Restrições da cadeia de suprimentos para a indústria das aeronaves executivas, em grande parte, por escassez de mão de obra qualificada, em 09.05.2023


De acordo com articulista da mídia AIN on line Gregory Polek, as opiniões podem variar sobre a extensão e a provável duração do problema da cadeia de suprimentos da indústria aeroespacial, mas um painel de discussão do tema, na terça dia 03, na Conferência de Manutenção anual de 2023 da NBAA (associação da aviação executiva americana) deixou poucas dúvidas de que o setor da aviação (executiva) sentiu os efeitos de forma tão aguda e persistente quanto qualquer outro outro.

De acordo com o diretor da cadeia de suprimentos da Textron Aviation, Chad Martin, a escassez de matérias-primas já havia começado a surgir antes da chegada da Covid, e a pandemia serviu para acelerar um problema já emergente.

Mas a escassez de matérias-primas e peças apresentou apenas um sintoma do problema de longa data de escassez de mão de obra qualificada, observou o moderador do painel, o presidente da JSSI Parts & Leasing, Ben Hockenberg.

Polek aponta que a solução não é necessariamente fácil de definir. O atrito entre mecânicos de aeronaves geralmente excede o de funcionários de outras indústrias e a competição por um recurso finito com outras indústrias tornou-se ainda mais intensa.

Empresas, como a provedora de fretamento e administração Solairus Aviation, da Califórnia/EUA, se engajaram por mão de obra egressa de fonte militar, mas o grupo disponível de ex-militares teve apenas um efeito limitado.

Enquanto isso, o programa interno de instrução-qualificação da Solairus ajudou. O programa de 30 meses (2 anos e 6 meses) oferece a graduados do ensino médio a chance de serem pagos enquanto trabalham sob estrita supervisão, por quatro dias, e cumprem um dia de treinamento dedicado, na jornada semanal. Segundo o gerente de operações da Solairus, Ross Miner, 38 pessoas passaram pelo programa e agora trabalham como A&P – mecânico aeronáutico com qualificação em célula e grupo motopropulsor.

Martin explicou que o principal problema da Textron Aviation reside na escassez de mão de obra em sua base de fornecedores. Para mitigar o problema, os representantes da Textron ajudam os fornecedores com estudos comerciais e recomendações salariais, ajudando-os a criar um plano de contratação mais sofisticado. Enquanto isso, a própria Textron conseguiu contratar 2.000 profissionais de manutenção no ano passado.

O problema da mão-de-obra tem, de fato, contribuído em grande parte para a escassez de peças. As peças mais procuradas são parabrisas e pneus, segundo Miner, que observou que dois fornecedores controlam todo o mercado de cada um desses itens.

Segundo Polek, ninguém gostaria de explicar a um proprietário que seu avião permanecerá no solo indefinidamente, exigindo um pensamento “fora da caixa”.

Uma varredura e adoção de peças usadas pode ajudar a aliviar o problema de escassez de componentes da indústria de reposição, até certo ponto.

Alternativamente, a Duncan Aviation, do Nebrasca/EUA, por exemplo, utilizou sua unidade Duncan Manufacturing Solutions (DMS) para fabricar suas próprias peças. “A Duncan Manufacturing Solutions nos dá a capacidade de produzir peças quando precisamos delas”, disse o vice-presidente de vendas e marketing da Duncan Aviation, Ryan Huss. “Podemos produzir qualquer coisa feita de compósitos ou metal; se tivermos desenhos, podemos fazer”.

Outras estratégias, talvez mais óbvias, incluem encomendar peças com bastante antecedência, para estoque, para compensar os inevitáveis atrasos de entrega.

Enquanto isso, na ausência de peças de motor, o leasing de motores inteiros pode representar uma solução separada, embora talvez mais cara.

Quanto a quando a indústria verá uma solução para o problema da cadeia de suprimentos, Huss (da Duncan), disse que achava que o processo de recuperação havia atingido a sétima rodada de um jogo de nove rodadas. No ano passado, Duncan teve problemas para encontrar freios para um jato executivo Cessna Citation CJ4, disse Huss; um ano depois, não está tendo muitos problemas para adquirir este componente. “Até o final do ano, acreditamos que estaremos de volta ao normal”, Huss concluiu. [EL] – c/ fonte