ZeroAvia faz o primeiro võo com Do-288 adaptado com um trem-de força por eletricidade-hidrogênio, em 23.01.23


A ZeroAvia realizou seu tão esperado primeiro vôo com sua aeronave-plataforma Dornier 228 com sistema de propulsão hidrogênio-elétrico. Alimentado parcialmente por um trem de força ZA-600, baseado em célula de combustível, o protótipo do avião transportador bimotor Dornier 228 (Do-228), de 19 assentos, da ZeroAvia, decolou em seu primeiro vôo, do Aeroporto de Cotswold, no Reino Unido, no dia 19 de janeiro.

A aeronave decolou às 13:35LT do Aeroporto de Cotswold (EGPB), no Reino Unido, base de pesquisa e desenvolvimento da ZeroAvia, para um vôo que durou 10 minutos. O vôo inicial durou pouco menos da metade do limite de resistência atual do demonstrador de tecnologia, de 25 minutos, e atingiu uma altitude de 2.000 pés e uma velocidade de 120 KT.

A ZeroAvia instalou um trem de força ZA-600 na asa esquerda substituindo de um de seus dois motores turboélice Honeywell TPE-331 do Do-228.

Imagens de vídeo do primeiro vôo mostraram vapor d’água saindo de células de combustível fabricadas pela Powercell, parceira da ZeroAvia.
Fonte:ZeroAvia

O evento marcou o início de uma campanha de testes de vôo da ZeroAvia, que é uma empresa desenvolvedora start-up com sede na Califórnia (EUA), no seu projeto que prevê oferecer o primeiro avião regional convertido para entrar em serviço comercial em 2025.

Quase exatamente dois anos atrás, a ZeroAvia realizou o primeiro de uma rodada de mais de 30 vôos, apartir de 2019 até setembro de 2020, com um monomotor Piper Malibu (de seis lugares) usando um trem de força hidrogênio-elétrico de 250 KW. O protótipo de 2020 fazia parte do programa HyFlyer I no Reino Unido. Ao contrário do programa de demonstração de tecnologia anterior, o motor de 600 KW da ZeroAvia que está sendo desenvolvido sob designação HyFlyer II é um programa de intenção comercial.

De acordo com o fundador e CEO da ZeroAvia, Val Miftahkov, “este é um momento importante, não apenas para a ZeroAvia, mas para a indústria da aviação como um todo, pois mostra que o verdadeiro voo comercial com emissão zero está a apenas alguns anos de distância. O primeiro voo de nossa aeronave de 19 lugares mostra o quão escalável é nossa tecnologia e destaca o rápido progresso da propulsão de emissão zero. Este é apenas o começo – estamos construindo o futuro da aviação sustentável e com impacto zero no clima. Nossa abordagem é a melhor solução para acelerar a aviação limpa em grande escala. Parabéns a todos da nossa equipe e a todos os nossos parceiros e partes interessadas pelo esforço coletivo que nos trouxe a este dia monumental da história”.

Grant Shapps, secretário de Estado para Negócios da Inglaterra, disse: “O vôo de hoje é uma visão extremamente empolgante do futuro – voar sem culpa e um grande passo à frente para viagens aéreas com emissão zero. Também demonstra como o financiamento do governo para projetos como esses está se traduzindo em crescimento líquido zero. O Reino Unido é líder mundial em tecnologia de aviação ecológica, e a mudança global para formas de vôo mais limpas representa uma grande oportunidade para garantir crescimento e empregos para nosso país. É por isso que apoiamos empresas que compartilham nossas ambições, colhendo os benefícios da tecnologia verde e criando milhares de novos empregos qualificados que a acompanham”.

O programa HyFlyer II da ZeroAvia para desenvolver seu motor elétrico a hidrogênio ZA-600 e modernizar o Dornier 228 está sendo entregue em parceria com a EMEC e a Aeristech e é apoiado pelo governo do Reino Unido por meio do Programa ATI e do Departamento de Negócios, Estratégia Industrial de Energia, Inovação Reino Unido e Instituto de Tecnologia Aeroespacial. Val Miftakhov também é membro do Conselho Jet Zero do governo do Reino Unido.

Miftahkov disse que a ZeroAVia revelará em breve o primeiro modelo (Tipo) de aeronave a ser convertida para funcionar com hidrogênio gasoso, bem como uma parceria com A fabricante desse modelo e a cliente companhia aérea de lançamento. Esse programa envolve uma aeronave na classe de 10 a 19 assentos que voará sob as regras de certificação do regulamento de aeronavegabilidade PART-23.

A ZeroAvia pretende enviar um pedido de certificado de Tipo para o trem de força de 600 KW (ZA-600), inicialmente com a Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido, até o final de 2023, enquanto trabalha para estabelecer a base para a aprovação. Também buscará certificados Tipo suplementar que cubram a conversão de cada tipo específico de aeronave.

A longo prazo, a ZeroAvia está trabalhando em um trem de força maior de 2,5 MW, adequado para aeronaves com capacidade para até 90 passageiros. O objetivo é iniciar os testes de solo ainda este ano e trabalhar para garantir as aprovações de organização de design e produção.

Na configuração de teste atual, o trem de força hidrogênio-elétrico consiste em duas pilhas de células de combustível, enquanto as baterias de íon-lítio fornecem suporte de potência de pico durante a decolagem e redundância de segurança.

Para os vôos de teste, a ZeroAvia colocou os tanques de combustível de hidrogênio e os sistemas de geração de energia por célula de combustível dentro da cabine. Mas os sistemas serão instalados fora da fuselagem na solução para aeronaves de produção.

Os testes continuarão ao longo deste ano, à medida que a ZeroAvia for refinando seu projeto de trem de força, com vôos de Kemble (no distrito de Cotswold) e de outros aeroportos.

A ZeroAvia pretende ampliar gradualmente a duração dos vôos por meio da campanha de testes de vôo. O primeiro vôo durou pouco menos da metade do limite de resistência atual do demonstrador de tecnologia, de 25 minutos.

Um eletrolisador no local produzirá o hidrogênio gasoso usado para testes de vôo. A ZeroAvia fez parceria com o EMEC – European Marine Energy Centre (Centro de Energia Marinha da Europa), com sede na Escócia, para estabelecer um sistema de reabastecimento que servirá como um microcosmo da infraestrutura planejada para implantação em aeroportos em termos de produção de hidrogênio verde, armazenamento, reabastecimento e vôo movido a célula de combustível. Trata-se do sistema HARE – Hydrogen Airport Refueling Ecosystem (ecossistema de reabstaecimento de hidrogência em aeroporto). A capacidade do eletrolisador do sistema foi dobrada no início deste ano desde o projeto inicial para o projeto mais recente.

De acordo com a própria, a ZeroAvia agora detém compromissos de pedidos provisórios que cobrem cerca de 1.500 sistemas de propulsão.

Falando a repórteres do Fórum Econômico Mundial em Davos, Miftakhov disse que entre 600 e 700 dos sistemas alimentarão aeronaves com capacidade para 19 assentos de passageiros. Ele acrescentou que a ZeroAvia pretende começar a receber depósitos para slots de entrega de aeronaves convertidas da sua produção ao longo deste ano.

As transportadoras comerciais que manifestaram publicamente interesse em adicionar aeronaves movidas a hidrogênio às suas frotas incluem a American Airlines, que é investidora da ZeroAvia, bem como a United Airlines e a Alaska Air.

Miftakhov disse que a ZeroAvia está planejando uma nova rodada de financiamento.

O desenvolvedor rival do sistema de propulsão a hidrogênio, Universal Hydrogen, indicou que está perto de realizar um primeiro teste de vôo com um avião regional DASH-8, maior do que o Do-228, no EUA, no Estado de Washington.

A ZeroAvia e a Universal Hydrogen pretendiam iniciar os testes de vôo ao final de 2022, mas encontraram atrasos devido a vários fatores, incluindo falhas técnicas e questões operacionais associadas à meteorologia. [EL] – c/ fontes