Representantes da indústria debatem necessidades e obstáculos para o advento do SAF durante a feira aeronáutica Aero Friedrichshafen, em 22.05.24


Em abril, por ocasião da feira aeronáutica Aero Friedrichshafen, na Alemanha (entre os dias 17 e 20), representantes da indústria debateram necessidades e obstáculos para o advento do SAF.

Embora o combustível de aviação sustentável (SAF) continue a ser a ponte crítica, especialmente para a aviação executiva com motorização à turbina no curto e médio prazo, os responsáveis da indústria da aviação geral que participaram na Aero Friedrichshafen discorreram obstáculos para esta migração.

Kyle Martin, vice-presidente da GAMA para assuntos europeus, chamou a atenção para a legislação recentemente aprovada que leva o problema ao auge em termos de disponibilidade de SAF. “Enfrentamos alguns desafios para obter acesso a esse combustível. A Europa aprovou o Regulamento de Reabastecimento da Aviação [Refuel Aviation Regulation], da União Européia, que exige SAF em grandes aeroportos. Tudo bem para as companhias aéreas. Mas cerca de 2.000 aeródromos são usados diariamente pela aviação executiva”, Martin apontou.

As cias. aéreas comandaram a maior parte do combustível disponível no continente para atingir os seus marcos de implementação do SAF, comprimindo a oferta para operadores de aeronaves da aviação geral – do transporte privado e por fretamento.

Com o fornecimento centralizado e a absorção do volume, os preços poderiam previsivelmente cair para mais perto dos níveis do EUA em relação às taxas atuais do SAF na Europa – entre 300% e 600% mais elevados do que o JET-A, de acordo com operadores presentes na Aero Friedrichshafen.

Para aliviar a pressão sobre o sistema, a Comissão Européia poderia adotar um modelo book-and-claim – ie, registro de compra com ressalva da indisponibilidade e crédito -, semelhante ao utilizado no EUA. Mas a vontade política para que isso aconteça não está a concretizar-se. De acordo com o presidente e CEO da GAMA, Pete Bunce, “Não podemos convencer a Comissão [Européia – UE] de que este é o caminho mais inteligente a seguir”, revelou, criticamente, Bunce. [EL] – c/ fonte