Seminário de segurança da FAA traz apelo renovado para estado de “vigilância”, em 18.03.23


O presidente e CEO da NBAA (associação da aviação executiva do EUA), Ed Bolen, enfatizou a necessidade da manutenção de um estado de “vigilância” com relação à segurança operacional, observando que, para o seu crescimento, a aviação executiva deve ser segura e percebida como segura. “Estamos tentando abordar ambos”, disse Bolen durante o seminário de segurança da FAA –
FAA Safety Summit 2023 -, que aconteceu nesta semana em Washington, D.C.

Bolen observou que a aviação tem muitas camadas de segurança e redundância. “Às vezes, essas camadas podem permitir que alguém diga: está tudo bem. Posso relaxar”.  Ele acrescentou: “não é assim que somos”.

Bolem observou ainda que, mesmo com redundâncias, existem áreas específicas com apela de tecnologia que podem ser aprimoradas.

Bolen apontou para as falhas técnicas que o sistema NOTAM, da FAA, sofreu em janeiro. “O impacto foi significativo”, Bolen reconheceu. “Há uma oportunidade em que, com urgência e com financiamento, podemos avançar com tecnologia aprimorada para garantir que os NOTAM não forneçam apenas dados, mas informações reais em todo o sistema”.

Bolen também debateu a importância dos sistemas de gerenciamento de segurança (SMS – Safety Management System), chamando-os de ótimas ferramentas de segurança. No entanto, ele frisou, “A ferramenta precisa ser dimensionada para reconhecer o desafio. Uma serra é uma ótima ferramenta de corte e um bisturi é uma ótima ferramenta de corte. Eles não são intercambiáveis”. Assim, Bolem apontou uma razão para a importância de conceber regra de SMS correta e dimensionada para a diversidade de operações.

Adicionalmente, Bolen observou toda a tecnologia chegando ao mercado, como a automação. Mas alertou que quanto mais tempo essas tecnologias demorarem para chegar ao mercado, maior será o impacto na segurança.

Por fim, Bolen sustentou: “Precisamos ter uma forte comunicação, coordenação e engajamento. A segurança é uma responsabilidade da indústria”.

O secretário de Transportes, Pete Buttigieg, abriu a Cúpula de Segurança na quarta (15), observando que, embora o sistema de aviação do EUA continue sendo o mais seguro do mundo, “estamos particularmente preocupados porque vimos um aumento em situações graves que devemos enfrentar juntos”. Buttigieg acrescentou que as informações iniciais sugerem que “mais erros do que o normal estão acontecendo em todo o sistema – nas pistas, nos portões de embarque/desembarque quando os aviões estão se tratorados [no push-back], nas Torres de controle e nas cabines de comando”.

O administrador interino da FAA, Billy Nolen, seguiu, também enfatizando que “a vigilância nunca pode tirar o dia de folga”, em alinhamento com a posição do presidente e CEO da NBAA Ed Bolen, e emendou: “Devemos nos fazer perguntas difíceis e às vezes desconfortáveis, mesmo quando estamos confiantes de que o sistema é sólido”.

Nolen apontou para os recentes sinais e atenção focada em arremetidas que tornaram-se rotineiras, e perguntou, “estamos enfatizando a eficiência sobre a segurança? Quanto do que estamos vendo pode ser atribuído ao súbito ressurgimento da demanda após a pandemia?”. Ele observou as iniciativas da Equipe de Segurança da Aviação Comercial, mas perguntou se esses esforços são ágeis o suficiente para eliminar os raros incidentes vistos.

Após os comentários de abertura e o painel inicial no seminário, a Sessão de Segurança passou para sessões de debate e discussão, incluindo uma sessão focada em questões da aviação geral.

Nas sessões, entre os participantes estavam, da NATA – National Air Transportation Association (associação do Transporte aéreo nacional – do EUA), o COO Keith DeBerry e o vice-presidente de assuntos regulatórios Alan, que destacaram questões como fatores humanos relacionados à escassez de pilotos qualificados, retenção de força de trabalho e profissionalismo de piloto. Outras questões abordavam as operações e solo, como excursão de pista e segurança em pátio, interoperabilidade da FAA, incluindo SMS, dados de segurança e a nova força de trabalho de inspetores da agência, e fatores de risco envolvendo automação de aeronaves, perda de controle/aproximação circular e cadeia de suprimentos. DeBerry observou que essas eram as principais áreas de segurança de preocupação entre seus membros.

Nolen disse que as conversas tratadas durante o seminário a cúpula continuarão nos próximos meses. [EL] – c/ fonte