Trabalho colaborativo entre DECEA, ABEAR e IATA reduz emissão de 90.000 toneladas de gás carbônico, em 17.09.23


Conforme nota postada no dia 11 no seu portal, o DECEA divulgou que o trabalho colaborativo entre o Departamento, a ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) para o aperfeiçoamento e otimização de rotas aéreas permitiu a redução de emissão de 90 milhões de kg (90.000 toneladas) de gás carbônico, somente no ano de 2022. Esse total equivale à absorção de CO2 realizada por 551.673 árvores da Mata Atlântica, já que cada árvore desse bioma absorve 163,14 kg de CO2 durante seus primeiros 20 anos, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica. Considerando-se o período acumulado de 2020 ao 1º trimestre de 2023, as empresas aéreas deixaram de emitir 196 milhões de kg de CO2, ou o correspondente à absorção de CO2 de 1,2 milhão de árvores da Mata Atlântica.

O aprimoramento de rotas aéreas nesse período permitiu, ainda, a economia de 62.164.200 kg (62.164,2 toneladas) de querosene de aviação (QAv), o que corresponde a 37.675 vôos na Ponte aérea Rio-SP / Congonhas (SBSP) – Santos Dumont (SBRJ), cujo consumo de combustível é de 1.650 kg (1,65 ton.) de QAv. Essa redução seria suficiente para encher de combustível  (QAv) os tanques de 2.389 aviões Boeing B.737-800, ou 3.108 aeronaves da Airbus da família A320.

“O trabalho colaborativo entre a ABEAR e o DECEA, por meio do Projeto Eficiência de Rotas, tem sido fundamental para mostrar o que de fato as companhias aéreas e autoridades aeronáuticas têm feito para contribuir com a descarbonização da aviação comercial. Iniciativas como essa comprovam o potencial que o país tem para ser protagonista nas discussões sobre redução de emissões e desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação”, disse a presidente da ABEAR, Jurema Monteiro.

De 2020 até início de 2023, o trabalho colaborativo propiciou a criação de 300 rotas alternativas otimizadas para que as aeronaves pudessem voar trajetórias mais diretas entre os aeroportos de origem e destino.

A partir de 05 de outubro, com a implantação da nova fase do Projeto Eficiência, do total das 300 rotas alternativas, 75 passarão a ser rotas permanentes.

Um exemplo de rota otimizada é a que parte do Aeroporto Internacional de Recife/PE (SBRF) para o Aeroporto Internacional de Guarulhos/SP (SBGR), com redução de aproximadamente 26 km (14 MN) e economia de 4 minutos entre os dois trechos.

Em complemento à nota, o Aeroporto Internacional de Guarulhos/SP (SBGR) dista 1.135 MN do Aeroporto Internacional de Recife-Guararapes/PE (SBRF), em rota direta. Voando em grande parte de uma rota por aerovia UZ10, via chegada pela STAR “EDMUS”,  numa possível rota em PLN, a distância é de 1.164 MN (uma diferença de 29 MN, ou +2,56%). Pelas atuais RTE (rotas preferencias), para vôo SBRF-SBGR, a alternativa seria a rota opcional (via chegada pela STAR “VUNOX”), após parte pelas aerovias UZ42 e UZ21 – “MCE UZ42 RONUX DCT VUREK DCT UTGIR UZ21 VUNOX” -, uma rota somando 1.150 MN (uma diferença de 15 MN, ou +1,32%).

A rota entre os aeroportos de Fortaleza/CE (SBFZ) e Recife (SBRF), por sua vez, teve diminuição de quase 30 km (16 MN) e redução de tempo de vôo de 5 minutos entre as duas localidades.

Em complemento à nota, o Aeroporto Internacional de Recife-Guararapes/PE (SBRF) dista 339 MN do Aeroporto de Fortaleza-Pinto Martins/CE (SBFZ), em rota direta (e pela aerovia UZ61). Pelas atuais RTE (rotas preferencias), para vôo SBFZ-SBRF, a alternativa seria a rota opcional com vôo fora de aerovia via fixo “ILNOT”, uma rota somando 362 MN (uma diferença de 23 MN, ou +6,78%).

“Além de promover a gestão do tráfego aéreo mais sustentável através das rotas fixas mais diretas, o Projeto Eficiência de Rotas proporciona uma carga de trabalho mais igualitária nos centros de controle de tráfego. Os procedimentos de navegação aérea com perfis de voo mais eficientes e uma nova estrutura de espaços aéreos e de setorização são fundamentais para a implementação desse novo cenário operacional”, afirma o chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, brigadeiro do ar André Gustavo Fernandes Peçanha.

Para Dany Oliveira, diretor da IATA para o Brasil, a descarbonização da indústria de aviação é o maior desafio do setor. “A colaboração entre a IATA, ABEAR e o DECEA, por meio do Projeto Eficiência de Rotas, é exemplar no caminho rumo à descarbonização da aviação comercial. Essas iniciativas ressaltam o potencial do Brasil como protagonista nas discussões sobre sustentabilidade e desenvolvimento de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF). Juntos vamos superar os desafios da transição energética”.