Secretaria de Aviação Civil (SAC) realiza evento para debater risco de fauna na aviação, em 05.04.25

Em nota no dia 24, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) divulgou que a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desenvolveu, pela primeira vez, o seminário técnico do projeto “SAC Risco de Fauna” para reforçar a segurança operacional na aviação brasileira, com foco na prevenção de incidentes envolvendo animais em aeródromos e a promoção de boas práticas de manejo no setor aéreo.

O seminário foi realizado no dia 2 de abril de 2025, de 14h30 às 17h30, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Ministério de Portos e Aeroportos.

O evento foi concebido para reunir especialistas, operadores do setor aéreo, gestores públicos e a sociedade civil, oferecendo um espaço de troca de experiências e aprofundamento das estratégias para mitigar os riscos relacionados à fauna na aviação.

O projeto “SAC Risco de Fauna” visa ampliar o conhecimento técnico sobre a presença de animais em áreas aeroportuárias, propondo soluções que aumentem a eficiência no controle de fauna e reduzam ocorrências que possam comprometer a segurança das operações aéreas.

Raquel Rocha, coordenadora do projeto, destacou a importância da identificação precisa das espécies envolvidas nas colisões: “Com a identificação precisa das espécies envolvidas nas colisões, as medidas de manejo se tornam mais assertivas, reduzindo significativamente os riscos para as operações aéreas”.

Em nota no dia 02, o MPOR divulgou a realização do seminário, com participação de especialistas internacionais, para troca de experiências bem sucedidas na redução de choques de animais com aeronaves, em momentos de pouso e decolagem.

O evento contou com especialistas renomados de instituições americanas, como:

• Kyle Horton (Universidade Estadual do Colorado) – com apresentação de um projeto que utiliza análises meteorológicas para prever movimentos migratórios de aves.
• Carla Dove (Instituto Smithsonian) – explicando a importância da identificação da fauna envolvida em colisões para um gerenciamento eficaz do risco de fauna.
• Susan Ellis-Felege (Universidade da Dakota do Norte) – compartilhando pesquisas sobre o uso de radiotelemetria automatizada no rastreamento de aves em áreas aeroportuárias.

O evento reforça o compromisso do Brasil com a segurança operacional da aviação e a adoção de soluções inovadoras para mitigar riscos e reduzir impactos econômicos e ambientais. Segundo a nota, o Brasil é considerado uma referência global nesta área.

Seminário – Inovação no gerenciamento do risco de fauna – 02h46m35s:
https://www.youtube.com/watch?v=77K7yAvBbc4

No seminário, a SAC-MPOR apresentou um Projeto inovador desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que utiliza análise de DNA para identificar as espécies envolvidas em colisões com aeronaves, permitindo a adoção de medidas adequadas para minimizar o risco de incidentes.

Desde abril de 2023, o projeto já analisou centenas de amostras biológicas, identificando dezenas de espécies de aves e morcegos. Entre as mais frequentes estão a pomba-de-bando, o quero-quero, o urubu-de-cabeça-preta, o morcego-de-cauda-grossa e o carcará.

Estima-se que apenas um terço (1/3, ou 33%) das colisões sejam oficialmente reportadas. Estudos internacionais indicam que os benefícios econômicos das ações de gerenciamento de risco de fauna são sete vezes superiores aos custos de implementação.

No Brasil, entre 2011 e 2020, colisões com fauna causaram prejuízos superiores a US$ 75 milhões, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Globalmente, estima-se que esse custo atinja cerca de US$ 2 bilhões anuais.