Relatório da ATAG declara que “as operações de aviação civil global alcançarão emissão de carbono líquido zero até 2050”, em 05.10.21
O Grupo de Ação de Transporte Aéreo (ATAG – Air Transport Action Group), uma organização “guarda-chuva” da indústria que consiste em grandes fabricantes de aeronaves e motores e entidades como IATA, IBAC, A4A e GAMA, emitiu uma declaração afirmando que “as operações de aviação civil global alcançarão emissão de carbono líquido zero até 2050, apoiadas por medidas de eficiência acelerada, transição energética e inovação em todo o setor de aviação e em parceria com governos em todo o mundo”.
E esta afirmação está contida no Waypoint 2050, um relatório recém-emitido pelo grupo, que observou que, até 2050, a indústria da aviação movimentará mais de 10 bilhões de passageiros por ano, com níveis de tráfego 2,5 vezes maiores do que em 2019.
Embora o relatório registre que tecnologias emergentes, como energia híbrida/eletricidade e hidrogênio, podem contribuir entre 12 e 34% das reduções de emissões necessárias para cumprir essa meta líquida de zero, a maior parte da economia – 53 a 71% – é prevista para se dar pelo advento de combustível de aviação sustentável (SAF), e o restante sendo coberto por melhorias operacionais e infraestrutura, e remoção ou sequestro de carbono.
O relatório afirma ainda que a indústria precisará de 445 milhões de toneladas de SAF em 2050 e, para atingir esse valor, a ATAG estima um investimento necessário de até US$ 1,45 trilhões nas próximas três décadas.
“Esta é uma análise conservadora baseada em critérios de sustentabilidade rigorosos e restrições de matéria-prima”, disse o diretor em exercício da ATAG Haldane Dodd, que acrescentou que, com uma política governamental de apoio e o amparo do setor de energia, será possível realizar esse investimento. “Isso mostra que um aumento da capacidade de fontes como resíduos agrícolas, municipais e industriais está disponível hoje”, falou Dodd.
O relatório foi bem recebido por muitos agentes na indústria, incluindo a ICAO, o órgão regulador da aviação da ONU. “Os últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas são inequívocos sobre as ameaças agora representadas para a humanidade pelas mudanças climáticas”, disse o presidente do conselho da ICAO, Salvatore Sciacchitano. “Tenho certeza de que todos os Estados-membros da ICAO se juntam a mim hoje para dar as boas-vindas a esta meta de emissão líquida zero mais recente e muito ambiciosa adotada pela indústria de transporte aéreo para que nosso setor global continue a fazer sua parte”, finalizou Sciacchitano. [EL] – c/ fontes