Universal Hydrogen encerra programa de conversão de aviões regionais a hidrogênio líquido após fracasso dos esforços para angariar mais fundos, em 04.07.24
Post de Charles Alcock, editor-chefe da mídia AIN, no dia 01, divulgou que a startup americana Universal Hydrogen abandonou seus esforços para converter aviões regionais para hidrogênio líquido, reconhecendo no fim de semana que está fechando o negócio.
A notícia do fechamento da Universal Hydrogen apareceu, pela primeira vez, no jornal Seattle Times edição do dia 29 (sábado) e, no dia seguinte (30 – domingo), seu presidente e CEO, Mark Cousin, emitiu uma declaração pública confirmando a notícia veiculada pelo jornal.
“Confirmamos a infeliz notícia de que a Universal Hydrogen Co. tomou a difícil decisão de encerrar a empresa”, disse Cousin em comunicado por escrito. “Embora tenhamos procurado novo capital durante algum tempo e avaliado várias opções estratégicas, não tivemos sucesso em fechar qualquer novo investimento e, portanto, o nosso conselho tomou esta decisão”, postou Cousin.
De acordo com o Seattle Times, Cousin escreveu aos acionistas, em 27 de junho, para explicar a situação. O jornal informou que viu documentos relacionados aos esforços para garantir um investimento de US$ 20 milhões de investidores da Arábia Saudita e outro possível acordo de fusão com a Silver Airways, com sede na Flórida.
A Universal Hydrogen foi fundada no início de 2020 pelo ex-diretor de tecnologia da Airbus, Paul Eremenko, que, de acordo com o Seattle Times, deixou o cargo de CEO em abril. Os investidores na Universal Hydrogen incluem American Airlines, Airbus Ventures, GE Aviation, Toyota Ventures e JetBlue Ventures.
Em fevereiro, a Universal Hydrogen informou que havia conduzido um primeiro teste de solo com seu trem de força de célula de combustível da classe megawatt, usando seu módulo proprietário de hidrogênio líquido para fornecer o combustível.
Em maio, a Universal Hydrogen estaria se preparando para iniciar um programa de testes de vôo com este equipamento para aproveitar a experiência adquirida quando voou um de Havilland DASH-8 parcialmente movido a hidrogênio em Moses Lake, em Washington.
A Universal Hydrogen estava trabalhando para garantir Certificado Tipo Suplementar (STC/CST) para converter os bimotores turboélices DASH-8 e ATR-72, aeronaves com capacidade de 70 assentos, para serem capazes de operar setores de 500 MN com reservas para desvios de destino. Seu objetivo era colocar a primeira aeronave em serviço comercial em 2026.
Em novembro, a Japan Airlines tornou-se a mais recente transportadora a demonstrar interesse em converter parte da sua frota para propulsão a hidrogênio, quando assinou um acordo de parceria com a Universal Hydrogen e outra inovadora em sistemas de propulsão, a H2Fly.
A Universal Hydrogen já havia garantido acordos de vendas provisórios com a cia. aérea regional americana Connect Airlines para 75 aviões ATR-72-600 convertidos e com a Avmax Aircraft Leasing para 20 aeronaves.
Enquanto isso, a ZeroAvia continua seu trabalho para converter aeronaves regionais com uso de seu sistema de propulsão elétrico a hidrogênio. Em abril, abriu uma fábrica em Everett, em Washington, enquanto busca aprovação para seu trem de força ZA-600, de 600 kW (0,6 MW), para aeronave de 20 assentos, e o motor ZA2000, de 2 MW, para aeronave de 90 assentos.
Em novembro de 2023, a ZeroAvia levantou mais US$ 116 milhões em financiamento de capital novo por meio de uma rodada de financiamento da Série C. O UK Infrastructure Bank foi o principal investidor, juntamente com os co-líderes Airbus, Barclays Sustainable Impact Capital e o fundo Neom Investment da Arábia Saudita.
A ZeroAvia possui acordos de vendas com a Monte Aircraft Leasing e diversas companhias aéreas.
Elogiando a “visão e conquistas técnicas” da Universal Hydrogen, a ZeroAvia divulgou que continua comprometida em levar seus sistemas de propulsão ao mercado.
“Não podemos comentar sobre as finanças ou estratégias de outras empresas, mas a ZeroAvia está bem capitalizada com forte apoio dos investidores”, declarou a empresa. “Esse suporte é baseado em nossa abordagem sequencial – começando com aeronaves de 10 a 20 assentos – profunda integração vertical que leva à liderança técnica e de propriedade intelectual e componentes de alto desempenho com mercados distintos, tração comercial com mais de 2.000 pedidos de motores – incluindo quatro das 10 maiores companhias aéreas do mundo — e progresso sustentado com os reguladores na certificação”, discorreu a ZeroAvia.
A Hydroplane, com sede na Califórnia (EUA), é outra inovadora em propulsão por hidrogênio. Liderada pela ex-cientista da NASA Anita Sengupta, a startup está desenvolvendo a aeronave leve Protium, que seria inteiramente movida a hidrogênio.
Na Europa, a Sirius Aviation e a Beyond Aero estão trabalhando em planos para aeronaves executivas movidas a hidrogênio. As empresas têm como alvo faixas entre 800 e 1.000 MN, transportando entre três e oito passageiros. [EL] – c/ fonte