Relatórios do ASAP da ACSF no 1S25 mostram que desvio de altitude de vôo ainda lidera intercorrência operacional, respondendo por 16% dos reportes, e uma combinação de desvios de altitude, curso e velocidade conjuntamente compreendendo 25% dos reportes, ressaltando a contínua predominância de erros de fator humano, em 01.09.25


Em post no dia 28 na plataforma online da AIN, a editora da revista mensal da mídia Kerry Lynch repercutiu que o Programa de Ação para a Segurança da Aviação (ASAP – Aviation Safety Action Program) da ACSF – Air Charter Safety Foundation (Fundação de Segurança da Aviação por Fretamento) recebeu 1.072 relatórios de 292 membros no primeiro semestre do ano, com o desvio de altitude (altitude deviation) permanecendo o tipo de evento mais comum.

Em relação às categorias de eventos, o desvio de altitude (altitude deviation) foi responsável por 16% dos relatórios, com a proximidade do tráfego (traffic proximity), ou aproximação de tráfego, representando 13% e problemas de coordenação/comunicação em 11%; problemas na fuselagem contribuíram para cerca de 7% dos relatórios, e problemas no motor/grupo motopropulsor representam menos de 1%.

Uma combinação de desvios de altitude, curso e velocidade conjuntamente compreende 25% dos relatórios, o que, segundo a ACSF, ressalta a contínua predominância de erros de fator humano.

Durante os primeiros seis meses do ano, a ACSF observou um declínio constante no volume de relatórios, mês a mês, de 210 envios em janeiro para 146 em junho. No entanto, paralelamente, o número de violações regulatórias caiu de seis em janeiro para nenhuma em junho. Em julho, houve uma.

A ACSF citou possíveis razões para o declínio, como efeitos sazonais, com a meteorologia de inverno e o tráfego de feriados impulsionando o aumento dos relatórios no início do ano. Outras possibilidades poderiam ser a melhoria do desempenho em segurança, maior conformidade regulatória ou treinamento preventivo. Mas a associação alerta que pode ser tão simples quanto a queda na participação dos funcionários/colaboradores.

Esse cenário pode ser mais provável, visto que o volume de relatórios por outros meios permanece consistentemente alto, com o ASRS (Aviation Safety Reporting System – sistema de reporte de segurança da aviação), da NASA, registrando uma média de 11.000 comunicações por mês em 2025.

“É importante observar que a fiscalização da FAA é resultado da supervisão, não da frequência dos relatórios”, acrescentou a ACSF. “Embora a tendência de queda nas violações regulatórias possa parecer promissora, é fundamental que as operadoras continuem seus esforços para fortalecer a cultura de segurança. Apesar das melhorias na segurança da aviação ao longo dos anos, o aumento no número de acidentes em 2024 serve como um lembrete para programas de segurança proativos e robustos”, enfatizou a ACSF.

A ACSF recomenda um foco contínuo em fatores humanos, com expansão da gestão de recursos da tripulação e treinamento em comunicações de controle de tráfego aéreo, cenários aprimorados de simulador para recuperação de conflitos de altitude e tráfego, e uma revisão dos procedimentos de gerenciamento de fadiga.

Além disso, a ACSF também incentiva a auditoria de manuais operacionais gerais e procedimentos operacionais padrão para garantir baixas taxas de violação, compartilhando as recomendações do comitê de revisão de eventos com os funcionários, implementando ações corretivas/rastreando eventos para recorrência e enfatizando a cultura de conformidade.

Além disso, a ACSF destacou a captura de dados e a comunicação com os fabricantes para orientação sobre problemas comuns.

O ASAP é um programa de segurança colaborativo no qual os funcionários de uma empresa participante podem relatar voluntariamente desvios não intencionais ou problemas de segurança sem medo de represálias. A ACSF gerencia um ASAP, trabalhando com a FAA e os participantes para identificar tendências e recomendar ações corretivas. [EL] – c/ fonte