Riscos de espaço aéreo fazem parte da ameaça permanente à segurança da aviação – um cenário de debate na Conferência Mundial sobre Risco do Sobrevôo em Varsóvia (Polônia) em julho, em 04.06.24


A segurança do espaço aéreo está cada vez mais comprometida por conflitos armados, ou pela ameaça de conflitos armados, desde a fronteira da Ucrânia com a Rússia, passando por Israel, pelo Irão, pelo Cáucaso e por toda a região africana do Sahel.

Com isto em mente, a Osprey Flight Solutions (do Reino Unido) uniu forças com a EASA para realizar a primeira Conferência Mundial sobre Risco de Sobrevôo – World Overflight Risk Conference, agendada para o período dos dias 02 a 04 de julho, em Varsóvia (Polônia).

A agenda do evento contará com especialistas das principais cias. aéreas, representantes de forças de segurança, da OTAN, da União Européia, além da EASA, bem como especialistas em gestão de risco e seguros.

A Osprey pretende publicar um livro branco para resumir as principais conclusões da conferência.

O evento é realizado sem fins lucrativos, com quaisquer lucros a serem doados a associações de vítimas associadas aos vôos MH-17/KL-4103, da Malaysian Airlines, de um B.777-200 que foi abatido em rota entre Amsterdã (Holanda) e Kuala Lumpur (Malásia), no FL330, a MN a nordeste de Donetsk (Ucrânia), matando todos os seus 298 ocupantes, em julho de 2014 por forças afiliadas à Rússia na Ucrânia, e PS-752 da Ukraine International Airlines (UIA), de um B.737-800  abatido por mísseis de defesa aérea iranianos logo durante saída de Teerã (com destino de Kiev, na Ucrânia), matando todos os 176 ocupantes, em janeiro de 2020.

Durante a EBACE 2024, edição anual da convenção da associação da aviação executiva européia, que aconteceu entre os dias 27 e 30 de maio, em Genebra (Suíça), especialistas em segurança reunidos na feira instaram a indústria da aviação, incluindo a executiva, a garantir um plano de proteção sólido.

O grupo de saúde e segurança MedAire vê as ameaças ao espaço aéreo como parte de uma gama mais ampla de preocupações de segurança que alimentaram uma sensação de “permacrisis” –  “permacrise”, de crise permanente -, na qual os riscos parecem transformar-se e aumentar constantemente. Além dos fechamentos de espaço aéreo, uma recente onda de incidentes de falsificação de sinais de satélites para minar a integridade dos sistemas de navegação satelital (GNSS) – e ataques de foguetes e drones por forças iranianas proxy (de conflito armado) – estão causando perturbações operacionais.

“Os operadores charteres e os departamentos de vôo [de organizações corporativas] estão tendo de redirecionar os vôos, o que significa escalas técnicas adicionais que têm de ser planejadas. Significa mais dinheiro, tempo e recursos”, disse John Cauthen, diretor de segurança da divisão de aviação e marinha da MedAire, para a mídia AIN, e artigo do editor-chefe Charles Alcock postada na mídia no dia 29, abordando este tema.

A MedAire visa ajudar os clientes a compreender e contextualizar as ameaças que enfrentam. “Nossas equipes de segurança tentam juntar as peças do quebra-cabeça e então tomar decisões baseadas em riscos, com base no fato de que cada um tem um apetite diferente pelo risco”, disse Cauthen.

Para enfrentar a ameaça de falsificação de sinal de satélites, como ocorreu recentemente no espaço aéreo do Médio Oriente, a MedAire está fornecendo treinamento específico para tripulantes, fornecendo orientação sobre como os pilotos podem garantir meios de identificação de indicações de navegação espúrias errôneas, por falsificação, e como dispor de ferramentas e recursos alternativos – de cartas tradicionais e auxílios à navegação terrestres – como backup. [EL] – c/ fontes