Comprometimento do Governo Federal do EUA, mas obstáculos iniciais, para o desenvolvimento do SAF, em 10.02.23
Ao final de janeiro, conforme notas de mídias de aviação, a administração da agência aeroespacial NASA repercutiu o apoio da administração do Joe Biden ao combustível de aviação sustentável (SAF), com anúncio de uma uma parceria com a Boeing para evoluir aeronave de corredor único com motorização alimentada por SAF.
A administração federal americana, com Biden, estabeleceu uma meta para o EUA produzir SAF suficiente para atender 100% da demanda doméstica de jatos até 2050, quando as emissões da indústria devem representar uma proporção considerável das emissões de carbono do país após décadas de descarbonização em outros setores.
O Congresso pretende reforçar a produção de SAF em seu ‘pacote’ de 2022 com um crédito fiscal de US$ 1,25 por galão para combustível de aviação convencional (fóssil) misturado com uma porcentagem de SAF, um passo na direção que provavelmente evoluirá com o tempo para eliminação de combustível derivado de petróleo (óleo bruto, natural) como matéria-prima. A legislação do parlamento também incluiu US$ 68 milhões na lei orçamentária-fiscal do governo para o ano de 2023 para apoiar os esforços de redução de carbono na indústria da aviação, como disposições que orientam as agências federais a priorizar a pesquisa e o desenvolvimento do SAF.
O boom na produção de SAF continua a ser intensificado na medida da maior atenção ao SAF por legisladores. Embora empresas de todo o mundo tenham aumentado a produção de combustível de aviação sustentável, a produção geral permanece um pouco restrita e limitada em disponibilidade, com uma média de apenas 4,5 milhões de galões produzidos por ano (2021). Para atingir as metas da Casa Branca, esse número precisa subir para pelo menos 3 bilhões de galões nos próximos 7 anos. A aceitação também precisa melhorar, como o Congresso tentou resolver com sua incursão nos subsídios. Atualmente, a conscientização e a disponibilidade ainda são baixas em todo o setor de aviação, dando tempo para fabricantes testarem suas aeronaves e motores no uso de SAF combinado e aprovarem as misturas antes de uma utilização generalizada (com utilização de combustível integralmente SAF).
Uma questão ainda desfavorável para o advento do SAF está na tendência de um preço bastante alto em comparação com o querosene de aviação convencional (JET-A, ou QAv), como a média atual de US$ 9,30/galão (US$ 2,45/litro) do SAF para US 6,96/galão (US$ 1,84/litro) do JET-A (QAv), uma diferença de US$ 2,34/galão (US$ 0,62/litro), ou 34%, no mercado da Califórnia.
Sustentabilidade e respeito ao meio ambiente são questões importantes e norteadoras na consciência, mas a questão da economicidade – envolvendo o controle de custos – para operadores, diante deste quadro de preços, ainda é prevalecente, contra uma aceleração no advento do SAF. Somente economias de larga escala poderão reduzir o atual nível de preço do SAF (elevado em comparação ao JET-A), exceto na implementação de políticas públicas e dispositivos legais para inibir e restringir a utilização do querosene de aviação convencional (JET-A, ou QAv), por mais improvável que seja, defendem agentes da aviação.
“A falta de suprimento suficiente [de SAF] é o maior problema no momento”, disse Geoff Cooper, presidente da Associação de Combustíveis Renováveis. “Há algumas coisas sendo produzidas, mas é um volume muito pequeno e, até que tenhamos mais instalações de produção funcionando, o custo será alto”, aponta Cooper. [EL] – c/ fontes