Tamarack anuncia, com parceria da Dynamic Aviation, programa para desenvolver e certificar seu winglet ativo Atlas no King Air séries 200 e 300, em 12.10.21


A Tamarack Aerospace anunciou que “embarcou” em um programa para desenvolver e certificar seus winglets ativos Atlas para os bimotores turboélices Beechcraft King Air das séries 200 e 300. O anúncio foi feito nesta segunda dia 11 durante a programação da feira de aviação executiva americana NBAA-BACE, que acontece em Las Vegas.

No anúncio, a Tamarack (uma empresa sediada em Sandpoint, no Estado do Idaho), divulgou que tem alvo as frotas militares de King Air, primeiramente, e que depois oferecerá a modificação para o mercado das aeronaves civis.

O processo de modificação está sendo realizado em parceria com a Dynamic Aviation e está sendo analisado por organizações militares e de defesa dos EUA que estão interessadas em capacidades de missão aprimoradas, como desempenho de decolagem de condição de altitude elevada e alta temperatura melhorado, tempo de operação estendido, carga-paga aumentada e suporte para vôo sustentável, incluindo redução de emissão (por menor consumo de combustível) e ruído.

Embora não esteja na exibição estática oficial da NBAA, um King Air 200 da Tamarack modificado com um modelo-protótipo do winglet ativo está no Aeroporto Executivo Henderson, em Las Vegas, durante a feira NBAA-BACE. E a empresa está oferecendo vôos de demonstração para destacar as melhorias de desempenho do avião modificado.
Após o encerramento da feira, nesta quinta (15), a Tamarack voará no King Air modificado em uma turnê de demonstração para clientes militares em potencial.

A modificação Tamarack King Air compreende winglets instalados nas pontas das asas, com extensões de asa, que ajudam a melhorar o desempenho e as superfícies de curvatura ativas (TACS – Surface Camber Active Tamarack) do sistema de alívio de carga com tecnologia ativa Tamarack (Atlas), que se movimentam automaticamente durante o vôo para aliviar a carga adicional na asa devido ao comprimento de asa e winglet alongado.

O TACS é acionado por um atuador controlado por computador em resposta aos sensores de carga e reage quase instantaneamente às mudanças na carga da asa. Os winglets ativos eliminam a necessidade de aumentar e, portanto, adicionar peso à estrutura de asa para lidar com o aumento da carga devido ao winglet e envergadura adicionada, com o resultado sendo um vôo mais eficiente e uma redução nos efeitos de turbulência.

A tecnologia Atlas, da Tamarack, aumenta a razão de aspecto da asa sem aumentar o peso estrutural da aeronave (pela dispensa de necessidade de reforço estrutural de asa), tornando-o o winglet de última geração mais avançado disponível. A tecnologia inovadora oferece um desempenho verdadeiramente transformador e, não havendo necessidade de reforço estrutural da asa, com a modificação sendo leve, de instalação rápida e fácil.

Os winglets ativos Atlas, da Tamarack, já são certificados para o Cessna Citation Jet CJ1/M2 até o CJ3, com uma solução de um TACS em cada winglet. Cerca de 150 jatos Citation Jet (CJ) foram modificadas com winglets Tamarack até agora. A modificação com winglets ativos Atlas no CJ permite a subida para altitudes iniciais maiores e, conseqüentemente, melhora o consumo de combustível em até 33%.

Na modificação com winglets ativos Atlas no King Air 200 e 300, designada Performance Smartwing, a Tamarack concebeu a adoção de dois TACS por asa (lado), para melhorar as taxas de despacho. Se um TACS falhar, o outro permitirá que o avião continue voando dentro de certas limitações de velocidade, não tão lentamente como seria o caso de falha de um avião com apenas um único TACS instalado. No Citation Jet, por exemplo, uma falha do TACS requer desaceleração para 140 KT.

Na modificação com winglets ativos Atlas no King Air, a extensão da asa será significativa, adicionando 8 pés (2,44 m.) de envergadura no King Air 200 e 6 pés (1,83 m.) no King Air 350 (B300). De acordo com Tamarack, a envergadura maior trará um grande benefício para o desempenho de decolagem em alta temperatura: “… as capacidades de subida incrementadas podem permitir que a aeronave decole durante condições que, de outra forma, manteriam em solo a aeronave sem a modificação de performance Tamarack Smartwing. Esse benefício é crucial para o mercado de defesa, já que a prontidão para a missão e a segurança são as principais prioridades”, pontuou Klinginsmith.

“Os benefícios que estamos vendo com o Citation Jet serão ampliados no King Air”, disse o presidente da Tamarack, Jacob Klinginsmith. “Será um pouco diferente do winglet CJ. A forma aerodinâmica será diferente, pois é otimizada para um King Air. Vai ser benéfico para uma operadora de fretamento, especialmente em termos de alto desempenho e utilização, mas também o mercado militar está muito interessado nesta modificação porque eles têm desafios de alto desempenho, e também o tempo [capacidade] vai ser aumentado significativamente. Algumas organizações com as quais conversamos quando compartilhamos as projeções disseram que isso muda seu modelo de negócios de uma maneira positiva”, acrescentou Klinginsmith.

Para o programa Smartwing no King Air 200, a Tamarack fez testes de vôo para estabelecer o desempenho básico e, após a modificação, voou por três semanas para coletar dados, que ainda estavam sendo processados antes da feira NBAA-BACE.

Para o programa Smartwing no King Air 300, a Tamarack está trabalhando para dispor de um aparelho King Air 350 para modificação e, em seguida, para passar pelo mesmo processo de testes de vôo, coleta de dados e análise de desempenho.

O primeiro Certificado de Tipo Suplementar (STC/CST) para o Performance Smartwing será para o King Air 350. A Tamarack prevê a obtenção deste STC/CST até o final de 2022, seguido pela certificação do sistema no King Air 200.

Para a Tamarack, o benefício de seus winglets não é apenas permitir que os clientes operem viagens mais longas sem parada técnica, mas os recursos de sustentabilidade. Embora muitos esforços estejam em andamento para desenvolver aeronaves movidas a eletricidade e hidrogênio, Klinginsmith disse: “A Tamarack tem um produto disponível agora. Os winglets tradicionais têm provado isso há muitos anos e esta é a próxima geração de winglets. Temos a maior atualização de sustentabilidade individual agora e estamos felizes em ver que ela começa a ser reconhecida na comunidade de sustentabilidade da aviação”. Klinginsmith destacou que não importa como uma aeronave é movida, “Nossa tecnologia funciona bem com combustível de aviação sustentável (SAF) ou propulsão elétrica ou híbrida. Estamos focados em reduzir o arrasto na fuselagem, e outros estão focados na propulsão. Todos nós temos que trabalhar juntos”.

A Tamarack divulga que gostaria de ter a oportunidade de trabalhar com fabricantes para projetar winglets ativos para novas aeronaves. “Estamos abertos para colaborar com as fabricantes de aeronaves”, disse Klinginsmith.

“A tecnologia funciona com aeronaves atuais e de projetos novos. Temos quase 30 patentes e estamos entusiasmados com as oportunidades com fabricantes de aeronaves. Esse foi o nosso plano de negócios desde o início. A Tamarack é uma empresa de tecnologia e sustentabilidade, começando com jatos executivos e, eventualmente, aviões regionais e transportadores de corredor único. A implementação de novas tecnologias sustentáveis da Tamarack, como o Performance Smartwing, em diferentes setores da aviação, é um passo positivo em direção aos esforços de sustentabilidade”, acrescentou Klinginsmith, para finalizar: “À medida que avançamos em direção às nossas grandes metas de redução de emissão de carbono, precisamos olhar para as tecnologias que vão ter um impacto significativo e podem ser aplicadas agora, proporcionando economias de custos operacionais impactantes”.

Parceira da Tamarack neste programa de modificação, a Dynamic Aviation é uma das fornecedoras de soluções de aviação mais reconhecidas do mundo para o Departamento de Defesa e na aviação comercial, operando a maior frota privada de King Air do mundo. É uma provedora líder de soluções inovadoras de aviação para missões especiais, projetadas para atender requisitos exclusivos de organizações governamentais e comerciais em todo o mundo. Com sede em seu aeroporto privado de uso público em Bridgewater, no Estado americano da Virginia, a Dynamic Aviation oferece ativos e serviços aéreos personalizados para apoiar uma ampla gama de clientes, incluindo Defesa nacional, inteligência militar, agências federais, governos estaduais e locais, pesquisa sem fins lucrativos organizações e empresas privadas. A empresa tem a flexibilidade e os recursos para fornecer soluções de aviação de classe mundial que combinam aeronaves modificadas por missão, tripulações de vôo experientes e serviços de manutenção abrangentes. A empresa emprega aproximadamente 600 profissionais da aviação, possui mais de 140 aeronaves e opera em 18 localidades em três continentes. [EL] – c/ fontes