Provedora de aviação brasileira Solojet expande frota, com adição do quinto jato Hawker 400XP no seu programa de propriedade compartilhada e incorporação de Cessna Citation X através da gestão de propriedade compartilhada, em 14.08.24


A Solojet Aviação, uma organização de aviação especialista em compartilhamento de aeronaves e manutenção aeronáutica, com sede em Jundiaí (SP/Brasil), está adicionando um quinto jato Hawker 400XP ao seu programa de propriedade compartilhada após fechar as cotas dos quatro primeiros jatos do modelo, anunciou a empresa antes da feira de aviação executiva latino-americana LABACE 2024, que aconteceu nos dias 06 e 08, em SP. A adição foi notícia da mídia especializada internacional AIN, em post no dia 05 por Kerry Lynch, editora da revista mensal AIN.

Além disso, a provedora brasileira de serviços de aviação executiva divulgou em, 28 de junho, que agora possui um Cessna Citation X em sua frota, disponível através da gestão de propriedade compartilhada de aeronave.

“O programa Solojet Shares é um sucesso e cada vez mais clientes têm sido conquistados pelo compartilhamento”, disse o CEO da Solojet, André Bernstein. “Tudo o que eles precisam fazer é se preocupar com seus próprios negócios e organizar seus horários, e nós cuidaremos do resto”, promove Bernstein.

Aumentar ainda mais a frota permite maior capacidade de vôo além da fração (cota) adquirida, disse Bernstein. “Como possuímos uma frota de aeronaves, é possível oferecer aeronaves disponíveis para voar para atender com mais facilidade as mais diversas necessidades do cliente”, explicou Bernstein.

O programa compartilhado reduz ainda mais as despesas, que são distribuídas entre os proprietários, acrescenta a Solojet, citando custos de manutenção de tripulação, hangaragem, manutenção e seguros, entre muitas outras taxas e custos (despesas).

Com sede no Aeroporto de Jundiaí (SBJD), em São Paulo, contando com uma estrutura de dois hangares próprios, a Solojet também oferece suporte compra e venda de aeronaves, gerenciamento de aeronaves, fretamento, serviços de manutenção e interiores; também representa empresas como as especialistas em modificações Raisbeck Engineering e a Blackhawk Modifications.

Site Solojet Aviação:
https://solojetaviacao.com.br/

Algumas características básicas do Hawker 400XP:

1 – dimensões:
– comprimento de 48 pés e 4 pol. (14,73 m.)
– altura de 13 pés e 9 pol. (4,19 m.)
– asa – envergadura de 43 pés e 5 pol. (13,23 m.)
– bagageiro externo – 25 pés³ (0,70 m³).
2 – cabine (dimensões internas):
2.1 – altura de 4 pés e 10 pol. (1,473 m.)
2.1 – largura de 4 pés e 11 pol. (1,499 m.)
2.3 – comprimento de 15 pés e 7 pol. (4,75 m.)
2.4 – bagageiro – 31 pés³ (0,875 m³).
3 – Motorização: Pratt & Whitney Canada JT15D-5R (293,5 kg), empuxo de decolagem de 1.319 daN (2.965 lbf.) e máximo contínuo de 1.290 daN (2.900 lbf.) – aviônica: Rockwell Collins Pro Line 4
4 – Pesos operacionais:
4.1 – Peso Operacional = 10.985 lb. (4.987 kg)
4.2 – MTOW = 16.300 lb. (7.400 kg) = PO + 5.315 lb. (2.413 kg)
4.3 – MLW = 15.700 lb. (7.127 kg)
4.4 – capacidade de abastecimento = 4.912 lb. (2.230 kg)
4.5 – Carga-paga com abastecimento completo = 403 lb. (183 kg)
4.6 – Carga-paga máxima = 2.015 lb. (915 kg)
5 –  Alcance:
5.1 – alcance normal = 1.180 MN
5.2 – alcance máximo = 1.519 MN
6 – desempenho:
6.1 – Cruzeiro Normal = 450 KTAS
6.2 – Cruzeiro Econômico = 410 KTAS
7 – Teto de Serviço : 45.000 pés

O “400XP” tem as seguintes características apontadas pelo cmte. Daniel Torelli, em artigo “Ensãio de vôo” na revista Aero Magazine edição n° 130/ano 11 (de março de 2005):
1 – o comando de rolamento é feito por spoilers de dupla função: manobras de rolagem e freio aerodinâmico (speed brake), com a supressão de ailerons; no bordo de fuga da asa, próximos da ponta da asa, existem pequenos compensadores de rolamento.
2 – grandes flapes  (tipo Fowler), com quatro posições (0,10, 20 e 30), ocupam praticamente todas a extensão do bordo de fuga das asas.
3 – sistema antigelo com funcionamento com sangria de ar quente dos estágios de compressão dos motores para as asas e tomadas de ar dos motores; o estabilizador  horizontal (cauda em T) é protegido por um sistema de aquecimento elétrico.
4 – motorização Pratt & Whitney PW JT15D-5R (com reverso), de 2.965 lbf. (potência térmica de 3.190 lbf.), com TBO de 3.500 horas. O controle dos parâmetros de motor é feito ela HMU (Height Monitoring Unit).
5 – sistema de combustível é composto por três tanques – dois na asas e um central na fuselagem -, com capacidade total de 733 galões (2.778 litros).
6 – bagageiro “externo” fica na lateral esquerda, abaixo do motor, com dimensões adequadas para operação típica da aeronave, de quatro passageiros, com capacidade para 204 kg (cerca de 450 lb.). O compartimento de bagagem interno, junto ao toalete (no fundo da cabine), tem capacidade para 159 kg (350 lb.). Portanto, o “400XP” tem capacidade de bagageiro de 363 kg (800 lb.).
7 – aviônica: com dois FMC (independentes do Flight Director), todo o planejamento de navegação é visualizado no MFD, com capacidade de desenhar arcos DME, órbitas e segmentos curvos. Comandos dos sistemas e dos alarmes estão distribuídos pela cabine as luzes acendem quando determinado sistema é acionado (filosofia inversa à padrão Dark cockpit). Comandos HDG (Heading /rumo) e CRS (Course/curso) do Flight Director (Diretor de vôo)  estão no painel central inferior. Com dois FMC (independentes do Flight Director), os painéis de acionamento estão fora do campo primário de visão dos pilotos, portanto qualquer alteração deve ser feita nos dois painéis para evitar sistema com duas informações  discrepantes.
8 – os seguintes pesos operacionais:
– peso básico operacional (BOW) de 10.950 lb. (4.971 kg)
– peso máximo de rampa (MRW) de 16.500 lb. (4.491 kg)
– peso máximo de decolagem (MTOW) aumentado em 200 lb. (91 kg), de 16.300 lb. (7.400 kg)
– peso máximo de pouso (MLW) de 15.700 lb. (7.127 kg)
– carga-paga máxima de 2.050 lb. (930 kg)
– peso máximo de combustível de 4.912 lb. (2.230 kg)
9 – desempenho:
– velocidade de cruzeiro econômico de 414 KTAS
– velocidade de cruzeiro (normal) de 468 KTAS
– alcance máximo de 1.742 MN
– com carga-paga máxima de 2.050 lb. (930 kg) – ie, ZFW de 13.000 lb. 5.902 kg) -, o alcance é de aproximadamente 870 MN; para um alcance de 1.550 MN, é possível transportar POB  5 (3 passageiros e dois pilotos)
– teto operacional de 45.000 pés (limitado a 41.000 pés com peso superior a 14.000 lb.).

O “ensaio de vôo” envolveu viagem SP/Congonhas-Brasília, e regresso. Na decolagem de Congonhas, às 07h30m, com peso de decolagem de 15.000 lb., operação com flape 10, as velocidade de referência são V1 de 105 kt, VR de 111 KT e V2 de 118 KT; a razão de subida inicial foi de 3.000 pés/min. (depois passando a 2.500 pés/min. até FL100 e 1.500 pés/min. acima do FL200), com velocidade de subida de 190 KT por restrição de velocidade no procedimento SID (velocidade normal de subida é de 220 KT). No pouso, com descida iniciada com uma hora de vôo, a Vref foi de 107 KT (pouso com flape 30). A viagem durou 01h20 m, e o consumo foi de 1.920 lb. (ie, 1,440 lb./hora, ou 654 kg/hora).

O Hawker 400 (inicialmente Beechjet 400) é um jato executivo leve. Inicialmente projetado e produzido pela japonesa Mitsubishi, foi desenvolvido e atualizado pela Beech Aircraft Company, que posteriormente foi adquirida pela Textron Aviation. No total, mais de 900 jatos Hawker 400 foram entregues. Em 2017, a Hawker começou a oferecer um ‘pacote’ de atualização suportado pelo fabricante para a versão Hawker 400XPR, com novas modificações visando redução de consumo e maior autonomia.

A aeronave foi originalmente projetada como Mitsubishi MU-300 Diamond, um desenvolvimento totalmente novo como um modelo de jato para complementar e se posicionar acima do bimotor turboélice Mitsubishi MU-2 e fornecer à MHI – Mitsubishi Heavy Industries seu modelo de aeronave corporativa top de linha (daí o nome Diamond – “Diamante”).

O Mitsubishi MU-300 Diamond voou pela primeira vez em ao final de agosto de 1978. A Mitsubishi optou por certificar o Mitsubishi MU-300 Diamond no EUA, pela FAA, pelas regras do regulamente de aeronavegabilidade PART-25, aplicável para aeronaves de transporte, com requisitos adicionais introduzidos pela FAA após acidente de um avião DC-10 da American Airlines, em Chicago que resultaram em atraso significativo no processo de certificação – entre outras razões, com exigência de mudanças na aeronave adicionando 600 lb. (270 kg), com a aeronave recebendo certificação em novembro de 1981. 

A Mitsubishi produziu 100 aparelhos MU-300, todos montados pela subsidiária da fabricante japonesa no EUA. Dois protótipos e 89 jatos de linha de produção (91 aeronaves) foram fabricadas, recebendo a designação MU-300 Diamond I; melhoramentos introduzidos resultaram a versão MU-300-10 Diamond II, com 11 jatos produzidos.

Em 1985, a Mitsubishi vendeu os direitos de produção do projeto, e junto uma série de fuselagens inacabadas, para a fabricante americana Beechcraft, que seguiu a produção em cima da versão MU-300-10 Diamond II, com o modelo redesignado Beechcraft Beechjet 400, com recertificação da FAA em maio de 1986.

Em 1990, a Raytheon/Beechcraft desenvolveu novos melhoramentos na versão Raytheon Beechjet 400A, para maior peso de decolagem, maior teto operacional, maior alcance, tanque de fuselagem reposicionado para aumento do espaço da cabine, o cockpit ganhou uma série de equipamentos novos da linha Collins Pro Line 4, com três telas de tubos EFIS coloridas – dois PFD e um MFD, com uma suíte glass cockpit, e refinamentos de luxo da cabine de passageiros.

Em 1993, a Raytheon comprou a divisão de jatos executivos Hawker da British Aerospace e renomeou o Beechjet 400 como Raytheon Hawker 400 numa estratégia de mercado e uso de marca.

Em 2003/2004, a Raytheon começou a produzir o Hawker Beechcraft 400XP (ainda BE40), com melhoramentos incluindo aumento de peso bruto de 200 lb. (91 kg), opção layout de cabine para nove assentos de passageiros, com motorização Pratt & Whitney Canada JT15D com reversores de empuxo, sendo equipado com uma suíte aviônica completa com sistemas TCAS-II, alerta de colisão com terreno EGPWS e duplo FMS Collins com navegação vertical, entre outras mudanças.

Em 2008, a Hawker Beechcraft anunciou o Hawker 400XP aprimorado – o Hawker 450XP -, incluindo novos turbofan Pratt & Whitney PW535D mais eficientes em termos de combustível, com empuxo limitado a 2.965 lbf. Mas o “450XP” acabou sendo encerrado em junho de 2009 devido às más condições econômicas – quando seu preço estipulado era de US$ 7,4 milhões.

Em 2012, a Textron (detentora da Beechcraft) retomou o programa e voou pela primeira vez com o Hawker 400XPR (BE4W) , uma conversão do “400XP” com maior alcance – podendo voar 1.950 MN com quatro passageiros (e dois pilotos), com melhor performance em alta temperatura ambiente, maior capacidade de subida até o FL450 – com menor tempo de subida de 19 minutos com operação no MTOW – e redução de 16%a 20% no consumo específico. A conversão apresenta remotorização Williams International FJ44-4A-32 (com empuxo de 3.230 lbf. em decolagem por 5 minutos até 32,2°C e de 3.227 lbf. em máximo contínuo até 20°C), asas com winglets, nova aviônica e um novo interior. O Hawker 400XPR foi certificado em 2016, e o primeiro Hawker 400XPR totalmente configurado foi entregue em julho de 2017; a atualização pode ser realizada em 12 semanas com a opção de aviônicos Rockwell Collins Pro Line 21 ou Garmin G5000.

O Hawker 400 é jato bimotor com fuselagem toda metálica, com asa com perfil de um aerofólio supercrítico projetado por computador para minimizar arrasto, com motorização turbofan Pratt & Whitney Canada JT15D (montada tipicamente, na fuselagem traseira), com uma cabine com padrão de oito assentos de passageiros, para operação de dois pilotos.

O “400” pode voar 1.000 MN com seis passageiros, e 1.350 MN com quatro passageiros, navegando a MACH 0,71/MACH 0,73, e cerca de 1.175 MN viajando a MACH 0,73/MACH 0,76. As missões típicas duram de 1,5 a 2 horas com velocidade da ordem de 400 KTAS. O “400” consome 1.500 lb. (680 kg) de combustível na primeira hora, caindo para 1.100–1.200 lb. (500–540 kg) na segunda em diante. Os pesos operacionais básicos variam de 11.000 a 11.100 lb. (4.990 a 5.030 kg), a carga-paga com abastecimento completo é inferior a 500-600 lb (230-270 kg) – com uma carga paga de três passageiros.