Airbus lança programa para analisar composição das trilhas de condensação por combustão de hidrogênio de motores aeronáuticos, em 09.08.22


Em meados de julho, durante a programação da feira aeronáutica Farnborough International Airshow (FIA), na Inglaterra, a Airbus lançou o projeto Blue Condor, um programa de testes em vôo para estudar a composição das trilhas (rastros) de condensação (contrail) produzidas por gás dde combustão de hidrogênio por motores com esta fonte de energia, como mais uma fase do seu projeto ZEROe (que almeja a o desenvolvimento de aeronave comercial de emissão de carbono zero até 2035).

Embora o hidrogênio não emita CO2 quando queimado, “a combustão do hidrogênio produz trilhas de condensação”, disse Sandra Bour Schaeffer, CEO da UpNext, uma subsidiária da Airbus. “É isso que queremos isolar e estudar, para entender precisamente o efeito da queima de hidrogênio, a fim de fazer as escolhas certas no caminho para o zero líquido”, completou Schaeffer

O projeto Blue Condor usará dois planadores Arcus modificados, um equipado com motor movido a hidrogênio e outro com motor convencional movido a querosene de potência equivalente, para comparar a composição das trilhas de condensação que cada um deles emite. Os vôos de teste durarão uma hora cada a uma altitude de cerca de 33.000 pés. As aeronaves serão rebocadas e voarão nas mesmas condições meteorológicas para garantir dados comparáveis. Um “avião de perseguição” equipado com sensores do centro de pesquisa alemão DLR coletará os dados de emissões das aeronaves lançadas para análise.

A Airbus fornecerá o motor de combustão de hidrogênio e o sistema de propulsão para o projeto, embora o próprio motor sirva simplesmente como meio de gerar as trilhas de condensação para estudo. Os testes de vôo acontecerão em Dakota do Norte, no norte do EUA, com início no próximo inverno americano, em colaboração com a Universidade de Dakota do Norte, e encerramento na próxima primavera. “Você precisa de uma atmosfera fria para produzir as trilhas de condensação, explicou Schaeffer para justificar o local e o cronograma da campanha de testes.

“Poderemos então extrapolar os resultados de nosso motor simplificado de queima de hidrogênio para algo que seria um motor representativo para nossa aeronave de emissão zero”, disse Schaeffer. “Vamos amadurecer sobre isso e definir os próximos passos” no caminho ZEROe da Airbus, completou Schaeffer. [EL] – c/ fontes