Problema de instabilidade de recepção do sinal de sistema de aeronaves operando em Guarulhos, afetando a capacidade do sistema de navegação GNSS, supostamente por torre de telefonia celular, em 05.09.24


No dia 29 de agosto (uma quinta), diversos vôos foram afetados  no Aeroporto de Guarulhos (SBGR), em SP, após problemas uma intermitência em sistema de navegação por satélite (GNSS) em aeronaves, em informação divulgada operadora-concessionária do aeroporto (GRU Airport). Segundo a concessionária, o problema acabou provocando “atrasos pontuais nas decolagens”.

“Os sistemas do aeroporto e os de navegação aérea seguem operando normalmente. Os planos de contingência estão acionados. Equipes técnicas estão trabalhando em conjunto para identificação e solução do problema”, informou a concessionária, por meio de nota.

A LATAM informou que suas operações no Aeroporto de Guarulhos foram normalizadas. “Algumas decolagens sofreram atrasos na manhã desta quinta-feira devido a questões técnicas do aeroporto, fato totalmente alheio ao controle da LATAM”, explicou a empresa aérea. A Gol, por sua vez, informou que as interferências no sinal de sistema GNSS no aeroporto provocaram “cancelamentos pontuais de vôos com origem ou destino” em Guarulhos. “Devido à contingência, a companhia também tem registrado atrasos na sua operação no aeroporto”, informou a Gol.

Uma nova falha em sistema de navegação por satélite (GNSS) em aeronaves na manhã do dia 03 (terça), provocou atrasos e remanejamentos de passageiros para vôos no decorrer do dia, causando insatisfação aos usuários. Em cinco dias, foi a segunda ocorrência de falha atribuída a sistema de navegação por satélite (GNSS).

A LATAM, em nota para imprensa, informou que suas operações no aeroporto de Guarulhos já estavam normalizadas. “Algumas decolagens sofreram atrasos na manhã desta terça-feira (3), devido a questões técnicas do aeroporto, fato totalmente alheio ao controle da LATAM”. A Gol Linhas Aéreas informou que registrara impactos pontuais em suas operações na parte da manhã, devido à interferências no sinal do sistema de GPS do aeroporto. “A situação, que afeta também outras companhias aéreas, está sendo gerenciada em conjunto com a administração aeroportuária. Todos os clientes afetados receberam as facilidades previstas e a companhia reforça que as ações em relação aos vôos foram tomadas com foco na segurança”, informou o comunicado encaminhado para a Agência Brasil.

A ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) informou, por meio de nota, ter recebido novo reporte de interferências por parte dos membros da Administração do Controle Aéreo Regional de São Paulo. “A gerência da ANATEL-São Paulo havia detectado, pela manhã, sinais interferentes com estações de monitoramento da agência presentes no aeroporto internacional de Guarulhos, o que motivou a imediata diligência a campo com equipes de fiscais para nova tentativa de localização da fonte interferente. A equipe de fiscais está em fase de atuação e buscas para localizar a fonte da interferência e, assim, solucionar o problema”, registrou a nota encaminhada à Agência Brasil.

O DECEA informou que a instabilidade de recepção do sinal de satélite pelas aeronaves que operavam no aeroporto de Guarulhos afetou a capacidade dos Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS – Global Navigation Satellite Systems) das aeronaves. O DECEA ainda informou que uma aeronave do Grupo Especial de Inspeção de Vôo (GEIV) tinha sido acionada para realizar a inspeção de radiomonitoragem no entorno do aeroporto, tendo por objetivo investigar as causas do problema.

No dia 04, a ANATEL divulgou que identificado uma torre de telefonia celular que pode ter causado a interferências nos sinais de satélite para sistemas de navegação de aeronaves ma operação no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

A própria ANATEL revelou que já havia detectado, pela manhã dia 03, sinais interferentes com estações de monitoramento presentes no aeroporto de Guarulhos, o que levou a uma imediata diligência a campo para tentar detectar a localização exata da fonte do problema.

De acordo com a agência, a equipe de fiscais iniciou as buscas e, na tarde do mesmo dia 03, encontrou uma das possíveis fontes, uma torre de celular emitindo sinais espúrios. A torre, então, foi desligada pelos fiscais, que voltaram a fazer testes de medição, constatando o fim das interferências.

“No entanto, as investigações seguem em busca de novas fontes, caso as interferências retornem. No momento, equipes de fiscalização permanecem em uma sala no aeroporto em regime de plantão”, informou a agência em nota.

A GRU Airport informou que os sistemas estavam funcionando agora normalmente, mas algumas empresas aéreas como a Azul, Gol e LATAM dizem que tiveram vôos atrasados ou cancelados (no dia 03) por causa do problema técnico em Guarulhos.

Funcionamento do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS)
DECEA, em publicado 04/09/2024
A gestão estratégica do transporte aéreo brasileiro, somada ao desenvolvimento tecnológico dos equipamentos de bordo das aeronaves, à utilização de sistemas de navegação e à automação dos sistemas, tem permitido melhorias significativas para a aviação aérea.

As rotas das aeronaves não são mais delimitadas unicamente por auxílios de solo que emitem ondas de rádio captadas por instrumentos a bordo das aeronaves, mas também por satélites. Isso porque os conceitos aplicados aos novos sistemas de navegação são fundamentados no GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite).

O GNSS é o padrão estabelecido pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para estes novos sistemas de navegação que são pautados em constelações de satélites.

O Sistema Global de Navegação por Satélite se baseia em um segmento de satélites em órbita terrestre. É definido como uma constelação de satélites que permite determinar o posicionamento e a localização de um veículo ou receptor em qualquer lugar do globo, seja em terra, mar ou ar.

O sistema é composto pelos satélites GPS (americano), o GLONASS (russo), GALILEO (europeu), BeiDou (Chinês) e o QZSS (japonês), além das redes de aumento (SBAS), que são grupos de satélites geoestacionários localizados sobre alguns continentes. Dentre as redes de aumento, podemos citar a WASS (americana) e a EGNOS (européia).

“Esse sistema é utilizado para guiar as trajetórias de pouso e decolagem das aeronaves, trazendo mais segurança operacional, fluidez ao tráfego aéreo e redução da emissão de gases nocivos na atmosfera”, explica o capitão Bruno Garcia Franciscone, da Seção de Planejamento de Gerenciamento de Tráfego Aéreo do Subdepartamento de Operações do DECEA.

Com sua precisão e confiabilidade, o Sistema Global de Navegação por Satélite desempenha um papel fundamental em muitos setores e continua a evoluir para atender às demandas crescentes de posicionamento global.

Com a modernização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, o DECEA planeja e segue seu curso rumo ao desenvolvimento, dispondo do que há de mais eficaz para a atividade em toda a comunidade aérea internacional.