SMS – marketing da segurança da aviação, por Stuart “Kipp” Lau, em 24.06.22


O articulista de segurança operacional da mídia AIN Stuart “Kipp” Lau, no dia 17, postou texto intitulado “Marketing Aviation Safety” – “Marketing de segurança na aviação -, para abordar, e promover, Sistema de Gerenciamento de Segurança, o SMS – Safety Management System.

No texto, Lau divulga que SMS promete melhorar/aprimorar segurança da segurança e reduzir riscos de acidentes, enquanto criando uma cultura de segurança que faz a segurança uma prioridade máxima. No EUA, operadoras aéreas tanto do transporte comercial como de fretamento transportam público por contratação de serviço, em um ponto comum, mas quando tratando-se de adoção de fato de SMS ocorre uma grande separação, e abre-se uma enorme lacuna.

Conforme artigo, segundo a FAA, menos de 2% de quase 2.000 operadores de vôos de fretamento no EUA têm SMS implementado e outros 8% estão trabalhando na implementação. Este quadro contrasta com o cenário em que 100% das transportadoras aéreas comerciais (transporte comercial regular) desenvolveram e implementaram um abrangente SMS.

Lau destaca que a principal diferença é que a implementação de SMS é voluntária para operadores de transporte por fretamento enquanto a FAA tornou esta adoção obrigatória para as transportadoras aéreas comerciais (transporte comercial regular) desde 2015.

Este forte contraste chamou a atenção do NTSB. Em sua lista de melhorias de segurança prioritárias no biênio 2021/22, no âmbito de aviação, foi relacionado o item “exigir e verificar a eficácia do SMS em todas as operações de aviação de transporte de passageiros de receita”, junto com os outros itens relacionados com a aviação, quanto à instalação de gravadores de vôo e à adoção de programas de monitoramento de dados para todos os operadores comerciais. O NTSB fez recomendações de SMS semelhantes à FAA, sete vezes.

No artigo, Lau reproduz, de acordo com o NTSB, que “um SMS é uma abordagem formal, de cima para baixo, em toda a organização para gerenciar riscos de segurança e garantir a eficácia dos controles de riscos de segurança. Um SMS deve abordar quatro componentes: [1] política de segurança, [2] gerenciamento de riscos de segurança, [3] garantia de segurança e [4] promoção de segurança. Um SMS pode ser escalável [dimensionado] para o tamanho e a complexidade das operações, mas muitos operadores não têm um implementado ou têm um ineficaz”.

Como uma revisão, de acordo com a FAA, os quatro componentes são definidos como:

  • a política de segurança estabelece o compromisso da alta administração em melhorar continuamente a segurança e define os métodos, processos e estrutura organizacional necessários para atingir as metas de segurança.
  • o gerenciamento de risco de segurança (SEM – Safety Risk Management) determina a necessidade e a adequação de controles de riscos novos ou revisados com base na avaliação do risco aceitável.
  • a garantia de segurança avalia a eficácia contínua das estratégias de controle de risco implementadas e apoia a identificação de novos perigos.
  • a promoção da segurança inclui treinamento, comunicação e outras ações para criar uma cultura de segurança positiva em todos os níveis da força de trabalho.

O último componente – promoção de segurança – é frequentemente uma “nota de rodapé” na maioria das discussões sobre SMS, mas trata-se de um fator importante, pois dá suporte aos outros três componentes. Propriedade de segurança e comunicação e conscientização de segurança são conceitos básicos que são críticos para o processo de SMS.

A propriedade (objeto de interesse) da segurança refere-se a todos em uma organização. Isso ajuda a promover o “compromisso de segurança” dos grupos de funcionários, pois todos têm um papel na promoção da segurança. A mensagem deve ser “se você vir algo, diga algo” e, com uma cultura de reporte-denúncia saudável, “escreva algo” para documentar o perigo. 

A comunicação e a conscientização sobre segurança podem variar de publicações a campanhas.

As publicações de segurança são mais eficazes quando o conteúdo fornece contexto sobre como os esforços de pessoal estão contribuindo para atingir as metas de segurança de uma organização; isso é importante para criar um compromisso de segurança.

Além disso, as campanhas de segurança são muito mais do que um slogan inteligente.

De acordo com Kevin Burns, consultor de gestão e marketing e palestrante de segurança, slogans genéricos como “segurança em primeiro lugar” e “estar seguro” não criam uma afinidade fácil com o usuário final. Em vez disso, Burns sugere que pode “levar meses para desenvolver uma mensagem focada que ressoe”.

Aqui estão as três estratégias que Burns recomenda para criar uma campanha de segurança bem-sucedida.

Primeiro, “crie um vínculo de propriedade/compromisso” que inclua mensagens e palavras que se conectem pessoalmente com os funcionários. Novamente, criando um “buy-in” – algo como “comprando isso”, “apostando nisso”, “botando as fichas nisso”.

Em seguida, “olhem além do foco estreito da segurança”. O objetivo é criar algo que todos os membros de uma organização, de profissional de rampa a piloto, possam apoiar. Um SMS não muda apenas a cultura de segurança, mas a cultura corporativa, sendo a segurança um valor fundamental.

Por fim, “esteja em todos os lugares”. A mensagem deve ser integrada em todos os pontos da organização. De acordo com Burns, “para onde quer que um membro de uma organização olhe, deve haver um lembrete de como fazer/de como fazemos a segurança por aqui”. Essa estratégia é impactante, pois não atinge apenas os funcionários, mas também se conecta com candidatos a emprego, clientes e contratados terceirizados.

Os profissionais de segurança muitas vezes lutam para encontrar um retorno sobre o investimento em segurança. Olhando além das divisas e fronteiras, a segurança pode viabilizar os negócios. Contratos dentro de uma indústria (petróleo e gás, por exemplo) ou com uma organização governamental (como o USFS – United States Forest Service, ou Serviço Florestal do EUA, e o DoD – Departament of Defense, ou Depto. de Defesa), geralmente exigem que as empresas tenham uma forte cultura de segurança (SMS), programas de segurança proativos (monitoramento de dados de vôo) e aeronaves dotadas de equipamentos para segurança avançada.

Lau finaliza seu artigo reproduzindo, do NTSB, que “o SMS pode melhorar a segurança e fornecer um meio eficaz de garantir uma cultura de segurança”. E que as organizações com uma forte cultura de segurança não devem ser tímidas ao promover a segurança. Que um SMS eficaz destaca a capacidade de uma organização de fazer bem a segurança. De acordo com Lau, esses mesmos atributos transcendem a outras partes de uma organização – análise forte, estrutura organizacional e atenção aos detalhes são boas práticas de negócios. [EL] – c/ fontes