista. Sobre aço e alumínio, ela considera que a União Européia e o EUA enfrentam o desafio externo comum de excesso de capacidade global. “Trabalharemos juntos para garantir uma competição global justa e para reduzir barreiras entre nós. As tarifas serão cortadas e um sistema de cotas será implementado. Também aumentaremos nossa cooperação energética”, disse von der Leyen.
A presidente da Comissão Européia esclareceu ainda que as compras de energia do EUA pela UE, anunciadas dentro do acordo, que devem somar US$ 750 bilhões, serão divididas em três anos. “Ainda temos muita energia russa entrando pela porta dos fundos na União Européia. Ainda há gás e petróleo russos na União Européia, os quais não queremos mais. Queremos nos livrar absolutamente dos combustíveis fósseis russos. E, portanto, é muito bem-vindo comprar energia mais acessível e melhor do Estados Unidos. E, infelizmente, nossa estimativa é que isso pode ser de US$ 250 bilhões por ano ao longo de três anos”, disse.
von der Leyen classificou o presidente Trump como um negociador duro: “Ele é um negociador duro, mas é um criador de acordos comerciais”.
Acordo EUA-UE isenta tarifa básica de 15% sobre produtos aeronáuticos europeus importados pelo EUA
No dia 28, o editor-gestor da AIN, em post na plataforma online da mídia, repercutiu da notícia do acordo EUA-UE a solução de isenção sobre aeronaves e peças/componentes aeronáuticos de tarifas de importação, de acordo com termos do acordo comercial entre os EUA e a União Européia anunciado no domingo pelas presidências Donald Trump e Ursula Von der Leyen. A partir de 1º de agosto, a maioria das outras importações da UE para o EUA estará sujeita a uma tarifa de 15%, mas uma tarifa de 50% será cobrada sobre alumínio e aço.
O chanceler alemão Friedrich Merz e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni saudaram o acordo EUA-UE firmado.
No entanto, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, descreveu o acordo como um “dia sombrio” para a UE, afirmando que ele “resigna” os Estados europeus “à submissão”.
Preocupação sobre a sustentabilidade do acordo – no entanto, analistas de comércio alertaram que os termos do acordo não são vinculativos, com um funcionário do governo Trump informando a repórteres no domingo que o presidente Trump pode aumentar as tarifas sobre a UE a qualquer momento no futuro.
Segundo o acordo, nos próximos três anos, a UE deve gastar pelo menos US$ 750 bilhões importando do EUA petróleo, gás, combustível nuclear e semicondutores, além de investir mais US$ 600 bilhões no EUA, incluindo a compra de equipamentos militares.
A ASD-Europe (associação de comércio das indústrias aeroespacial, de segurança e defesa, com sede em Bruxelas) indicou que ainda não possui informações completas sobre o que os requisitos para a compra de tecnologia de defesa do EUA podem significar para o setor de defesa do continente. Recentemente, a associação enfatizou a importância de fortalecer a indústria européia, emitindo o seguinte comentário: “Em relação às compras de defesa, que continuam sendo uma prerrogativa dos Estados-Membros, a ASD tem enfatizado consistentemente que, para evitar dependências críticas e salvaguardar a segurança da Europa a longo prazo, é vital que as decisões de compra sejam avaliadas em suas consequências completas e a longo prazo. Somente investindo em sua própria indústria de defesa a Europa poderá garantir sua segurança e fortalecer sua liberdade de ação a longo prazo”.
A ASD-Europe expressou seu apoio ao novo acordo baseado no Acordo sobre o Comércio de Aeronaves Civis, de 1979. “Um ambiente comercial estável e previsível é vantajoso para toda a indústria aeroespacial globalizada”, declarou a associação.
As entidades da aviação geral tanto a NBAA como a GAMA saudaram o acordo “zero a zero” para o setor aeroespacial, após ambas as entidades terem pressionado o governo Trump sobre esse ponto. A isenção reflete os termos previamente acordados em um acordo comercial entre o EUA e o Reino Unido no final de junho.
Antes do prazo final de 1º de agosto, estabelecido pelo presidente Trump, para chegar a um acordo, a UE enfrentava a tarifa anunciada de 30%. O novo acordo de domingo com a UE encerra a tarifa de 10% sobre aeronaves e peças de aviação imposta pelo EUA no início deste ano.
“Elogiamos o governo Trump e os funcionários da Comissão Européia por trabalharem juntos para apoiar a cadeia de suprimentos aeroespacial civil e promover a saúde e o crescimento da indústria aeroespacial”, comentou James Viola, presidente e CEO da GAMA. “O sucesso global da indústria de fabricação de aviação geral impulsiona a inovação, aumenta a segurança e fortalece as oportunidades econômicas. Este acordo, juntamente com o Acordo de Prosperidade Econômica EUA-Reino Unido, anunciado anteriormente, ajudará a proporcionar estabilidade ao setor e impulsionar a competitividade”, completou Viola.
NBAA acolhe “Campo de Concorrência Iguais” – associação da aviação executiva americana acolheu com satisfação o que caracterizou como um retorno ao Acordo sobre o Comércio de Aeronaves Civis, de 1979. A entidade afirmou que isso resultou em um superávit comercial de US$ 104 bilhões para empresas americanas e na criação de 1,8 milhões de empregos americanos.
“Esta decisão restaura um campo de concorrência equitativo no comércio, permitindo mais inovação no setor aeroespacial, garantindo a liderança dos Estados Unidos em segurança aeroespacial global e aumentando o superávit comercial excepcional que o EUA desfruta neste setor há décadas”, declarou a NBAA.
A AIA – Aerospace Industries Association (Associação das Indústrias Aeroespaciais), homóloga americana da ASD-Europe, saudou o acordo comercial, acrescentando que considera necessário mais trabalho para garantir que os produtos de defesa do EUA não sejam excluídos do mercado da UE. “Reduzir as barreiras comerciais com nossos aliados europeus – muitos dos quais já são nossos principais parceiros comerciais – dissuade nossos adversários, aprofunda nossos relacionamentos e, em última análise, aumenta a força de trabalho aeroespacial e de defesa americana”, disse o presidente e CEO da AIA, Eric Fanning. “Acordos comerciais que abrem mercados impulsionam a inovação, a concorrência e criam empregos americanos em todos os 50 estados, e este acordo fará exatamente isso ao concordar com tarifas zero por zero sobre produtos aeroespaciais comerciais”, emendou Fanning. [EL] – c/ fonte AIN