SAC e UFSC lançam Guia de Espécies para Gerenciamento do Risco de Fauna – urubu-de-cabeça-preta lidera ranking de risco de fauna na aviação brasileira, em 17.08.25


Em nota no dia 24 (julho), o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) divulgou o lançamento do Guia de Espécies para Gerenciamento do Risco de Fauna pela parceria da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC/MPOR) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O material, inédito no setor, reúne informações detalhadas sobre as espécies mais frequentemente envolvidas em colisões com aeronaves, com o objetivo de apoiar ações de mitigação em aeroportos de todo o país.

O guia é um dos resultados do Projeto SAC Risco de Fauna, parceria entre a SAC/MPOR e a UFSC para aprofundar o conhecimento científico sobre um problema que impacta a aviação civil em todo o mundo.

A publicação identifica as espécies com maior risco para a operação aérea e as classifica em um ranking que leva em consideração o total de colisões registradas, a gravidade do dano e o efeito sobre o vôo, como pousos de precaução e arremetidas.

O ranking aponta 68 espécies críticas à segurança operacional, além de quatro espécies de morcegos. Entre as dez mais relevantes estão: seriema, fragata, capivara, urubu-da-mata, biguá, gavião-preto, anú-preto, carcará e águia-pescadora. O Guia detalha o perfil de 30 dessas espécies e indica os aeroportos com maior número de registros.

O urubu-de-cabeça-preta lidera o ranking de severidade. Com envergadura de até 1,5 m. e peso de até 3 kg, o animal foi responsável por 617 colisões registradas entre 2011 e 2024, sendo 280 (45,4%) com danos, em 120 aeródromos do país.  O risco é mais elevado durante a fase de aproximação das aeronaves. Nesse período, foram registrados 144 pousos de precaução (ie, 23,3% dos eventos) devido ao impacto com a espécie.

Como medida de mitigação, o guia recomenda o monitoramento e o acionamento de órgãos responsáveis por controlar abatedouros, descarte inadequado de resíduos e aterros sanitários próximos a aeroportos.

Para a coordenadora de segurança operacional e carga da SAC/MPOR, Raquel Rocha, o lançamento do guia representa um marco para a aviação civil ao transformar conhecimento técnico e científico em uma ferramenta prática de gestão do risco. “É uma entrega inédita, com impacto direto na rotina dos operadores aeroportuários e na conscientização do público. A parceria com a UFSC tem sido essencial para desenvolver soluções baseadas em evidências, reforçando nosso compromisso com a segurança da aviação e com políticas públicas eficazes”, afirma. Ela destaca ainda que a identificação genética das espécies envolvidas nas colisões tem contribuído para o aprimoramento das estratégias de mitigação.

Disponível em formato digital, o Guia de Espécies para Gerenciamento do Risco de Fauna pode ser acessado gratuitamente por meio da Plataforma Hórus, ambiente online que centraliza dados sobre risco de fauna e medidas de mitigação em aeroportos. O material é voltado tanto à comunidade aeroportuária quanto ao público em geral, promovendo a conscientização sobre os riscos e formas de prevenção.

Guia de Espécies para Gerenciamento do Risco de Fauna – Plataforma Hórus:
https://horus.labtrans.ufsc.br/api//Files/CampanhasRiscoFauna/SAC_Fauna_Guia_de_Esp%C3%A9cies_para_Gerenciamento_do_Risco_de_Fauna.pdf