EMBRAER reporta carteira de encomendas encerrada no 1T25 de US$ 26,4 bi, mantendo recorde do trimestre anterior, em 26.04.25

No dia 22, a EMBRAER divulgou a publicação do seu reporte de carteira de pedidos (backlog) e entregas registradas no 1T25.

A fabricante reportou o registro de carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25) – valor que supera o recorde histórico estabelecido no trimestre anterior (4T24), de US$ 26,3 bi.

Na divisão Aviação Comercial, a carteira de pedidos totalizou US$ 10,0 bilhões no 1T25 (37,9% da carteira total) – 2% abaixo do resultado do último trimestre (4T24), de US$ 10,2 bi (38,8% da carteira total) e 9,9% abaixo de um ano antes (1T24), de US$ 11,1 bi (52,6% da carteira total).

Na Aviação Executiva, a carteira de pedidos atingiu novo recorde no 1T25, de US$ 7,6 bilhões (28,8% da carteira total) – 3% acima do recorde anterior, estabelecido no 4T24, de US$ 7,4 bi (28,1% da carteira total), e 65,2% superior ao registrado no 1T24, de US$ 4,6 bi (21,8% da carteira total).

Na unidade Defesa & Segurança, a carteira de pedidos ficou em US$ 4,2 bilhões no 1T25 (15,9% da carteira total), igual ao registrado no 4T24, e 1,75 vezes o valor registrado no 1T24, de US$ 2,4 bi (11,4% da carteira total).

A carteira registra 54 pedidos por entregar, sendo 32 pedidos do KC-390 Millennium (59,3%) e 22 pedidos do A-29 “Super Tucano” (contratados entre 2024 e 2025 – até 2023, tendo sido entregues 263 unidades). A carteira por entregar – de 54 aeronaves – corresponde à carteira de encomendas firmes de 64 aeronaves, sendo 42 pedidos do KC-390 Millennium (65,6%), após 10 entregas, e 22 pedidos do A-29 “Super Tucano”.

Na unidade de Serviços & Suporte, a carteira de pedidos permaneceu estável no 1T25, com US$ 4,6 bilhões (17,4% da carteira total), igual ao registrado no 4T24, e 48,4%superior ao valor registrado no 1T24, de US$ 3,1 bi (14,7% da carteira total).

a EMBRAER divulgou que entregou 30 aeronaves no primeiro trimestre de 2025 (1T25). O resultado foi 20% superior ao registrado no primeiro trimestre do ano passado (1T24), quando 25 aviões foram entregues.

As 30 entregas do 1T25 correspondem a 13% do ponto médio (231 aeronaves) da estimativa da companhia para 2025 (entre 222 e 240 jatos), considerando Aviação Comercial mais Aviação Executiva. Portanto, acima da média dos últimos 5 anos, de 11% para o período.

Na comparação com o mesmo período de 2024, o volume de entregas no trimestre da Aviação Comercial ficou estável com 7 aeronaves.

A unidade de negócios entregou, no 1T25, 7 novas aeronaves no primeiro trimestre de 2025 – atingindo 9% do ponto médio (81 aeronaves) da projeção para o ano (entre 77 e 85 neste segmento). O desempenho da divisão ficou ligeiramente abaixo da média de 12% de primeiros trimestres nos últimos 5 anos, refletindo os desafios contínuos da cadeia de suprimentos.

A EMBRAER destaca que no trimestre não foi possível entregar 2 aeronaves adicionais devido a problemas comerciais.

Na Aviação Executiva, o saldo do trimestre superou o resultado de um ano antes: 23 jatos foram entregues no 1T25 versus 18 no 1T24 – um avanço de 27,8%. No 1T25, foram entregues 14 aeronaves na categoria leve e 9 na categoria média. O número de entregas foi 28% superior aos 18 jatos do primeiro trimestre de 2024 e representa 15% do ponto médio (150 aeronaves) da projeção anual (entre 145 e 155 para este segmento). O percentual está acima da média dos últimos 5 anos, de 11% para o primeiro trimestre.

Texto completo:
https://aib-el.com.br/site/wp-content/uploads/2025/04/EMBRAER-reporta-carteira-encomendas-1T25-de-US-264-bi-em-26.04.25.pdf


EMBRAER: manutenção de carteira de encomendas o 1T25, com expectativa de novos contratos, anima analistas, dividindo apostas nas ações entre otimismo contido e projeções de forte valorização até o fim do ano, mas entrega de aeronaves frustra parte do mercado
Fonte: InfoMoney – 23/04/2025
Após a EMBRAER divulgar no fechamento do mercado na terça-feira (22) que encerrou o primeiro trimestre de 2025 com uma carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões, analistas financeiros avaliaram os dados com diferentes graus de otimismo, ainda que sem surpresa quanto às entregas, previamente informadas no início deste mês.

A fabricante brasileira de aviação entregou, entre janeiro e março (1T25), 30 aeronaves – sendo 7 comerciais (23,3%) e 23 jatos executivos (76,7%) – um avanço de 20% em relação ao mesmo período de 2024. O problema é que o número ficou abaixo do consenso de mercado para os jatos comerciais, já que duas aeronaves previstas não foram entregues por pendências comerciais.

A carteira total manteve-se no maior patamar da história da fabricante, superando discretamente o recorde do quarto trimestre do ano passado (4T24), de US$ 26,3 bi. Em 12 meses, o crescimento foi de 25%, sobre o registro de US$ 21,1 bi.

O segmento de aviação comercial, principal fonte de receita, fechou março com US$ 10 bilhões em pedidos, recuo de 10% na comparação anual e de 2% frente ao trimestre anterior. A fabricante declarou que o desempenho ficou levemente abaixo da média histórica de 12% para primeiros trimestres, citando restrições na cadeia de suprimentos.

No entanto, há sinais de aceleração nos próximos meses. A expectativa é de que o pedido firme da Ana Holdings por 15 jatos E190-E2, com opção para mais cinco, seja formalizado e incluído na carteira no segundo semestre (2T25). O contrato é estimado em US$ 1,1 bi a preço de lista.

Na aviação executiva, a EMBRAER apresentou desempenho mais acelerado. Foram 23 entregas no trimestre e uma carteira de pedidos de US$ 7,6 bilhões, alta de 66% em 12 meses e avanço de 3% ante dezembro.

O segmento de defesa encerrou o trimestre com US$ 4,2 bilhões, aumento de 73% em um ano.

Já a divisão de serviços e suporte alcançou US$ 4,6 bilhões, um salto de 49% em igual período.

A XP Investimentos classificou os números operacionais como neutros, com entregas mais lentas dentro de um primeiro trimestre historicamente mais fraco. A corretora avalia que o mercado segue apostando em novos contratos para sustentar os níveis atuais de book-to-bill – indicador que mede a relação entre os pedidos recebidos (bookings) e as entregas realizadas (billings) em um determinado período – e vê expectativas de crescimento já refletidas nos múltiplos atuais da ação, negociada a aproximadamente 21 vezes o lucro estimado para este ano. A recomendação é neutra, sem preço-alvo divulgado.

O JPMorgan manteve visão construtiva e projetou uma reação levemente positiva no mercado, citando o volume da carteira, que corresponde a mais de quatro anos de receita. Incluindo os pedidos da Ana e de defesa ainda não contabilizados oficialmente, o banco estima uma carteira próxima de US$ 28,5 bilhões, alta de 34% na comparação anual. A recomendação do banco para ação (EMBR3) da fabricante é overweight (acima da média), a R$ 42,08.

No relatório do Bradesco BBI, o tom também foi positivo. Segundo os analistas, se as duas aeronaves comerciais não entregues tivessem sido contabilizadas, o volume ficaria mais alinhado às estimativas iniciais. O banco contabiliza que a EMBRAER já entregou 13% da projeção anual (entre 220 e 240 aviões) nos segmentos comercial e executivo, e espera avanço gradual na normalização da produção ao longo deste ano e do próximo. A instituição reforçou a recomendação de outperform (desempenho acima da média) e manteve o preço-alvo em R$ 90 para EMBR3 até o fim deste ano.

Para o Santander, os dados foram considerados positivos, principalmente pela manutenção do recorde histórico da carteira. Ainda assim, o banco não espera grande reação nas ações, já que parte do otimismo já estaria precificado. A recomendação segue em outperform, com preço-alvo de US$ 59 para os papéis ERJ (ADR negociado no EUA), ante o valor de mercado atual de cerca de US$ 42,71.

O BTG Pactual avaliou que, mesmo sem grandes variações nos segmentos de atuação no curto prazo, a Embraer manteve sua carteira no maior nível da história. O banco vê espaço para expansão futura com a conversão de intenções de compra em contratos firmes. O banco também reforçou a recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 94 para a ação EMBR3.

A comparação com gigantes como Boeing e Airbus permanece no centro das discussões: a EMBRAER negocia a 8,6 vezes o valor da companhia sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ev/Ebitda) estimado para este ano, abaixo de Airbus (9,2x) e muito distante da Boeing (40,5x), o que pode sinalizar espaço para valorização, segundo as casas que recomendam compra.

A EMBRAER declarou que divulgará os resultados financeiros completos do primeiro trimestre (1T25) no dia 06 de maio, antes da abertura dos mercados.