Professora da ERAU conduz pesquisa de segurança operacional em arremetida, cujo relatório com recomendações de procedimentos para melhorar e elevar a segurança das arremetidas será apresentado à FAA, para revisão e publicação da agência em 2024, em 22.08.23


Em artigo postado no dia 17, a editora da mídia AIN Kerry Lynch divulga que a professora-associada da ERAU – Embry-Riddle Aeronautical University, no EUA, está a frente de uma pesquisa de segurança operacional sobre as arremetidas (Go-arounds). O Artigo de Lynch tem o título “ERAU prof develops procedures to boost Go-around Safety” (Professora da ERAU desenvolve procedimentos para ampliar a segurança da arremetida).

Lynch escreve que os pesquisadores da ERAU – Embry-Riddle Aeronautical University planejam apresentar um relatório à FAA ainda neste ano com recomendações de procedimentos que podem ser usados para ajudar a melhorar e elevar a segurança das arremetidas, derivados de uma pesquisa na universidade.

A professora-associada Barbara Holder liderou uma pesquisa sobre arremetidas (Go-arounds) nos últimos três anos com uma bolsa da FAA – inicialmente como bolsista técnica da Honeywell e agora da própria universidade – e recentemente realizou um workshop com líderes da indústria e do governo para coletar opiniões e reações aos dados e informações extraídas da pesquisa.

O workshop reuniu líderes de padronização (padrão) de vôo e treinamento de cias. aéreas, fabricantes, da FAA e da NASA. Os participantes forneceram idéias de padronização e treinamento bem como prioridades para pesquisas futuras.

Os planos da pesquisa voltam-se para o resumo das constatações da pesquisa e para uma listagem de recomendações sobre os procedimentos operacionais contidos no relatório da pesquisa, que a FAA revisará e publicará no próximo ano (2024).

A pesquisa da professora Holder levou ao desenvolvimento de procedimentos propostos que incorporam a responsabilidade conjunta pelos Call-out (observações verbalizadas padronizadas) de tripulantes para reduzir interrupções pontuais, direcionamento de atenção para trajetória de vôo, equilíbrio da carga de trabalho entre os tripulantes na cabine de comando e facilidade de repasse (recall) de procedimento. Estas questões foram então avaliadas por tripulações de três grandes cias. aéreas do EUA – 10 das quais que voam Boeing 737 e sete que voam Airbus A320. As tripulações executaram 18 arremetidas por sessão e depois reportaram sua experiência e impressões.

“O procedimento obriga você a olhar para a potência e o pitch [atitude] e dizer, fazer, não apenas recitar”, relatou um piloto envolvido na pesquisa sobre novos procedimentos de arremetida. Outro piloto disse que os procedimentos forneceram uma “imagem clara e consolidada”, enquanto outros pilotos afirmaram que “os Call-outs são prolixos, parecem corretos”, divulgou a universidade.

Antes de conduzir os procedimentos de arremetidas simulados, as tripulações foram informadas, mas não foram obrigadas a fazer um treinamento formal. Os tripulantes foram capazes de se familiarizar – ‘aclimatar’ – aos protocolos após três a quatro repetições.

A ERAU divulga que os resultados “mostraram uma diminuição do risco de erro durante as arremetidas ao alocar de forma mais adequada os recursos cognitivos dos pilotos”.

“A primeira fase da pesquisa foi feita para entender os perigos associados às manobras de arremetida”, disse a professora-pesquisadora Holder. “Identificamos 10 mitigações e aplicamos a ciência dos fatores humanos para desenvolver novos procedimentos de arremetida para as aeronaves B.737 e A320 para mitigar o maior risco, que é a perda de controle durante o voo. Avaliamos esses procedimentos com três cias. aéreas parceiras e os resultados são muito promissores. Agora estamos elaborando nosso relatório final com recomendações às FAA para sua implementação e treinamento”, apresentou a pesquisadora.

O grupo de pesquisadores da ERAU notou a importância do estudo-pesquisa, expressando preocupações de que os desvios vêm com uma redução potencial da consciência situacional. O grupo apontou para um relatório da Advancing Safety Through Science (Segurança Avançada via ciência) que descobriu que “um em cada 10 [10%] relatórios sobre arremetidas cita um resultado potencialmente perigoso, incluindo exceder os limites de desempenho da aeronave ou a autonomia do combustível”. Além disso, um em cada seis [16,7%] envolve uma falha de pilotagem, de acordo com o relatório inicial apresentado à FAA no início deste ano.

“Continuamos a ver fatores de risco para LoC-I [Loss of Control Inflight – perda de controle em vôo] durante a arremetida nos dados operacionais”, disse a professora Holder, para acrescentar: “Precursores da perda de controle em vôo, como estol aerodinâmico, baixa velocidade, baixa altitude e assim por diante, continuam presentes na execução de arremetidas entre operadores e frotas de aeronaves”.

A professora Holder descobriu que as arremetidas em treinamento são geralmente menos complicadas e mais previsíveis do que as arremetidas reais, que podem envolver uma série de fatores complicadores, como inúmeras mudanças de rumo e altitude instruídas por  controle de tráfego aéreo, distrações por ruído, cansaço de tripulante e pressões operacionais relacionadas a combustível, programação e tráfego e muito mais. A professora Holder sustentou que, para melhorar a segurança, a lacuna entre o treinamento (simulação) e o “mundo real” deve ser eliminada.

Auxiliando Holder nesta pesquisa está uma PhD do segundo ano em aviação, a estudante Hui (Angel) Wang, que também obteve seu mestrado em aeronáutica pela ERAU e seu bacharelado em gerenciamento de tráfego aéreo também pela ERAU. [EL] – c/ fontes