Start-up sueca Heart muda design aeronáutico e a arquitetura do seu sistema de propulsão híbrido independente planejado e avança com novo avião regional híbrido ES-30, em 13.07.24


Em artigo no dia 10, Charles Alcock, o editor-chefe da plataforma online da mídia AIN, divulgou que a fabricante start-up sueca Heart Aerospace planeja revelar um demonstrador de tecnologia para seu avião regional híbrido-elétrico ES-30 (de 30 assentos-pax.) no outono europeu.

A Heart mudou a arquitetura do sistema de propulsão para uma configuração híbrida independente que, segundo a mesma, permitirá que mais missões sejam realizadas em modo totalmente elétrico. Em vez da configuração híbrida da série anterior, a aeronave agora usará dois motores turboélice ainda não especificados instalados na seção externa da asa e dois motores elétricos internamente à asa. A Heart confirmou a decisão de abandonar a configuração híbrida com turbogerador em série em maio, levando a outras mudanças de design, incluindo a remoção do compartimento (baía) da bateria da parte inferior da fuselagem e a eliminação de winglets e da solução escorada da asa (alta).

Heart Aerospace ES-30:
https://heartaerospace.com/es-30/
Apesar do extenso trabalho de engenharia exigido pelas últimas mudanças do programa, o presidente e diretor comercial da Heart, Simon Newitt, disse para a AIN que ainda pretende obter a certificação inicial Tipo da EASA em 2028.

A Heart definiu cronograma em 2022, quando abandonou os planos anteriores para o modelo ES-19 totalmente elétrico, em resposta ao feedback de possíveis clientes de cias. aéreas que apontaram que precisavam de maior alcance e carga-paga prometidos com o modelo de 19 assentos.

Em maio, a Heart abriu uma instalação de pesquisa e desenvolvimento na Califórnia (EUA), onde sua equipe desempenha um papel fundamental na conclusão do projeto do ES-30 e na determinação de um plano para testes de solo e de vôo.

A Heart atingiu um estágio avançado nos testes de hardware (componentes) para o demonstrador, que também faz parte de um projeto de pesquisa na Suécia apoiado pela operadora aeroportuária Swedavia e pelo grupo aéreo SAS.

Ao mesmo tempo, a Heart nomeou Benjamin Stabler como seu novo diretor de tecnologia. Anteriormente, Stabler liderou equipes de hardware e software (processos computacionais) para o programa Crew Dragon, da SpaceX, e foi cofundador da Parallel Systems, que desenvolveu trens de carga elétricos à bateria; Stabler também teve passagem na fabricante brasileira EMBRAER.

De acordo com Newitt, a configuração de propulsão híbrida dará às operadoras aéreas a opção de realizar missões totalmente elétricas sem usar fonte convencional turboélice. “As [hélices dos motores] turboélices poderiam ser embandeiradas para que pudessem decolar usando apenas os motores [elétricos] internos e voar até 200 quilômetros [108 MN], desde a entrada em serviço”, explicou Newitt. “Os motores externos [turboélices] serão dimensionados para serem acionados para permitir extensão de alcance [de até 800 km – 430 MN] e os operadores poderão ter tudo funcionando ao mesmo tempo para melhorar o desempenho de decolagem”, acrescentou Newitt.

Newitt disse que a Heart está agora “aprofundada nos detalhes” para determinar quais parceiros poderá selecionar para sistemas-chave, como motores elétricos e turboélices. E que busca formas “disruptivas” de trabalhar com parceiros para evitar o tipo de “estouros” orçamentários e atrasos nos programas que dificultam a introdução de novos produtos no mercado pela indústria aeroespacial e a condição de investidores frustrantes que desejam ver progresso de um projeto.

A Heart reporta cerca de 250 pedidos firmes ou acordos de compra para o ES-30, juntamente com direitos de compra, opções e cartas de intenção cobrindo outras 200 aeronaves.

No dia 03, a Heart realizou sua última reunião do Conselho consultivo com a presença de representantes da United Airlines e de sua afiliada regional Mesa, bem como da SAS e Braathens, Air New Zealand, Republic, Icelandair e KLM.

Como parte dos esforços para desenvolver uma rede de apoio de partes interessadas mais amplas, no final de junho a Heart lançou uma colaboração com a ilha sueca de Gotland. Contando com cerca de 61.000 residentes permanentes, o governo regional quer encorajar vôos com emissões líquidas zero de carbono para ligar a comunidade do Mar Báltico ao continente e a outros destinos europeus.

No início deste ano, a Heart fechou uma rodada de financiamento de Série B que arrecadou US$ 107 milhões.

Newitt disse que a Heart pretende buscar o apoio adicional que necessita em uma combinação de dispositivos de capital, instrumentos de dívida, investimentos estratégicos e apoio público.

A Heart também deseja ver compromissos políticos mais fortes por parte de governos para incentivar a aviação a investir em novas aeronaves “verdes” (ecologicamente). “Isso é fundamental; ouvimos muita conversa, mas precisamos de ação e precisamos ver as empresas [que tentam introduzir novas tecnologias de propulsão] tendo condições de concorrência equitativas”, concluiu Newitt. “Isto não é apenas uma brincadeira com combustível de aviação sustentável, que é mais adequado para vôos de longo curso com aeronaves maiores. Se não investirmos agora, não atingiremos as metas [líquidas de carbono zero]. Os governos precisam estar mais informados para não negarem a necessidade de apoio, que pode ser uma mistura de incentivos e restrições”, sustentou Newitt. [EL] – c/ fonte