FAA quer marca “zero” de eventos de perda de separação/aproximação excessiva de aeronaves, em 02.04.23

Contemporaneamente confrontada com um paroxismo sem precedentes e preocupante número de ocorrências de incursão de pista e de perda de separação/aproximações excessivas de aeronaves em aeródromos, e vendo a aproximação de alta temporada, com viagens de verão, a FAA resolveu melhorar a segurança da aviação doméstica dos EUA.

O administrador interino da FAA, Billy Nolen, estabeleceu que a indústria da aviação em geral deve trabalhar para lidar com as questões de segurança após nada menos que seis incursões graves em pistas nos aeroportos dos EUA desde o início de 2023.

Entre eventos do gênero recentes, houve duas “quase-colisão” [i] entre um B.777-200 da American Airlines 777-200 e um B.737-900 da Delta, no Aeroporto John F. Kennedy (JFK), de Nova Iorque, em 13 de janeiro passado, e [ii] entre B.767-300F da FedEx e um B.737NG da Southwest Airlines, em Austin-Bergstrom, em 04 de fevereiro.

Em uma reunião da indústria no dia 28 (março) em Baltimore, no Maryland, Nolen aludiu às pressões pós-COVID no Sistema Nacional de Espaço Aéreo (NAS) e nos aeroportos da América, afirmando: “No futuro, zero deve ser o único número aceitável para incidentes graves e aproximação excessivas [perda de separação]. As viagens aéreas estão voltando à grande forma desde a pandemia. Mas a longa pausa, juntamente com o aumento da natureza técnica de nossos sistemas, pode ter feito com que alguns profissionais perdessem um pouco dessa memória muscular”.

A indústria global de aviação – incluindo os serviços de controle de tráfego aéreo do EUA de aproximação em Terminal, por radar (TRACON) e em rota aérea (ARTCC) – tem enfrentado a escassez de pessoal pós-COVID resultante, principalmente, de legislação ultrapassad e demissões evitáveis.

A NATCA – National Air Traffic Controllers Association (Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo) confirmou que intensas campanhas de recrutamento não conseguiram acompanhar a demanda atual por novos controladores e que o quadro existente de especialistas em controle de tráfego aéreo (ATC) do país é de um déficit de cerca 1.200 profissionais com relação ao contingente (quadro) de uma década atrás.

Tim Arel, CEO da ATO – Air Traffic Organization (Organização de Tráfego Aéreo), declarou: “Não há dúvida de que estamos vendo muitos perigos”.

A ATO é a divisão operacional da FAA e o principal provedor de serviços de navegação aérea do EUA.

Arel afirmou que a FAA está tomando medidas para melhorar suas operações de controle de tráfego aéreo. A agência, no curto prazo, emitiu um alerta de segurança para as companhias aéreas citando a “necessidade de vigilância contínua e atenção para mitigar os riscos de segurança”.

Em uma tentativa de aliviar o congestionamento de movimentação de aeronaves durante o próximo verão, a FAA pretende reduzir temporariamente os requisitos mínimos de vôo (número de) para as companhias aéreas manterem os slots de decolagem e pouso em aeroportos movimentados. A disposição inclui aeroportos como o Aeroporto Nacional Ronald Reagan de Washington (KDCA), onde um acordo firmado com a United Airlines e a Delta Air Lines exige que as transportadoras aéreas desativem temporariamente até 10% dos slots no “Nacional Ronald Reagan” que cada uma detém atualmente.

Uma próxima reunião da indústria se concentrará nas questões de controle de tráfego aéreo enfrentadas especificamente na área da cidade de Nova Iorque, com seus três aeroportos – John F. Kennedy, Newark Liberty, LaGuardia, New York Stewart e Teterboro.

A retirada do candidato de Biden, Phil Washington, da disputa pelo cargo de administrador da FAA é a primeira indicação de que a agência federal de aviação civil americana ainda pode se recuperar de uma série de contratempos que remontam dos problemas de projeto, em aeronavegabilidade, do B.737MAX de 2019. A retirada da indicação de Phil Washington levanta a possibilidade atraente de que o administrador interino Nolen seja nomeado permanentemente para cargo de gestor da FAA. As qualificações de Nolen são inúmeras, estabelecidas e incontestáveis.

Embora do reconhecimento da FAA dos problemas com os quais a agência e setor de aviação do EUA se deparam e enfrentam e da divulgação de meta de marca “zero” de eventos de perda de separação/aproximação excessiva de aeronaves, fato é que a questão da segurança da aviação no atual estágio do transporte é complexa, exigindo um esforço unificado e cooperativo por parte de todas as partes interessadas, incluindo a FAA, companhias aéreas, aeroportos e fabricantes de aeronaves, registrou a mídia AeroNews. [EL] – c/ fontes