ZeroAvia forma parceria com operadora aeroportuária holandesa com meta do implantar serviço aéreo regional entre Londres e Rotterdam com Dornier 228 híbrido elétrico/hidrogênio, em 01.11.21


Serviço aéreo comercial com aeronave híbrida elétrica e a hidrogênio poderá vir ser iniciado entre Londres e Rotterdam em 2024, com base em uma parceria anunciada na semana passada envolvendo a desenvolvedora de sistemas de propulsão ZeroAvia, a operadora aeroportuária holandesa Royal Schiphol Group, que detém entre outros o Aeroporto The Hague, em Rotterdam, e a fundação de inovação RTHI deste grupo e aeroporto.

As parceiras divulgaram que chegaram a negociações avançadas com cias. aéreas em potencial para operar os vôos como bimotor Dornier 228, de 19 assentos, modificado de turboélice para elétrico, que a ZeroAvia usa como protótipo-demonstrador de tecnologia de motorização.

“Embarcar em um vôo com emissão zero de Rotterdam para Londres é apenas o começo da aviação verde, e isso só será possível com o pioneirismo e promoção da inovação no setor”, disse Ron Louwerse, o CEO do Aeroporto The Hague, em em Rotterdam. “Com a Holanda como campo de testes para a aviação, fortalecemos nossa posição competitiva, base de conhecimento e clima de negócios”, completou Louwerse.

A ZeroAvia já está trabalhando para desenvolver um “trem de força” baseado em célula de combustível de hidrogênio de 600 kW que poderia ser aplicado a várias aeronaves do porte de 19 assentos. Tendo garantido duas aeronaves de teste Do-228, uma delas fornecida pela cia. aérea regional Aurigny Air, sediada no Reino Unido, a ZeroAvia pretende iniciar os testes de vôo da primeira delas como parte de seu programa HyFlyer II ainda neste ano.

O objetivo do HyFlyer II é oferecer suporte para um alcance de até cerca de 500 milhas, o que é significativamente mais distante do que a rota de Londres a Rotterdam, de 200 milhas. Durante o projeto HyFlyer I anterior, que utilizou um monomotor leve Piper Malibu (de seis assentos), a ZeroAvia divulgou que alcançou um vôo de cruzeiro totalmente movido a energia elétrica- hidrogênio, com baterias usadas apenas para energia suplementar durante a decolagem.

A ZeroAvia informou a mídia AIN que realizará trabalhos no sistema de 600 kW em etapas, começando com uma combinação de bateria e célula de combustível de hidrogênio-híbrido neste ano, e então progredindo para um vôo somente de hidrogênio em meados de 2022.

A ZeroAvia recentemente estabeleceu uma empresa na Holanda que, informa, apoiará seus esforços para desenvolver aplicações comerciais para sua tecnologia de propulsão no país e em todos os 27 Estados-membros da União Europeia (UE). E a ZeroAvia divulga que a nova parceria (com o Royal Schiphol Group) vai colaborar na regulamentação, teste e adoção de tecnologia para operações comerciais.

A ZeroAvia é uma empresa americana com sede na Califórnia e também tem uma subsidiária no Reino Unido, o que lhe permite se beneficiar do apoio financeiro fornecido pelo Instituto de Tecnologia Aeroespacial Governamental do Reino Unido. A subsidiária britânica, com sede no Aeroporto de Cotswold, no oeste da Inglaterra, agora emprega mais de 50 pessoas e prevê contratar mais, à medida que continua o trabalho de certificação com a Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido.

A longo prazo, a ZeroAvia pretende converter aviões maiores, de 50 a 100 assentos, em propulsão a hidrogênio. Tal projeto exigiria conjuntos de força classificados entre 2 e 5 MW.

O bimotor turboélice Dornier 228 original permaneceu em produção até 1998, sendo equipado por motor Garrett TPE331. Em 2009, a Ruag começou a trabalhar em uma versão do avião chamada “Next Gen” (Nova Geração) em parceria com a Hindustan Aeronautics, antes de vender o programa para a General Atomics. Mais recentemente, o governo estadual da Baviera tem financiado um programa liderado pelo grupo alemão de pesquisa aeroespacial DLR e MTU Aero Engines para desenvolver uma versão híbrida-elétrica. [EL] – c/ fontes