TECNAN inicia o programa “verde” com o “P-Volt”, em 23.11.21
A Tecnam Aircraft está facilitando sua base de clientes para um futuro sustentável e “verde” com um programa para fazer a transição da sua atual aeronave a pistão P2012 Traveler para a variante elétrica do modelo, designada “P-Volt”, para um nicho do mercado avançado de mobilidade aérea. Atuais clientes do P2012 Traveler poderão obter os primeiros direitos de slots de produção na conversão de encomenda para atualizar suas aeronaves para o novo equipamento, caso queiram tornar seu avião à prova do futuro.
O “P-Volt”, com propulsão da Rolls Royce, tem a plataforma do P2012 Traveler, com o mesmo conjunto de aviônicos e muitas outros componentes, dinâmica de vôo e requisitos de treinamento semelhantes. A principal diferença reside na velocidade e faixa de cruzeiro típicas, devido à incorporação no “P-Volt” de motores elétricos alimentados por bateria substituindo motores a pistão.
O “P-Volt” terá baterias de troca fácil e rápida. Será um modelo que permitirá que os proprietários/operadores se atualizem para uma tecnologia mais recente à medida que chega ao mercado ou desfrute de um caminho muito mais acessível para renovar as baterias com baixo nível de carga. Ao contrário dos sistemas de bateria embutidos que podem exigir uma renovação demorada e cara, o “P-Volt” permitirá um desempenho consistente durante toda a vida útil da aeronave.
Com a migração para o “P-Volt”, os operadores desfrutarão de uma operação mais econômica e sustentável, de custos mais baixos em comparação com o P2012 Traveler, mas com algumas ressalvas das restrições de capacidade. Com os números projetados da TECNAM para a condição de bateria em um estado de integridade de 90%, a conversão pode não parecer ideal para alguns casos de utilização.
Com o alcance de 85 MN para a atual tecnologia de bateria e alcance de 145 MN previsto para 2030, o “P-Volt” pode ficar relegado a serviços entre aeroportos muito próximos e vôos locais, em missões de treinamento, já que seu alcance é amplamente superado ao alcance de 950 Mn do P2012 Traveler. Também, números de carga-paga e carga-útil do “P-Volt” não seriam atrativos – de carga-paga de 809 kg contra 874 kg do Traveler com abastecimento completo e de carga-útil de 809 kg contra 1.414 kg do Traveler (de 65 kg, ou 8%, e de 605 kg, ou 75%, respectivamente). Com motores a pistão, a carga-paga pode ser trocada por combustível quando necessário, mas a densidade de energia da bateria ainda não é forte o suficiente para permitir essa ‘troca’. Outra desvantagem do “P-Volt” é a redução de velocidade máxima, estimada em 14 KTAS (7%), de 194 KTAS (no FL100) para 180 KTAS (no FL050), além do próprio menor nível de cruzeiro. A velocidade de cruzeiro típica também é bastante diferente, de 120 KTAS no “P-Volt” para 173 KTAS no Traveler (uma diferença de 53 KTAS, ou 44%).
Mas, ainda sim, operadores com uma filosofia de uso adequada podem achar que a conversão já pode valer a pena e ter vantagens. E essas diferenças (desvantagens do “P-Volt”), na atual tecnologia de motorização elétrica, podem não durar muito tempo se a indústria de baterias puder avançar e criar produtos aprimoradas e mais adequados.
Matheu Parr, diretor de cliente da Rolls-Royce Electrical, disse que o desenvolvimento 9aprimoramento de produto) é um de seus objetivos principais. “Nossos sistemas de armazenamento de energia [ESS – Energy Storage System] permitirão que o P-Volt realize vôos de 100 MN de emissão zero nesta década e melhore a partir desta posição conforme a tecnologia da bateria se desenvolve”.
Fabio Russo, diretor de P&D (pesquisa e desenvolvimento) da TECNAM, tem sentimento semelhante. “A indústria de baterias está trabalhando ativamente no desenvolvimento de soluções de maior capacidade de armazenamento de energia e a tecnologia pode avançar mais rápido; no entanto, a TECANM e a Rolls-Royce estão se concentrando em soluções que são reais, comercialmente viáveis e que só podem melhorar com o tempo”, Russo disse.
Russo disse que a TECNAM vê um futuro saudável através da construção de soluções reais com uma transição estável para a aviação “verde”. “A inovação verde é fundamental e a inovação real leva tempo, vemos muitas empresas prometendo demais. Não é assim que fazemos as coisas na TECAM. O Programa de Transição é um caminho real onde temos o P2012 Traveler, já em serviço, que fará a transição para o P-Volt da forma mais suave possível, especialmente para os operadores acostumados a voar com aeronaves com mais de 20 assentos”, falou Russo. [EL] – c/ fontes