Refinaria Duque de Caxias (REDUC), no RJ, da Petrobras, é a primeira refinaria no Brasil certificada ISCC CORSIA para produzir e comercializar SAF por rota HEFA, em 21.10.25

Em nota postada pela sua agência de notícias institucionais, no dia 15, a Petrobras divulgou que a sua Refinaria Duque de Caxias (REDUC), na baixada fluminense, no Rio de Janeiro, é a primeira refinaria no Brasil certificada para produzir e comercializar SAF pela rota HEFA (Hydroprocessed Esters and Fat Acids) de coprocessamento, uma das rotas reconhecidas internacionalmente como uma solução estratégica para a descarbonização do setor aéreo.
A certificação ISCC CORSIA assegura padrões rigorosos de sustentabilidade e rastreabilidade para a redução de emissões de gases de efeito estufa nos mercados internacionais do setor de aviação.
A ISCC (International Sustainability and Carbon Certification – Certificação Internacional de Sustentabilidade e Carbono) é um sistema global de certificação reconhecido internacionalmente, que assegura a sustentabilidade, rastreabilidade e redução de emissões de gases de efeito estufa em cadeias de suprimento de biomassa, biocombustíveis e matérias-primas circulares.
O CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation – Esquema de Compensação e Redução de Carbono para Aviação Internacional) é um programa da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) que visa estabilizar as emissões de gases de efeito estufa da aviação internacional. O CORSIA permite o uso de combustíveis sustentáveis certificados, como o SAF, para reduzir a pegada de carbono do setor aéreo.
Recentemente, a Petrobras atingiu outro marco na produção de combustíveis mais sustentáveis: a realização de testes para a produção de SAF a partir do coprocessamento de óleo vegetal em mistura com correntes tradicionais de petróleo, na Refinaria Henrique Lage (REVAP), em São José dos Campos (SP).
O processo de certificação foi iniciado após a obtenção da autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a produção de SAF, em maio deste ano, culminando na emissão do certificado pela ISCC em outubro.
O SAF pode substituir diretamente o querosene de aviação convencional (QAv, ou JET-A) sem necessidade de modificações nos motores das aeronaves ou na infraestrutura de abastecimento. Isso torna o combustível uma solução prática e rápida para reduzir as emissões do setor aéreo.
A REDUC possui autorização da ANP para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na produção de SAF por esta rota.
A previsão é que, a partir dos próximos meses, a REDUC inicie a produção para comercializar até 50 mil m³/mês (10 mil bpd) do combustível.
A utilização de matéria-prima de baixa intensidade de carbono e o teor de compostos renováveis obtido no combustível são compatíveis com a exigência de redução de 1% das emissões de gases de efeito estufa para a aviação doméstica em 2027.
“A Petrobras dá mais um passo no caminho da transição energética justa ao oferecer ao mercado uma solução estratégica de baixo investimento e rápida implementação, contribuindo de forma efetiva para a descarbonização do setor aéreo. Concomitante a isso, estamos provando a importância dos investimentos em inovação e sustentabilidade no refino brasileiro”, disse o diretor de processos industriais e produtos da Petrobras, William França.
A antecipação da produção de SAF em relação à legislação vigente, usando a rota HEFA por coprocessamento, é fundamental para o mercado de aviação, considerando as futuras exigências do setor.
A partir de 2027, as companhias aéreas no Brasil deverão começar a usar, obrigatoriamente, esse tipo de combustível em voos internacionais, com base na Lei do Combustível do Futuro e na fase obrigatória do CORSIA.
“O SAF produzido por coprocessamento é um produto competitivo que fortalece a transição energética justa no setor de aviação e coloca o Brasil na vanguarda das exigências do Combustível do Futuro. Ao atender rigorosos padrões internacionais, já demonstra, na prática, como a indústria nacional pode se antecipar às demandas globais e abrir caminho para uma aviação mais sustentável”, afirma o diretor de logística, comercialização e mercados da Petrobras, Claudio Schlosser.
A Refinaria Duque de Caxias (REDUC), na Baixada Fluminense, é uma das maiores do Brasil em capacidade instalada de refino de petróleo. Com produção iniciada em 1961, a REDUC ganha cada vez mais destaque no cenário nacional. Com uma logística privilegiada, responsável por 80% da produção de lubrificantes e pelo maior processamento de gás natural do Brasil, possui também o maior portfólio de produtos da Petrobras (no total, são 55 produtos processados em 43 unidades).
A REDUC se liga aos Terminais de Ilha d’água, Ilha Redonda, Angra dos Reis, Cabiúnas, Campos Elíseos, Volta Redonda. Está interligada, também, à s refinaria [1] Gabriel Passos (REGAP), em Betim (MG), e [2] Henrique Lage (REVAP), em São José dos Campos (SP).
Hoje, a refinaria trabalha ligada a uma vasta rede de indústrias, garantindo suprimento às crescentes demandas do mercado por combustível, lubrificantes, petroquímicos e gás. Participa de forma intensiva da cadeia de gás natural, tanto na área de distribuição quanto na de fornecimento de insumos para a petroquímica.
Com área total de 13 km², sendo área construída 9 km², com 43 Unidades de Processos e 55 produtos, com capacidade instalada de 239.000 bbl/d (38.000 m³/d), a REDUC produz, entre os principais produtos, [1] querosene de aviação (QAv), [2] óleo Diesel, (3) gasolina), [4] asfalto, [5] nafta petroquímica, [6] gases petroquímicos (etano, propano e propeno), [7] parafinas, lubrificantes, [8] GLP, [9] coque e [10] enxofre. A REDUC atende os mercados do [1] Rio de Janeiro, [2] São Paulo, [3] Minas Gerais, [4] Espírito Santo, [5] Bahia, [6] Ceará, [7] Paraná e [8] Rio Grande do Sul.