Cias. aéreas do EUA pedem à FAA que estenda até junho de 2024 o prazo de adequação e conformidade, com atualização de rádio-altímetros, com rede 5G, em 19.02.23


Quanto ao advento dos serviços de conectividade de rede 5G, as cias. aéreas do EUA estão instando a FAA a estender o prazo de atualização de rádio-altímetro até junho de 2024. As transportadoras aéreas afirmam que suas frotas não podem ser preparadas para operar com segurança na presença de frequências da banda C da rede 5G dentro do prazo especificado pela FAA.

De acordo com a atual regulamentação (por Diretiva de Aeronavegabilidade) da FAA, as transportadoras aéreas têm prazo até julho (deste ano) para a obrigação de atualização de rádio-altímetro das aeronaves de suas frotas.

A entidade do transporte comercial A4A – Airlines 4 America, que representa 10 grandes cias. aéreas do EUA, incluindo American Airlines, Delta Air Lines e United Airlines – “exortou fortemente” a FAA a estender o prazo da Diretiva de Aeronavegabilidade até junho de 2024, para que as cias. aéreas tenham tempo suficiente para adequação das suas frotas. A entidade pede a extensão de prazo “para refletir as realidades técnicas e a operação segura contínua de muitas aeronaves”.

A AIA declarou: “Encontramos deficiências significativas no texto atual para fornecer adequadamente níveis equivalentes de segurança para operações de aeronaves no NAS [National Airspace System – Sistema Nacional de Espaço Aéreo], dado o rápido crescimento das emissões da rede 5G/Banda C no EUA”.

As afirmações da A4A vieram uma semana depois que a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo estabeleceu que muitas cias. aéreas não cumpririam o prazo de de atualização de rádio-altímetro devido a problemas na cadeia de suprimentos, atrasos na certificação e desafios logísticos.

Em janeiro de 2023, a FAA propôs estabelecer um prazo até fevereiro de 2024 para todas as transportadoras aéreas comerciais de passageiros e carga adaptarem suas aeronaves com rádio-altímetros tolerantes da rede 5G/Banda C ou filtros aprovados. A FAA inicialmente tentou convencer as cias. aéreas a terem suas frotas adaptadas até julho de 2023 – uma proposta que a IATA chamou de “pronunciamento ad hoc unilateral e irrealista” sem consenso entre as transportadoras aéreas.

Entre as principais preocupações da indústria aeroespacial com relação à tecnologia 5G está seu potencial de interferir nos equipamentos das aeronaves, principalmente os rádio-altímetros que operam em uma frequência próxima em comprimento de onda aos utilizados pelos transmissores da rede 5G/Banda C. Afirmando inequivocamente que “um número significativo de aeronaves” não estaria pronto a tempo, as cias. aéreas alertaram para desafios operacionais significativos caso a FAA não conceda uma prorrogação do prazo para a readequação de milhares de rádio-altímetros do setor do transporte aéreo comercial.

Por outro lado, se não previsível, lamentavelmente para o setor da aviação, a associação comercial de telecomunicações CTIA – que representa as provedoras de telecomunicações 5G Verizon e AT&T – rejeitou as ligações das cias. aéreas para uma extensão do prazo de atualização dos rádio-altímetros, e eventuais restrições ao avanço da implantação da rede 5G. A CTIA citou o investimento de US$ 80 bilhões da indústria sem fio no espectro 5G da Banda C, incluindo US$ 52,9 bilhões investidos pela Verizon. A CTIA declarou: “Ao exigir responsabilidade, a FAA está tomando medidas importantes para garantir que o desempenho do rádio-altímetro seja mais resiliente, permitindo a implantação oportuna da rede 5G Banda C 5”.

Em um confronto de cifras de investimentos envolvidos, a FAA sustenta que a totalidade da campanha de retrofit para rede 5G de rádio-altímetos, obrigatório, custará às transportadoras aéreas apenas US$ 26 milhões. Pelo setor da aviação, com mais precisão, a IATA calculou que a campanha de retrofit custará às cias. aéreas pelo menos US$ 637 milhões – um valor 2.450% maior do que a estimativa da FAA.

A IATA argumenta: “A indústria da aviação, e não a Comissão Federal de Comunicações [FCC] ou as empresas de telecomunicações, está sendo instruída a pagar para atualizar seus rádio-altímetros certificados. A injustiça disso não pode ser exagerada”. A IATA acrescenta que a FAA não incluiu os custos de seis mil aeronaves já adaptadas e também omitiu aviões com matrícula estrangeira (e operação no EUA) de sua estimativa.

Da mesma forma, o AIA – Aerospace Industries Association (Associação das Indústrias Aeroespaciais, entidade americana fundada em 1919, hoje com quadro de mais de 3.000 membros individuais de 85 países e 95 membros corporativos, de cunho comercial, representando fabricantes e fornecedores de aeronaves civis, militares e executivas, helicópteros, UAV, sistemas espaciais, motores de aeronaves, mísseis, materiais e componentes relacionados, equipamentos, serviços e tecnologia da informação) sustenta que o prazo de retrofit de rádio-altímetros aeronáuticos proposto pela FAA “não aborda uma avaliação realista dos custos de pesquisa e desenvolvimento associados ao trabalho realizado até o momento ou ao trabalho adicional que será necessário, especialmente devido ao número de diferentes modelos de aeronaves potencialmente afetados”. [EL] – c/ fontes