B.735 da Trigana Air é atingido por um tiro (de rebeldes políticos) em operação em Yahukimo, na Alta Papua, em 14.03.23


No dia 11 (sábado), o jato Boeing 737-500 (B.737-59D, registro de produção sn 26421/2279) de matrícula PK-YSC da operadora aérea indonésia Trigana Air cumpriu o serviço regular doméstico IL-221, de Jayapura/Aeroporto Sentani (WAJJ) para Yahukimo/Aeroporto Nop Goliat Dekai (WAVD), a 149 MN a S-SW, com 66 passageiros.

Na aproximação (em WAVD), foram ouvidos quatro estampidos – de tiros de arma de fogo. O jato pouso normalmente.

O jato também executou o próximo serviço IL-222 – de retorno para Jayapura -, quando durante a decolagem foram ouvidos 5 disparos de arma de fogo. A aeronave seguiu para Jayapura, pousando normalmente.

A polícia indonésia local de Yahukimo relatou que 4 tiros foram ouvidos quando o avião pousou vindo de Jayapura e que mais 5 tiros foram ouvidos quando a aeronave partiu.

Uma inspeção pós-vôo do jato após o pouso em Jayapura revelou um buraco de tiro na parte inferior da fuselagem, que também penetrou no assento 7C. Um passageiro foi ferido por estilhaços desse tiro.

A polícia conseguiu perseguir os supostos perpetradores dos tiros e prendeu sete pessoas. Uma investigação mais aprofundada está em andamento.

A Trigana Air anunciou a suspensão de seus vôo para Yahukimo.

Atualização: as transportadoras indonésias Trigana Air e Wings Air suspenderam as operações para o Aeroporto Nop Goliat Dekai, em Yahukimo, na Alta Papua, depois que tiros de rebeldes danificaram um Boeing 737-500 da Trigana transportando 66 passageiros, no dia 11.

De acordo com reportes de mídia local, o B.735 de matrícula PK-YSC estava se aproximando da pista do “Nop Goliat Dekai” (WAVD), 07/25, quando quatro tiros foram disparados e percebidos. Após um pouso bem-sucedido e uma inspeção pré-vôo, o jato realizou um vôo de volta à capital da Papua, Jayapura, mas passando por uma segunda rodada de tiros durante a decolagem, por volta das 14:06, horário do leste da Indonésia. Uma inspeção pós-vôo do jato em Jayapura revelou que uma bala atingiu a fuselagem inferior e penetrou no assento do passageiro 7C.

Fotos que circularam nas redes sociais mostraram um buraco na parte inferior da fuselagem e uma rachadura na estrutura do assento.

No dia 12 (domingo), a Polícia Nacional da Indonésia (Polri) confirmou a ocorrência de aviação, divulgando que um passageiro sofreu ferimentos leves devido a estilhaços do assento (atingido por uma bala) e que iniciou uma investigação.

O inspetor-chefe da polícia de Papua, general Mathius Fahiri, disse que o Exército de Libertação de Papua Ocidental (TPNPB), também conhecido como Kelompok Kriminal Bersenjata (KKB), realizou o ataque e que a polícia prendeu sete pessoas.

O TPNPB assumiu a responsabilidade pelos tiros disparados contra o avião por meio de uma postagem no Facebook no domingo, dizendo que realizou o ataque porque o avião estava operando sob o Corpo de Brigadas Móveis da Indonésia – uma unidade paramilitar Polri. O grupo já havia anunciado que atiraria em aeronaves civis transportando militares e policiais. O grupo negou que os sete presos estivessem envolvidos no tiroteio.

De acordo com Polri, a força-tarefa da Operação Peace Cartenz – uma operação conjunta conduzida pela polícia e as Forças Armadas Nacionais da Indonésia – está apoiando a investigação criminal.

“A situação de segurança no distrito de Yahukimo é no geral relativamente segura”, disse o chefe de operações Faizal Ramadhani em um comunicado. “No entanto, membros ainda realizam patrulhas para proporcionar uma sensação de segurança e conforto às pessoas na regência de Yahukimo”.

O TBNPB é um desdobramento do grupo separatista Organisasi Papua Merdeka (OPM), ou Free Papua Movement, formado oficialmente em 1965.

O mais novo incidente – de sábado, dia 11 – ocorre um dia depois que o grupo TPNPB divulgou um vídeo costurado com atualizações por escrito, em sua página do Facebook, sobre a tomada de refém do piloto comercial neozelandês Philip Mark Mehrtens.

Na postagem, em vídeo, do dia 10, o cmte. Mehrtens diz: “Fui instruído a ler esta declaração. Nenhum piloto estrangeiro tem permissão para trabalhar e voar em Papua até que Papua seja independente. O OPM solicita às Nações Unidas para mediar entre Papua e Indonésia para trabalhar pela independência de Papua. O OPM vai me liberar depois que Papua for independente”.

No dia 07 de fevereiro, Mehrtens operou uma Pilatis PC-6 Porter da Susi Air, em vôo fretado, com cinco locais a bordo quando foi dominado por rebeldes separatistas no aeródromo do subdistrito de Paro, no remoto e militarizado distrito de Nduga, na região da Alta Papua. Os rebeldes liberaram os passageiros, mas sequestraram Mehrtens e o mantém em cativeiro desde então.

À parte, os rebeldes da Papua pediram à Austrália, Grã-Bretanha, China, França, Nova Zelândia, Rússia e Estados Unidos que cessassem a cooperação militar com a Indonésia.

Em um post anterior no Facebook, o TPNPB divulgou que também havia derrubado um pequeno avião na úlima terça dia 07 no aeroporto de Bilogai-Sugapa (WAYB), a 220 MN a SW de de Jayapura/Aeroporto Sentani (WAJJ), na regência de Intan Jaya, em Papua. Mas nenhum reporte público de uma aeronave abatida neste dia (07) surgiu.

Mas de acordo com mídia local, um tiroteio no aeroporto de Bilogai-Sugapa começou por volta das 07:55 (do dia 07) enquanto equipe de solo desembarcava a carga de um Pilatus PC-6 da Smart Aviation. Uma aeronave da Dabi Air Nusantara estava programada para pousar no aeroporto às 08:20, mas regressou para o aeroporto Douw Aturure, na região de Nabire Regency, em Papua. [EL] – c/ fontes