Redes fast-food McDonald’s, Burger King e Wendy’s criam um consórcio para desenvolver e comercializar SAF produzido a partir de biomassa derivada das gorduras coletivas, em 03.04.23

Em um movimento surpreendente, não intuitivo, mobilizando produtores de SAF já estabelecidos, foi anunciada um consórcio formado pelas “gigantes” de fast food e alimentos não vendáveis McDonald’s, Burger King e Wendy’s visando a criação e comercialização de uma nova marca de SAF produzido a partir de biomassa derivada das gorduras coletivas (aforementioned biomass) das bandeiras de alimentação.

O plano do consórcio consiste na venda do produto, sob a marca Cholestol, com um processo de de avaliação e testes com a Aviation LLC, departamento de vôos corporativos da McDonald’s – baseado em Oak Brook, no Illinois, previamente à submissão de processo de aprovação e certificação técnica pela FAA.

Seguindo uma ‘onda’ de de testes recentes realizados pela Universal Hydrogen, o Gulfstream G550 da McDonald Aviation, de matrícula N1967M, iniciará uma rodada de testes de vôo na primavera de 2024 com um de seus motores operando com uma mistura 50/50 de Cholestol e QAv (JET-A).

Em um comunicado eletrônico (por email), o piloto-chefe da McDonald Aviation, Buck Jones, declarou: “Durante décadas, a McDonald’s contribuiu para o bem-estar da humanidade, promovendo uma vida saudável e a gestão ambiental. Os pilotos, mantenedores de aeronaves e equipe de suporte da McDonald Aviation estão ansiosos para examinar e experimentar o Cholestol e, ao fazê-lo, perpetuar a tradição do McDonald’s de servir orgulhosamente bilhões e bilhões”.

Falando da em breve campanha de testes com o Cholestol, o CEO do Burger King, José E. Cil, ironizou: “O que você quer dizer com o McDonald’s tem um departamento de vôo?! Por que diabos não temos um departamento de vôo? Vamos sempre viver na sombra daquele maldito palhaço?!”.

O presidente e CEO da Alder Fuels, Bryan Andersen, revelou para mídia AeroNews Network que as primeiras discussões sobre a iniciativa do SAF Cholestol incluíram a rede de restaurantes Taco Bell. Andersen confidenciou, no entanto, que a biomassa coletada dos restaurantes Taco Bell provou ser excessivamente volátil e, durante o teste preliminar, destruiu pelo menos seis motores turbofan TFE-731, da Honeywell (ex-Garret). “O material era muito comburente”, lamentou Andersen. “Da mesma forma que acontece com o ser humano, a biomassa do Taco Bell manteve a operação normal por um período de cerca de trinta minutos, após o que ocorreu o hot-spotting da cápsula do queimador, resultando em uma falha catastrófica da seção quente”, revelou Andersen.

Um programa da década de 1970, com produção até hoje, a Família de motor turbofan TFE-731, da Honeywell (ex-Garret) é voltada para para aeronaves executivas, com unidades de 3.500 a 5.000 lbf., com aplicações entre outros modelos:

• British Aerospace BAe 125 Série 700
• Cessna Citation III/VI/VII
• Dassault Falcon 10
• Dassault Falcon 20 (retrofit)
• Dassault Falcon 50
• Dassault Falcon 900
• Gulfstream G100/G150
• IAI Westwind 1125 Astra SPX
• Hawker 800/850XP/900XP
• Learjet 31/35
• Learjet 40/45
• Learjet 55
• Learjet 70

Questionado se a concorrência de produtores de SAF maduros, como a Neste, era motivo de preocupação para o empreendimento Cholestol, o CEO do McDonald’s, Chris Kempczinski, respondeu com ironia: “A empresa de chá gelado?”. [EL] – c/ fontes