Transportadora aérea demite, após investigação interna, tripulante envolvido em evento de falha (falta) de rádio-contato com órgão de controle, pelas suas informações prestadas à empresa e pela suspeita do tripulante ter adormecido em função ativa na cabine, em 09.06.22

No dia 01 de maio, o Airbus A330-200 de matrícula EI-EJP da transportadora aérea ITA – Italia Trasporto Aereo, cumprindo o vôo regular internacional AZ-609 – de Nova Iorque/Aeroporto JFK, no EUA, para Roma/Aeroporto Fiumicino, na Itália -, estava em rota, em cruzeiro no FL380, a cerca de 200 MN a noroeste de Marselha (França), quando o vôo foi transferido ao Centro de Controle Marselha, mas não entrou em contato com este órgão de controle de tráfego aéreo.

Na falta de contato, aviões de caça foram despachados, mas não precisaram levar a cabo missão de interceptar o A330 quando a tripulação finalmente começou a se comunicar com órgão de controle, novamente, após cerca de 10 minutos. A aeronave continuou para Roma para um pouso seguro sem mais incidentes.

De acordo com relatos da mídia na Itália no início de junho, a ITA demitiu o comandante do vôo após uma investigação interna sobre a ocorrência. O cmte. teria supostamente adormecido na cabine, em função ativa no vôo.

A cia. aérea afirmou que o comandante apresentou um comportamento inconsistente com as regras comportamentais e de trabalho da empresa, bem como mostrou inconsistências e discrepâncias em suas entrevistas e os fatos apurados pela investigação. No momento da ocorrência – da perda de comunicação com controle de tráfego –, o copiloto estava em um “repouso aprovado” – cochilando em posto da cabine -, porém, o comandante também teria adormecido; mas em suas entrevistas para a investigação interna da ITA, o cmte. alegou ter havido um problema com os dispositivos de comunicação, enquanto a investigação não encontrou falhas nos sistemas de comunicação. A aeronave estava voando no piloto-automático, não tendo sofrido qualquer variação de altitude e desvio de curso, de modo que a ocorrência não representou nenhum perigo para a aeronave ou seus ocupantes, durante o período NORDO (No Radio, ou sem rádio-comunicação), divulgou a ITA.

A cia. aérea não confirmou que o cmte. adormeceu. A transportadora justificou a demissão do cmte. com a alegação que a relação de confiança havia sido irremediavelmente prejudicada.

Não existem processos disciplinares conhecidos contra o copiloto do vôo, que, segundo o ITA, informou sobre a sua pausa para sono controlado na cabine de acordo com o regulamento.

As regras de descanso controlado determinam que um dos dois pilotos pode dormir um pouco na cabine enquanto a aeronave estiver em vôo de longo curso, os pilotos devem coordenar seu tempo de descanso com antecedência e a tripulação de cabine deve ser informada de que um piloto está em inativo, temporariamente.

A ITA é uma empresa aérea estatal sucessora da extinta transportadora de bandeira italiana Alitalia lançada em outubro de 2021, encerrando assim a história comercial de 74 anos de sucessivas crises financeiras desta última. [EL] – c/ fontes