Petrobras avança em combustível renovável – até 2027, implantará uma unidade dedicada à produção de BioQAv na Refinaria de Cubatão, em SP, e Acelen anuncia investimento de R$ 12 bi nos próximos 10 anos na Refinaria de Mataripe, na BA, na produção de querosene de aviação sustentável (SAF) e diesel verde (HVO), em 07.05.23


Fonte: InfoMoney – 06/05/2023
Em meio à corrida para sua inserção na transição energética, na evolução do seu programa de conteúdo renovável – BioRefino -, a Petrobras divulgou que produziu em abril 5,8 milhões de litros de diesel com 5% de conteúdo renovável, o chamado Diesel R5, o primeiro produto lançado no âmbito do Programa BioRefino. O volume de abril é suficiente para abastecer o tanque de até 19.300 ônibus convencionais (de motor a diesel), gerando redução de emissões de cerca de 610 toneladas de gases de efeito estufa (GEE).

O programa projeta chegar em 2027 com a produção de 10,6 bilhões de litros por ano, contra a atual de 1,6 bilhão de litros, com investimento previsto de US$ 600 milhões.

A Petrobras prevê multiplicar em seis vezes sua capacidade de produção do Diesel R no horizonte de seu Plano Estratégico 2023-2027. Para isso, irá estender a produção do biocombustível para outras refinarias. Atualmente, apenas a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná, produz o Diesel R, com capacidade instalada para processar até 1,6 bilhão de litros por ano.

Até o fim deste ano, a expectativa é ampliar a capacidade da REPAR para mais 2,4 bilhões de litros, o que vai totalizar uma capacidade de 4 bilhões de litros na unidade. Outra medida será iniciar a produção desse combustível na Refinaria de Cubatão (RPBC), em São Paulo, com potencial de até 700 milhões por ano. E até 2027 também está programado início da produção do biocombustível na Refinaria de Paulínia (REPLAN), em SP, com capacidade de até 2,6 bilhões de litros por ano, seguida pela Refinaria Duque de Caxias (REDUC), no Rio de Janeiro, com 900 milhões de litros/ano, e da Refinaria Capuava (RECAP), em Mauá/SP, com 2,3 bilhões/ano.

“Todas elas estarão aptas a produzir diesel com conteúdo renovável. Além disso, até 2027, a companhia implantará uma unidade dedicada à produção de BioQAv (querosene de aviação) e diesel 100% renovável (diesel R100) na RPBC”, informou a Petrobras, ressaltando que estuda ainda adequações para o coprocessamento do Diesel R em outras refinarias.

O Diesel R está sendo produzido a partir do coprocessamento (processamento conjunto) de derivados de petróleo (parcela mineral), com matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja. Esse novo combustível é uma alternativa sustentável no ciclo diesel, já que a redução das emissões associada à parcela renovável é de ao menos 60 % em comparação com o diesel mineral, podendo ser até maior a depender da matéria-prima utilizada.

“Além do benefício ambiental, o Diesel R pode ser misturado ao diesel convencional em diferentes proporções, sem a necessidade de adaptações nos motores dos veículos, sem exigir alterações ou mudanças na cadeia logística ou no seu armazenamento. É um produto com alta estabilidade e isento de contaminantes, o que garante durabilidade e desempenho dos motores”, informa a Petrobras.

“A Petrobras foi a primeira empresa no Brasil a desenvolver tecnologia própria de coprocessamento, além de projetar e implantar em nossas unidades, o diesel com conteúdo renovável. Graças ao empenho de nossos cientistas do Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobras (CENPES), e de nossos profissionais de refino, patenteamos a tecnologia e nos tornamos referência no segmento”, afirmou em nota o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser.

Além da Petrobras, recentemente a Refinaria de Mataripe, no município de São Francisco do Conde, na Bahia, vendida pela Petrobras no final de 2021 para a Mubadala Investment Company, que criou a empresa Acelen para a administração da refinaria, anunciou que vai investir R$ 12 bilhões nos próximos dez anos na produção de diesel verde (HVO) e querosene de aviação sustentável (SAF), 100% renováveis. A expectativa é produzir 1 bilhão de litros por ano, o que vai reduzir em até 80% as emissões de CO2 com a substituição do combustível fóssil.